sexta-feira, 31 de julho de 2009

Coisas que sinto

Todas as coisas que sinto
preciso contar para alguém,
e pode ser que este alguém
seja você.
Sempre achei que estas coisas
do amor eram fáceis,
muito fáceis, era só deixar
o amor acontecer e se fazer.
Que era só deixar a coisa fluir,
e tudo se encaixaria,
como nos filmes,
mas não, é muito complicado.
É muito complexo,
tentar entender
o que o amor faz conosco.
Então vou te dizer o seguinte;
não se mova,
não fale nada,
não faça nada.
Fiques onde estás.
Feche seus olhos,
quero ficar assim,
te olhando,
calado também.
Temos a noite toda
só para nós.
Sua pele brilha,
seu corpo arfa,
na tua respiração ansiosa.
Seus lábios pedem os meus,
meus lábios pedem os seus.
Ninguém pode nos ver,
Estamos a sós,
estarei ao seu lado,
sentirei o seu perfume,
te tocarei com meus lábios,
e sentirei tua sua pele macia
em minha boca.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Amei-te

Amei-te demais,
demais até do que podia.
Amei-te como se ama
algo indefinido,
algo infinito.
Não jogarei no lixo
todos os versos que te fiz.
Os guardarei,
para lembra-me,
em um tempo futuro,
do quanto te amei.
Relembrarei a felicidade
de ter sonhado,
recordarei todos os desejos.
Triste estarei,
por não ter conseguido ficar
eternamente em meu sonho.
Esconderei meus versos
dentro do peito,
para que meu coração
nunca esqueça
como é se apaixonar.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Para você que tanto gosta, e cuida de mim, que Ele cuide sempre de todos nós.

Veneno Mortal

Mulher,
que encantou meu coração
por que cravaste suas garras
em meu peito?
Recordo sua voz macia,
seu jeito quase criança de ser.
Tudo era falso?
Enganaste a mim
durante todo este tempo?
Provei do seu mais puro mel
e também do mais mortal veneno.
Levaste-me a viajar
nos mais belos lugares,
encantaste-me com suas histórias,
plantou-me delírios imensos,
e agora cravas em mim tuas garras
afiadas e pontiagudas.
Te dei amor e respeito,
Carinho e atenção,
e é assim que me pagas?
Ferido mortalmente,
rastejo diante de ti,
buscando uma ajuda,
socorre-me,
e depois me deixe
na sarjeta da vida,
ao lado dos abismos,
junto com os ossos.
Ficarei coberto
de mágoas e silêncios.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Odeio-te

Odeio-te!

Odeio,
este seu sorriso de criança,
que tanto me encanta.

Odeio,
este teu olhar fascinante,
que tanto me atrai.

Odeio,
esta sua boca quente,
que me faz viajar em um beijo.

Odeio,
este seu corpo atraente,
que me faz sonhar todas as noites.

Odeio,
este seu jeito suave de ser,
que tanto quero para mim.

Odeio,
Seu cabelo macio
que passeio com minhas mãos

Odeio, tudo que há em você,
e me odeio, cada vez mais
por me deixar dominar pelo ódio.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Vento Gélido

Em meus versos
tenho a esperança
de que minha loucura se vá,
para sempre para longe de mim,
ou pelo menos por um tempo.
Enquanto escrevo,
dela me afasto,
consigo iludir a mim
e afastar todas as dores.
O vento gélido bate em minhas costas
vindo de uma janela aberta,
fecho-a, mas o gélido vento permanece,
vejo então que não é da janela
é de minha alma
que vem o vento gélido.
A volúpia do sangue quente
já não aquece tanto este corpo,
somente a esperança da fuga
pode me aquecer.
Com minhas chagas abertas,
e sangrando muito,
busco fugir,
de mim,
para o mais longe
possível.

