sábado, 31 de janeiro de 2009

Incompreensão

Tenho mil mulheres,
assim o dizem,
e para as quais escrevo.
Para cada uma delas
tenho uma palavra,
um sorriso,
um olhar,
um encanto,
um gesto de carinho.
Mas somente para ti
todos estes gestos
e atos são direcionados
Somente para ti
me entrego
de todas as formas.
E a eles,
pobres tolos,
restará somente a inveja
de não poderem ter
e nem conhecer
meus melhores momentos.

Acordando

O que fazer
para combater
esta vontade doida
de te ver.

Não quer mais
viver assim,
com você tão longe
de mim.

Vem meu amor,
vem me aquecer
com seu calor.
Que só você sabe ter.

Vem para braços meus,
que neles tenho guardados
mil abraços seus,
escondidos, velados.

A minha vida,
que já achava perdida,
que já estava esquecida,
foi por você sacudida.

Você acordou em mim um gigante
que agora urra, que agora geme,
de modo asfixiante
que chora por algo que teme.

E agora, daqui por diante
te desejo, te quero,
te amo, te espero.
Te quero por uma vida
e só não por um instante.

Oração

Ameniza, Senhor
A dor que há em mim.
Ameniza, Senhor

Imuniza-me Senhor
de outras dores,
o Senhor pode.
Só o Senhor pode.

Coloca a LUZ no meu caminho Senhor,
e não deixe mais, nunca mais,
Meu coração andar pelas trevas
Senhor.

Senhor,
não deixe que me perca do Caminho
traçado por Vós e guiado pelo Destino
que só me trouxe boas coisas.

Senhor a Ti agradeço
Por me mostrar que a Tolerância
pode ser mais forte que a Força.

A Ti agradeço Senhor,
Por mostrar-me novamente o Amor
E a maneira suave de amar.

Coloco meu Destino em Tuas mãos,
Que o que foi traçado por Vós
Seja cumprido, com ou sem dor.

Senhor, peço-lhe se a dor tiver que existir
dê-me Forças, muita Força,
Pois só de pensar em um destino diferente
me faz enfraquecer e meus olhos chorarem uma grande perda.

Proteja-me Senhor, e também ao meu amor,
Que é grande, muito grande,
E não sei se sem Sua ajuda
Conseguirei levá-lo.

Não deixe.

Não me deixe acostumar
com a tua ausência,
com a falta de teus beijos,
com o calar de tua voz.

Não deixe virar rotina
a eterna vontade de te ver e não poder.
A vontade imensa de te abraçar e ter os braços atados.
A mania de querer só você e não ter o meu desejo maior.


Não deixe eu ir assim, embora, de joelhos
Com meu caminhar triste
e minha dor curvando minha cabeça
por não poder mais te amar.

Não me deixe, é tudo que peço,
não sei se agüentarei o peso desta dor sozinho.
Meus olhos teimam em deixar sair minha incompreensão
de não te ter.

Não me dê o nada
Quero exaurir minhas forças de te beijar
Quero extasiar meu corpo de te amar
Quero morrer de felicidades junto de ti.

Não me dê o Sul, quero o Norte.
Quero sua estrela a guiar-me
Chega de ventos gélidos em meu corpo
Perfurando-o como se fossem mil espadas.

Quando decidi por ti deixei falar mais alto meu coração,
que ensurdeceu a todos os demais apelos.
Agora só a tua voz cálida o faz ressoar.
Só tua presença doce o faz serenizar.

Hoje

Tentaram acabar com as palavras,
ditas pela alma.
Tentaram secar as lágrimas,
que só uma perda revela.
Tentaram calar corações.
Corações não se calam
Quando há a entrega,
E esta, não se escolhe.
Acontece, simplesmente acontece.
Podem cegar meus olhos,
calar minha boca
Tamparem-me os ouvidos
Que continuarei sonhando
E sendo sonhado
Isto ninguém tirará de mim ou de você.
Podem levar, a mim ou a você,
para outros lugares, outros mundos.
Podem nos prender,
Colocar guardiões,
E grilhões para nos acorrentar
Nada conseguirá prender nossos sonhos
e nossa vontade de se ver.
Na calada da noite
Em minha cela escura e solitária
Cerro meus olhos vermelhos
E tenho a ti, ali,
Só minha e de mais ninguém.
E a você, pobre Rei,
Só restará a solidão
de uma companhia solitária

Eco

Meu coração ecoa o teu
Bate no mesmo ritmo
Na mesma batida os dois batem
Um respondendo ao chamado do outro.

