quinta-feira, 26 de março de 2009

Nova primavera

Não adianta a porta fechar.
Outras mil abrem a minha frente
e sempre tenho de escolher.
Ó suave amiga,
ouço no silêncio do vento,
palavras doces ditas por ti
e que me chamam,
convidando-me a pisar em brancas nuvens
com extrema delicadeza.
Não deixarei este jardim
morrer de sede.
Aspergi sobre ele
um pouco de amor,
não deixarei, desta vez,
que o sol calcine-o de vez.
Espalharei mil gotas
em cada planta,
em cada pedra,
em cada canto.
Assim abrirá em meu jardim
tanto a rosa, quanto o jasmim.
Aguardarei nova primavera,
de mãos dadas
cantando nossa canção.
E não serão os reis e rainhas,
ocultos,
que nos impedirão de ver
nossas flores abrirem.
Estaremos de mãos dadas,
cantando nossas canções,
vendo nossa vida renascer.
Nossa vida será das coisas amadas.
Nosso jardim será todo bordado
com cores vivas e intensas
Vivemos o que nunca viveríamos.
Não seremos mais como fantasmas.

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