domingo, 26 de julho de 2009

Anjo negro

Sou vítima da eterna melancolia,
e no escuro da solidão da noite,
passei a amar a lua e as estrelas.
O despertar do dia me torna triste,
pois tudo tenho de enfrentar,
tenho de ser forte
e a todos tentar enganar.
O maior engano é meu.
Meu café da manhã
é uma taça de veneno,
que destilo aos pouquinhos,
em meu suicídio
talvez apareça a cura
do mal que possuo.
No silêncio da sepultura
pensarei no que falam de mim
e contestarei a todos
sem mais nenhum temor,
pois nada mais me podem fazer.
Os que tentarem algo,
rirei escancaradamente
em suas caras.
Já estou morto,
o que mais podem fazer contra mim.
Serei fantasma em vossas vidas,
assombrarei seus sonhos mais infantis.
Não lhes darei paz,
a paz que não me deram,
também não a terão.
Viverás em um mar de fogo,
no vale das sombras,
e eu serei o teu anjo soturno,
que te guiarei pelo vale da morte.

sábado, 25 de julho de 2009

Aqui Jaz

O corpo frio,
depois do último suspiro,
nada mais transmite
a não ser pena
daqueles que o olham.
Comentam alguns
o quanto era bom,
outros o quanto era ruim.
Poucos,
muitos poucos mesmos
o conheceram de fato.
Muitos poucos,
mas muitos poucos mesmos,
tiveram a capacidade
de conhecer o seu lado sonhador,
alguns conheceram
o seu lado alegre,
muitos conheceram
o seu lado triste.
Agora só o corpo frio
jaz sobre a pedra.
Nada mais de poemas,
nada mais de sonhos,
nada mais de ilusões,
que tanto o alimentaram
durante sua vida.
Alguns choram,
outros, indiferentes,
a tudo assistem,
somente os que o adoraram
podem sentir
a grandiosidade da perda
e saber que a perda maior
sempre será a dele.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Perdido de amor

Já perdi a conta
de quantas vezes disse
Te Amo,
e nunca me cansei
de dizer-te.
O meu coração abrigou o teu
de maneira suave,
sem conflitos,
sem imposições.
Você chegou mansamente
e tomou seu lugar,
o lugar que era seu
por toda uma vida
e que empre esteve reservado
esperando você chegar.
Andava perdido de amor
e não o encontrava
até você aparecer.
Agora estou perdido
de tanto amor por você.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Guardo

Amar-te
é coisa única,
desde nosso primeiro beijo,
já estava escrito
o quanto sofreríamos.
A fonte de amor,
a entrega,
a volúpia,
de nossa paixão momentânea
nos levaria a sofrer.
Jorramos o puro prazer
e nos banhamos nele.
Guardo em meu peito
o jeito de minha amada,
doce e único.
Deixemos as tempestades lá fora,
fora do alcance de nossas vistas
e de nossos corações.
Amanheceremos juntos
para toda uma vida nossa,
só nossa.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Teimosia

Quando a palavra teima
em doer mais que um grito.
Quando o sol teima
em não mais nascer.
Quando a noite teima
em não ter estrelas.
Quando a vida teima
em não mais viver.
Quando eu teimo
em não te querer.
Quando você teima
em não querer me ver.
Quando os ventos teimam
em não mais refrescar.
Quando os pássaros teimam
em não mais cantar.
Alguma coisa está errada
ou paramos de teimar
ou o mundo vai acabar.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Tenho medo

Tenho medo.
Tenho medo de perder-te.
Tenho medo de me perder de você.
Tenho medo de que a emoção
não fale mais forte em meu coração
e ponha tudo a perder.
Tenho de que o mesmo aconteça contigo.
Tenho medo de continuar este caminho
e me machucar cada vez mais.
Tenho medo de que você
se machuque cada vez mais.
Tenho medo de te magoar.
Tenho medo de te sacrificar.
Tenho medo de virar lembrança somente.
Tenho medo de não mais ouvir sua voz.
Tenho medo de virar um fantasma
assombrando sua vida.
Tenho medo de ter medo.
Tenho medo, muito medo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Música