Nossos corpos se chamam, se clamam
Em um pedido suplicante
Pedem um pouco de pele
para acalmar a vontade sedenta de se ter.

Somos Romeu e Julieta,
Capuleto e Montequio
brigando por algo que não entendem
e que nunca entenderão.

Seremos sempre dor?
Teremos felicidades?
Brigaremos sós contra todos e contra tudo?
Conseguiremos viver em paz?

Ecos de amor,
Batendo em nosso peitos,
Como badalar de sinos
Chamando para uma união.

Não adianta brigar
quando a luta já está perdida.
E esta nós perdemos para nós mesmos

Derrotados que fomos por nossa entrega total e inconseqüente
Agüentemos, nós, juntos, todo o alvoroço que causamos nos outros
Nós, somos paz.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Por onde

Por onde vou, assim, calado,
De olhos baixos, quieto,
levando minha dor.

Por onde vou, assim, triste,
Olhos mareados,
Alma sofrida, peito rasgado.

Por onde vou, assim, perdido,
Totalmente perdido,
Com um vazio enorme dentro de mim.

Por onde vou, assim, não importa.
Importa sim quem levo comigo
Neste meu caminhar entre brumas em noite sem lua.

Levo comigo paixão.
Levo comigo amor.
Levo comigo outra alma perdida.

Não queria deixar , assim, tanta dor em peitos alheios
Não queria deixar, assim, em outros olhos lágrimas que são minhas.
Não queria deixar, assim, meu coração em teu peito.

Mas deixei e você deixou o seu comigo
Agora sofremos tentando pegar de volta o que nos pertence, o que trocamos
E querem nos abortar, um do outro.

Levarei para sempre em meu peito o teu peito.
Levarei para sempre em meus olhos os teus olhos.
Levarei para sempre você em mim, mesmo que morra por isto.

Você

Você foi
encanto,
recanto,
pranto,
acalanto.

Você é
amor,
dor,
calor,
fervor.

Você sempre será
esperança,
lembrança,
bonança,
bem-aventurança.

Você foi, é e sempre será
carinho,
cantinho,
desalinho,
amor escondidinho.

?

Acabou?
O que não devia ter começado, acabou.
Acabou?
Fomos confiantes demais.
Deixamos de nos preocupar com as coisas mais banais.
A entrega foi total
E deixamos de ter cuidados.
E agora como ficamos?
Como ficam nossas desconfianças, de nós mesmos?
Como ficam os olhares perdidos no tempo?
Nossos suspiros, para onde vão?
Nossos planos?
Nossas vidas em conjunto?
Nossa rua? E Augusto o que faço com ele?
Nossa casinha vai se empoeirar?
Não estaremos lá para limpar?
Fomos com muita sede ao pote.
Foi muita felicidade junta.
É muita felicidade junta.
Esquecemos de olhar em volta.
E agora?
Só dor, só muita dor e lágrimas.
Ficarei onde estou ,
sentado a beira de nosso caminho
esperando você voltar.
Sei que um dia voltarás
e então como será?
Como será a entrega novamente?
Como serão nossos novos beijos? Quentes?
O tempo não mexerá conosco?
A saudade irá ficar escondidinha
Ou nos sufocará até não mais agüentarmos?
Dor. Vazio. Saudades.
Lágrimas, muitas lágrimas
é tudo que temos agora.
Tudo que era construído,
Foi derrubado de uma só vez,
Sem dó, e nem piedade.
Tudo bem.....
Recolherei as pedras espalhadas,
Uma por uma,
Construirei novo castelo,
Talvez ais forte,
Talvez mais vigiado,
Onde morarei com você,
Eternamente,
Enquanto nosso amor existir.
Só não me peça para te esquecer,
Não vai dar.
Você é mais forte do que a razão
De ter de te esquecer.