Derrama sobre mim
teu olhar cálido e plácido.
Envolve-me em teus braços,
e abraços serenos.
Deita-me em teus desejos.
Adormece-me
em teus sentimentos.
Dedica-me o tempo
que dedico a você,
ou pelo menos parte dele.
Não quero mais estar aqui,
solitário,
em um mundo acompanhado
de pessoas estranhas.
Veste-se de vermelho
e vamos festejar.
Vamos dançar,
até o amanhecer,
a nossa música
que está tocando agora,
neste momento,
e que só eu escuto.
Entre nós não cabe
mais nenhum tipo de segredos,
nós sabemos o que nós queremos,
só não temos a coragem
de enfrentar nossos medos.
Ouça a música,
Ela continua tocando,
será que você
não a consegue ouvir?

domingo, 19 de julho de 2009

Por favor

Deixa-me pousar
minha cabeça
em teu colo
e esquecer de tudo.
Leva-me para outro mundo,
para outra vida,
tira-me desta vida daqui
que só causa problemas.
Mostra-me o que há de bom,
o que há de paz,
o que há de tranqüilidade,
não agüento mais sofrer.
Coloca-me asas
e ensina-me novamente
a voar,
junto contigo.
Apresenta a mim
um outro caminho,
eu imploro,
este daqui
não agüento mais.
Adormeça-me em teus braços,
embala-me em teus sonhos,
dê-me serenidade.
Eu imploro-te,
ajoelho a teus pés,
e choro impotente,
tira-me desta vida,
por favor.

sábado, 18 de julho de 2009

Sou Poeta

Sou poeta,
esta é minha sina.
Me perco nos meus sonhos
em cada esquina.
Não tente me entender,
não tenho entendimento,
sou bruma,
sou vento,
sou alma.
Sou amor,
Sou calor,
sou paixão,
com todo fervor.
Sou poeta
e nada mais,
e nada mais sou
do que ser poeta.
Caminho no fio da navalha
da emoção,
sangro meu coração.
Escrevo para você
e para todos que quiserem ler.
Escrevo para mim,
para minha alma.
Sou um ser diferente,
solitário,
caminhando em meu mundo,
como um vagabundo.
Choro de alegria,
sorrio de tristezas.
Sou adorado por alguns
e não pertenço a ninguém,
vivo de meus enganos
e dos sonhos que ainda vem.
De tanto amor que sinto,
me perco constantemente,
em um labirinto,
elaborado por minha mente.
Sou poeta e nada mais,
e nada mais sou.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Hoje.

Hoje
eu queria estar
sentado na beira da praia,
em um píer,
olhando as ondas bater
contra as pedras,
constantemente.

Hoje
eu queria ficar
o dia todo parado,
olhando as gaivotas,
bailarem no céu,
sustentadas e embaladas
somente pela brisa suave.

Hoje
eu queria
ver a noite chegar,
devagar.
O sol ir apagando sua luz lentamente,
Como agonia de morte,
e as estrelas irem acendendo,
uma a uma,
aos pouquinhos,
como nascer de uma nova vida,
para durar bastante
este momento mágico.

Hoje
eu queria
poder te ver
e poder te falar,
calmamente,
de tudo que estou vendo
para que você pudesse
compartilhar comigo
estes momentos.

Hoje,
eu queria você,
ao meu lado,
olhando tudo isto.

Nuvens

Meu passado
é como nuvem.
As vezes espesso,
as vezes carregado,
as vezes leve como algodão,
as vezes bem ralinho
e é levado pelo vento.
Como as nuvens,
As lembranças do passado
não ficam paradas
no mesmo lugar,
o tempo todo.
Meu passado,
assim como as nuvens
tem diversas formas,
podem se dissipar
ou se manter parado,
fechando a tudo
e não me deixando ver o céu
por um longo tempo.
Mas como eles são nuvens
ou se dispersam
ou chovem em mim.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Escrevendo e descobrindo

Com minha forma de escrever,
descobri, em mim,
outras vidas,
vidas que tinha guardadas
e não sabia,
vidas de longos passeios
grandes aventuras,
eternas viagens.
Descobri minha luz,
minha forma de ver as coisas,
certas ou erradas,
mas a minha forma.
Aprendi a ser tolerante,
as vezes até demais.
Descobri um sentido de vida
diferente.
Já vivi no olho do furacão
e acho que ainda vivo,
rodopiando a todo instante,
não deixando os pensamentos
se organizarem em uma direção.
Conheci anjos de luz,
seres com pouca luz,
pois seres em luz não existem,
a todos atendi,
e de alguma forma
me inspiraram a escrever.
Com a bagagem
sempre sendo preenchida
vou escrevendo
e me descobrindo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Beleza de composição.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Lô Borges

Esta música de Lô Borges foi sucesso em 1984, mas sempre sonhamos com este Sonho Real.
Bela canção, outra música de 1982.

Sem sentido

Escrevo coisas
sem sentido.
Converso com as paredes
confessando o que vivi,
e o que ainda não vivi,
e elas me ouvem,
até respondem,
quando querem,
e eu também as ouço.
Confabulo,
leio meus poemas de amor.
As vezes, olho para o céu estrelado,
e beijo a lua,
que graciosamente me aparece.
Com as mãos vazias,
sem nada no corpo,
olhar longínquo,
e o coração
batendo bem lentamente,
quase parando,
sigo andando,
e pensando,
acho que isto é coisa
de poeta sem imaginação
para escrever.
O corpo se ocupa
do desocupado.
Não quero mais escrever,
as palavras já não mais
me satisfazem.
Gostaria somente de escrever
algo assim:

“ Estou sem tempo de escrever,
pois estou amando loucamente.
Quando esta insanidade passar,
volto, para relatar o que vivi.”

domingo, 12 de julho de 2009

Um poema longo

O poema
mais longo
que poderia escrever,
se resumiria
a poucas palavras,
e nelas
estaria contido
tudo o que sei,
tudo o que sinto,
tudo o que tenho
para você.
Neste poema
nada mais
faltaria dizer,
ali,
naquelas
simples palavras,
todo universo
estaria comprimido,
esperando
o momento sutil
do seu big-bang,
O meu
poema
mais longo
seria
assim:
Te Amo !

Se chorar resolvesse

Se chorar
fosse desvanecer
o que sinto,
choraria por uma ano inteiro,
direto,
até secar por completo
toda a solidão
e amargura
contida em mim.
Acabaria
com todos os nãos,
com toda insensibilidade,
com toda incompreensão.
Quero chorar,
para que todo sal
em mim contido
seja retirado, lavado,
para que não empedre
em meu coração
e acabe
com minha sensibilidade.
Se chorar resolvesse
choraria ainda mais,
para que você volte,
para mim,
e nunca mais saía
de perto de mim.

sábado, 11 de julho de 2009

Dentro de mim

Dentro de mim
Tem um rio,
aparentemente calmo,
mas com um mar,
escondido,
caudaloso,
revoltado,
dentro deste rio.
As ondas batem
violentamente nas pedras,
aspergindo uma bruma intensa,
uma bruma muito densa,
que a tudo envolve.
Posso, até, corta-las
com uma faca
de tão espessas
que são estas brumas.
Elas me impedem
de ver além,
ao longe nada vejo.
Parado não fico,
perco tempo,
tenho de caminhar,
tateio a minha volta
e vou, devagar,
caminhando,
em frente.

Chuva

Lá fora chove,
chove muito.
As águas levam tudo
que eu tenho.
Até minha palavras
elas tentam afogar.
Ensopado estou,
até a alma,
minhas palavras
não conseguem falar
o que desejo.
Busco ar,
desesperadamente,
e cada vez fica mais difícil.
Bóiam a minha volta
os meus mais simples desejos,
e são levados pela correnteza.
Despeço-me deles
sem poder salvá-los,
as lágrimas,
confundidas com a chuva
nem são mais notadas,
nem sei se vale a pena
ainda derramá-las.
Mas elas caem,
vendo tudo ser levado
por água abaixo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Fresta

A porta fechou,
deixando somente
uma fresta
para que um pouco de luz
possa ainda entrar
para não me deixar
na escuridão total.
Absorvo todo
este pequenino raio de luz.
Tento fazer dele o meu sol.
Que me dá calor e ânimo
De viver.
Evito o sono diurno
Para que nem um pouco
da luz eu perca.
Anoitece,
cada vez mais rápido,
e as noites
estão ficando
cada vez mais longas.
Que falta faz
este pequeno
raio de sol.