Velha Amiga

É minha velha amiga,
você voltou.
E voltou muito rápido desde a última vez.
Antes você levava algum tempo,
para aparecer.
As vezes passava anos para se fazer surgir.
Desta vez, não, veio muito rápido,
rápido demais.
E veio enorme, muito grande mesmo.
Não sei se eu estou enfraquecendo
ou se você está ficando mais forte.
Só sei que você chegou e arrasou.
Rasgou a alma, destruiu o corpo.
Deixou um monte de saudades e dor.
É minha velha amiga,
sempre falei que tinha medo de você.
Que você surgiria a qualquer momento
só não pensei que fosse chegar tão rápido.
Logo agora,
que eu estava me refazendo
das feridas deixadas
na sua última partida.
Logo agora, que
tolamente
fazia planos
me entregava de maneira total.
Velha amiga, dor,
peço-lhe,
com toda intimidade que tenho contigo,
não me maltrates muito,
só um pouco,
não sei se resistirei,
de novo, a tanta dor.

Posições

Que lugar ocupo em sua escala de sentimentos.
Um segundo, as vezes um primeiro,
Talvez um quarto ou então um terceiro,
Talvez seja só uma agulha, perdida em um palheiro.

Existem tanta preocupações na sua vida
Que certas coisas estão de lado.
Tem família e amigos
Que posso passar ao largo.

Não há a importância de se falar nisto comigo
Todos sabem o quanto importante és
Para os outros talvez você já o tenha dito
já é sabido de frente e de través.

Tantas vezes te falei e minhas palavras foram perdidas.
Onde você as guardou, se é que guardou, ou simplesmente as ignorou.
Agora o tempo perdido não volta mais, é hora banida
Estou saindo, regressando de onde você me deixou.

Lá atrás, na minha vida, perdido
Minha lágrimas enxuguei.
Olhei a lua, caído,
Sorri e levantei.

Novo dia irá surgir, novas forças me ajudarão.
Segui então novo caminho incerto.
Minhas pernas quase não agüentarão
E seguirei, buscando um sol, mais perto.


Pode ser de Ícaro um sonho
E minha cera derreter
Voarei tão alto comigo
Que não posso arrepender.

Vás, segue também teu caminho
Deixa-me lá atrás, onde tanto tempo faz.
Não atente explicar ou justificar um bocadinho.
Passou, foi-se, não volta mais.

Nada surgirá de mim, ficarei calado
Aguardarei a nova lua chegar,
E em meu caminho iluminado
Correrei, como nunca corri, para a lua abraçar.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Imensidão

Ao te encontrar na vida minha
Acordei, em mim, a quem dormia,
Juntos suspiramos,
Juntos, o mesmo ar respiramos
o impossível almejamos,
o improvável amamos.

A vida colocou juntos, sonhos e vida.
Eu era primavera no deserto,
Sem flores para abrir, sem sementes a nascer
Era como água de rio batendo nas pedras,
incessantemente e sem respostas.
Só eu produzia som.

Você toca, dentro de mim,
uma musica suave, plena.
E minha vida se completa.
Canto para ti e cantar é tudo que preciso.
Cantar para ti é renascer a cada novo dia
É encontrar felicidade.

Você plantou em mim saudades
E agora tem de colhê-las.
São muitas, o trabalho será longo,
E cansativo, mas prazeroso.
Você, canção de minha vida
Saudade de minha saudade

Não me deixe correr como rio sem rumo.
Não me deixe como barco em calmaria.
Deixa-me em mim, como estarei em ti,
Calmamente, adormecido,
Com um sorriso nos lábios
Sentindo toda a imensidão do amor.

Soneto

Não quero falar de meu amor,
Se dele já tanto falei.
E já nem sei
Se o que falei, repetirei.

Não quero falar do que sinto,
Se tanto senti sem fundamento
E agora para mim minto
Tentando esquecer o esquecimento.

Não quero amar demais,
Como a tempos atrás,
O sofrer faz parte desta procura
e acaba quase levando-me a loucura.

Não quero mais, e nem demais.
Agora, na medida certa
Deixarei meu sonho capaz
De passear na trilha incerta.

Poesia

A poesia
se dá por completa
Ali,
acima,
além.
Despojada de tudo
e para todos
E ali,
acima,
além,
acima do além
Me acho junto de ti.
E minhas poesias
nascem
e morrem.
Ali,
acima,
além.
Encontrei algo novo
Algo belo
Com uma
tranqüilidade preocupante
ou com uma
preocupação tranqüila.

Pobre

Pobre de mim
Que ama em silêncio,
Que põe seu sonhos em um barco
e atira-o no mar da vida
em busca de outras terras,
para lá, onde não te conhecem,
possas de novo
teus sonhos plantar.
Mas toma cuidado, muito cuidado,
Para que neste teu navegar
não naufragues
E teus sonhos afundem.
Assim eles irão brotar somente
no fundo do mar

Espero

Espero ter em ti
O último porto,
A morada derradeira,
O fim das aventuras.
Espero ter em ti
A segurança de pais,
A esperança de filhos,
A benevolência de DEUS.
Espero ter para ti
Todo o amor que tenho guardado
Sem remetente certo
E a ti destinado agora.
Espero ter em ti,
Paz de criança dormindo,
serenidade de ave voando,
Tranqüilidade de rio.
Espero ter em ti
Tudo aquilo que sonhei
Espero ter para ti
tudo aquilo que guardei.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Meus Versos

Rasga meus versos,
deixa-os no pó da estrada
para que o vento os leve para longe de ti.
Tira-os da mente,
como se você já não os soubesse de cor,
esquece este meu amor maior,
que tanto sonhei,
que tanto penei,
e agora peno a dor maior,
a dor que não vai, a dor que não sai.
Meu coração tem um manto de neve rubra, alvo e sangrento.
Nada poderá resistir a tamanho frio.
Não há flor que resista a tão grande nevasca.
Terei de esperar,
esperarei a primavera voltar
para minhas flores desabrocharem.
Tentarei viver no conformismo
foi o que escolhi.
Foi um engano de minha alma desvairada,
queimou e agora é fogueira de cinza apagada.
Logo ela que tanto calor gerou.
O que eu fui,
o que eu era,
o que era meu
e o que nunca foi,
vestiu-me de saudades e partiu,
desapareceu na noite escura,
sem lua, deixando-me perdido.
E foi ao longe, bem longe,
que uma claridade me encontrou e a segui,
com a ansiedade dos náufragos,
e encontrei uma nova luz,
que me trouxe calor,
que me trouxe vida,
que me trouxe a paz,
apesar da guerra que vem junto com esta luz,
mesmo assim me sinto bem,
confortado, tranqüilo, acalmado.
Esquecerei a doce agonia de ter de te esquecer.
Esquecerei a doida vontade de ter de te esquecer.
Tínhamos sinas contrarias, e não percebemos.
Tenho, nos olhos fechados,
aquilo que agora abracei,
que beijei e os guardo assim,
dentro de mim para sempre,
mesmo que o sempre seja efêmero.
Meu corpo, alma e coração são seus,
só seus, a partir de agora.
A ti os entreguei com orgulho
e um sorriso nos lábios,
pousei em tua mão minha alma
agora cuida dela.