Seca

Na clausura minha,
busco guarida em uma ilha,
perdida no oceano da vida,
longe de tudo,
longe de todos.
Em minha solidão
derramo palavras na terra
na esperança de que algumas brotem.
Desfio pensamentos
e solto-os no vento,
na ventura
de que em algum lugar
eles possam pousar.
Exponho minha alma,
Rasgo meu peito
Para que ela possa
ser mais vista.
Dispo-me por inteiro
De todas as vaidades e virtudes.
Sou madeira verde
que não pode queimar.
Sou o sal da água,
que não me deixo beber
para aplacar a sede
do viajante.
Esta terra já foi pisada
várias vezes
e encontra-se dura,
sem condição
de nova vida nascer,
nem mesmo nova chuva
irá torna-la fértil,
agora.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Poetas

Nós, poetas,
ou os que escrevem
algum tipo de poesia,
lapidamos palavras,
esculpimos sonhos,
idealizamos ideais.
Buscamos,
em nossas metáforas,
sobreviver ao que nos vem corroendo,
ao que vem nos atormentando,
ao que vem nos afligindo.
Buscamos, no impossível,
uma fuga de nossas realidades.
Escrevemos sem destinatário certo, ou,
para o destinatário que está ali,
bem ao nosso lado
e que muitas vezes não percebe
ou não recebe nossas palavras.
Fome, muita fome nos impulsiona,
fome de amor,
fome de carinho,
fome de buscar um sonho.
As estrelas dão os brilhos
em nosso olhos
e fulgor em nossa mentes,
incendeia o que não se cansa de queimar,.
O coração já em cinzas,
teima em arder.
Lágrimas correm
para tentar apagar este fogo,
espremidas dos olhos
pela alma sofrida.

Mulher

A mulher
Que sempre vive
nos meu sonhos,
ainda não tem nome.
Pode ser Maria, Ana, Rosa,
a ela dedico meus poemas
e toda minha prosa,
mas será como imagino,
singela, doce, angelical.
Dela cuidarei
com muito cuidado,
com muito carinho,
tentando dar toda atenção
e dedicação possível.
A tratarei como a uma flor,
pois ela terá muita formosura.
Dona de um perfume perene,
que me inebria
constantemente.
Outros olhos não terei
senão para minha amada.
Para outras palavras
emudecerei.
Somente seus ouvidos,
as ouvirão,
as minhas palavras.
A ausência não fará parte
de nosso destino.
Nos sufocaremos
de nós mesmos.
Dedicaremos tanto
o nosso amor,
um ao outro,
que transbordará
de nossos corpos
parte de nossa paixão,
e mesmo assim
muito ainda teremos
para dar,
um ao outro.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Olhe

Olhe para o céu,
quais cores você vê?
Você consegue ver
além das nuvens espessas?
Olhe bem,
você consegue.
Faça um esforço.
Concentre seu olhar
e olhe,
não veja somente,
mas olhe,
olhe bem firme
e veja o paraíso
que se esconde
atrás desta nuvem escura
que está na sua frente.
Você está acostumada a só ver,
sem olhar.
Sempre lhe mostraram
o que olhar,
agora olhe
com os seus olhos,
descubra dom da visão.
Ele é lindo,
basta se acostumar a olhar
e não somente ver.

Impossibilidades

Abracei o vento.
Beijei a chuva.
No brilho do sol
só fiz passear.
Adormeci
ao som da lua.
Tudo pode
parecer impossível,
para alguns,
para mim não,
para quem sonha
nada é impossível.
Nada é distante
o suficiente
para impedir
que o seu desejo
aconteça.
Corro ao lado
de meus sonhos.
Sonho o tempo todo.
Sou eterno viajante
de minhas fantasias,
coloco minhas asas,
imaginárias,
e alço vôos,
e vôo tão alto
quanto possa alcançar
ou minhas forças me levar.
Voando vou, voando,
cada vez mais longe
e mais alto.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Sentido

Quem disse que o que escrevo
tem de ter sentido?
O que escrevo tem
de ser sentido.
Sentido de maneira suave,
infantil, sem medo ou temor,
tem de se deixar levar
pelo imaginário,
como a uma história,
contada ao pé da cama,
por alguém, para você dormir.
Minhas histórias
não possuem dragões,
e nem sereias,
possuem sim princesas,
muitas princesas,
as vezes todas em uma só,
e os meus castelos,
encantados,
todos eles,
para que lá
possamos viver
nossas histórias
lindas e encantadas.

Palavras

Passei muito tempo
procurando palavras
que nos descrevessem,
e não as encontrei.
Pedi então a Deus
que me as mostrassem
e não soube ver.
Só exclamações,
interrogações,
e reticências encontrei.
Algumas virgulas,
outros pontos e vírgulas,
aspas algumas também,
e um, um só,
ponto final.

Como ?

Como será a vida
de quem não ama?
Será que não faz uma poesia
ou uma declaração?
Será que nunca as fez?
Como será que faz amor?
O que será que fala,
depois do amor?
Serão palavras secas,
duras, burocráticas,
só para completar o gesto
ou serão doces declarações
ditas ainda no auge do prazer,
ou ainda o silêncio sepulcral
envolvendo todo um ato?
Como será ?
Isto eu nunca saberei,
pois o amor é parte de mim,
faz parte de minhas palavras.
Seja ao abrir uma porta,
ou dedicar um olhar
para a minha amada,
em todos os meus gestos
sempre estará
um olhar de paixão,
um gesto de ternura.
Sempre estarei
falando de lua,
Sempre estarei
beijando as flores.
E como quem não quer nada,
querendo tudo,
me deixarei ao seu lado,
para sempre.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sobrevivi

Ufffaaaa......
Não quero.....,
espero.
Dor....,
amor.
Arranque seu coração,
jogue-o em um canto,
mas sua alma permanece.
Seu coração
até empedrece,
e a paixão continua,
viva,
bem viva em você.
É dura esta convivência,
muito dura,
então viva-a
como se ela fosse
esta cicatriz,
que trazes no peito,
como ferida de guerra,
de vez em quando,
olhe-a, e diga
sobrevivi,
sobrevivi a todo este amor,
enlouquecedor,
que enlouquece,
a minha dor.

Deixe-se

Deixe-se leve.
Desprenda-te
de teu corpo físico.
Deixe sua alma flutuar
e ser levada pelo vento,
para onde o vento
a quiser levar.
Quando a hora chegar
poderás pousar,
no vazio absoluto
ou em um mundo repleto.
Feche os olhos
e deixe-se levar.
Não adianta brigar
esta briga só quem perde
é você.
Sua alma,
só quer sonhar,
e você ,
só busca
o sangrar.

sábado, 4 de julho de 2009

Canto

Um último canto,
no último canto da casa.
A voz acre lamenta
os versos tristes entoados.
A penumbra chega mansamente
e toma todo o ambiente,
te sentes envolto
na escuridão total.
Nada podes fazer
no momento.
Carregas o teu olhar
de esperanças.
Limpa-te
destes respingos
de sangue,
deixe que o doce da vida
te preencha.
A cada minuto,
nova poesia
pode se aproximar de ti.
Há um querer
de alívio da dor.
Esperar
é a única saída.

Lágrimas da noite

O dia amanhece,
o chão está coalhado
com as gotas do orvalho,
como se fossem lágrimas,
de uma noite
que chorou,
que chorou muito,
a noite toda.
A beleza da poesia
não coube nas palavras,
coube sim no coração
de quem as leu.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Outra música que sou apaixonado.

Fallen
Lauren wood


Não dá pra acreditar, você é um sonho tornando-se realidade
Não dá pra acreditar como eu fiquei caidinha por você
E eu não estava olhando, era suficiente remanescer
E é irônico estar de volta ao jogo
Você é o único que me levou ao sol
Como eu saberia que eu estava perdida sem você
E eu quero lhe dizer, você controla minha mente
E você devia saber que você a vida em minhas veias
Você é o único que me levou ao sol
Como eu poderia saber que eu estaria perdido sem você
Não dá pra acreditar, você é um sonho tornando-se realidade
Não dá pra acreditar como eu fiquei caidinha por você
E eu não estava olhando, era suficiente remanescer
E é erótico estar de volta ao jogo

O grito

Foi longe,
meu grito,
e ninguém o ouviu.
As crianças,
naquele momento,
brincavam.
Pararam por um instante
para escutar
o que o vento trazia,
não entenderam
e voltaram a brincar
nas suas algazarras,
e tudo ficou
como sempre esteve,
só o meu grito
ainda está ecoando,
levado pelo vento.

Caos

Agora reina o caos.
As plenitudes se aquietam.
O mais breve suspiro
é o estopim
para uma nova batalha.
Rasgam-se almas
e vidas,
como se rotos panos
fossem.
Esprememos as palavras
tentando arrancar delas
todo o sumo,
todo o conteúdo.
Mudanças acontecem,
é só olhar,
todos os dias
o sol e a lua
trocam de lugar
e mesmo assim,
com ambos,
nos encantamos.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Belíssimo poema de Luis Fernando Veríssimo.

União

Unimos nosso ódio
e paixão.
Como no outono,
nossas almas silenciaram,
calaram,
diante da queda total
de nossas razões.
Temos de nos preparar
para o novo inverno
que já está chegando
e torcer
para que na primavera
tudo possa de novo
florescer.

Grande Diva

Fecham-se as cortinas.
O público aplaude.
Somente a grande diva volta,
em cena aberta,
para receber
todos os aplausos.
Aos demais,
todos coadjuvantes,
só apupos.

Despido

Componho cada verso
com a alma despida.
Teu rosto,
e teu corpo,
levam as palavras
na direção
em que elas
devem ir.
Subverto
minhas emoções
e convicções.
Tudo vai por água abaixo
quando penso em você.
Amo a cada verso,
em silêncio,
com o silêncio
dos monges.
Meus dedos enlaçam
os teus dedos imaginários,
meus braços enlaçam
tua sombra.
Tua pele
é a sinfonia
que minha pele toca.
Te sinto em mim
como ao vento,
que me refresca.
Sinto,só sinto,
mas não posso vê-lo,
não posso retê-lo.

Viagem

Rompo laços,
enfrento fracassos
e maldições.
Viajaste de mim,
e eu de você.
Afasta-te!
Vais!
Segues o que manda
o teu coração.
Um dia,
quem sabe,
talvez você
encontre um caminho
que te trará de volta.
Será que eu ainda
estarei por aqui?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Silêncio

Quero saber se continuarás
caminhando comigo,
a não falar,
a não andar mais
nos meus passos.
Inventaste a incomunicação.
Espalhaste o silêncio profundo.
Distribuíste o som das pedras.
Nada mais temos para trocar,
nem mesmo o nosso silêncio,
pois até ele machuca,
fere profundamente
a alma
e o coração.

Poço

Afundas em um poço
de amarguras,
de silêncios,
de cóleras.
Tentas voltar para cima
e nada trazes
deste teu mergulho,
nem um pouco de ti
resta mais
para apresentar.
Não é neste poço
que está o amor,
é fora dele,
ao lado,
bem ali,
naquele jardim.
Saias destas águas,
seca-te,
e busca,
ali,
ao lado,
o que procuras.

Arqueólogo

Percorro devagar,
minhas entranhas,
buscando descobrir
algo antigo,
que seja novo
e que me encante.
Como arqueólogo
busco incessantemente,
vasculho cada cantinho
de meu corpo,
com cuidado,
sempre na esperança
de encontrar,
nem que seja
um pequeno fragmento,
de encanto teu
ainda em mim.
Encontrei
fragmentos diversos,
de outras épocas,
de outras pesooas,
que não a sua,
e estes eu não os quero.
Estes deixo-os todos
por lá.
A busca continua,
Diuturnamente,
minhas esperanças
ainda não se foram.
Algo muito bom,
de seu,
ainda vou encontrar
em mim.