Desejos

Meus desejos são grandes
não cabem nos mares, nem nos céus.
Eles são como o crepúsculo,
de uma tarde de verão,
a arder no céu,
parecendo chamas.
Não assustes meus sonhos,
acolhe-os em teu peito
e deixa-os dormir em paz,
Num dia lindo,
DEUS me fez seu
e te fez minha.
Não de imediato, não.
Teve toda uma teia
urdida pela vida,
tramada pelo destino,
que nos prendeu de tal forma
que não conseguimos mais escapar,
somos presas de nós mesmos
de nossas ânsias,
de nossas buscas,
de nossa mentiras.
Minha boca tem fome da tua,
meus olhos só tem os teus.
Deixa-me andar o seu caminho,
por toda a vida,
devagarzinho,
até a morte me levar.
Que meus versos de amor
sejam eternos por toda a eternidade.
A Deus não peço muito,
só meus sonhos
que já são grandes.

Vem Amor.

Ando tonto a tua espera.
E tonto fico quando te encontro.
Pouso, em tua boca ardente,
um beijo crente,
um beijo indecente,
desprovido de tudo,
só levando ao prazer
de toque de lábios fugidios.
Vem, amor,
cola teus lábios aos meus
deixa-os nos levarem
para onde quiserem,
deixa a entrega acontecer.
Vem, amor,
cola teu corpo ao meu
deixemos nossas peles
encontrarem o prazer da troca.
Vem, amor,
voa comigo
e depois de nossa volta,
dos mundos de sonhos,
nos tornaremos mais felizes,
mais completos,
mais amados,
pois teremos sempre um ao outro.

Sonho Alado

A um sonho alado,
que nasceu distante,
fruto de um momento de demência,
erguido no alto de uma montanha,
de uma montanha de loucuras,
em um instante de quimeras,
deixo eu para ele, meu sonho,
um longo beijo
que não chegou a ser dado
no seu tempo
e que foi guardado
e que não passou.
Meu coração é todo flor,
aberta, como na primavera,
a exalar perfumes doces,
e ter as cores mais brilhantes.
Vestes, amor,
a roupa dos campos
para que possa em ti
esta flor,
florir também.

Triste

Triste sou,
e passo a vida triste,
a procurar não sei o que.
Pobre de mim, nesta procura vã,
como caminhante errante,
vou errando na vida.
Não sei de onde vim
e nem sei para onde vou
e sem piedade outros riem
deste meu modo de caminhar.
Caçoam de meu modo de viver,
de minha procura errante.
Em meu peito tenho uma flor guardada
e a ela vou entregar,
quando o seu castelo encontrar,
e sei que o vou,
mesmo que toda minha vida
leve este meu caminhar.
Tenho, em meu andar perdido de um amor,
minha saudade a me sufocar.
Isto tudo vai terminar,
tem de terminar,
vai terminar
quando a encontrar.
Meus campos vão florir novamente.
Amarei a noite,
e o luar que me beija a face,
enquanto durmo.
Amarei o sol,
que aquecerá meu corpo
toda manhã.
Amarei a água,
que aplacará minha sede
e refrescará meu corpo,
Amarei o vento,
que me trará sons perdidos, distantes.
Amarei ainda mais meus sonhos
que se calaram por tanto tempo
e que poderá falar de coração para coração.
O que será sentido
e não se podia falar
será gritado para todo o infinito.

Querida

Não sei te dizer como és querida,
como és amada, como me fazes falta.
Não encontro palavras para descrever
o que sinto por ti.
Sei que vieste, sem hora, sem tempo,
mandada pelo vento,
marcada pelo destino,
vieste enfim cruzar meu caminho.
Agora que chegaste,
aninha-me em teu peito
e cala este meu sofrer,
tira-me dos pântanos da vida,
refaz meu coração,
mostra-me o caminho da luz.
Sei que não devo,
e não posso, falar de ti,
então converso com as pedras
que encontro no caminho
que me faziam tropeçar
e hoje são amigas
que me ajudam a construir um castelo,
o nosso castelo.
Falo com os pardais , lépidos,
que cruzam o meu andar,
como fontes mensageiras de vida.
Os meus gritos de amor entrego a eles
para que posam levar até ti
o que não posso dizer.
Entrego ao sol e ao vento
meus beijos mais doces
para que encontrem teu rosto
e ali se depositem.
Minha alma é uma procura sem fim,
uma chama a arder
sem encontrar o que queimar.
As vezes te sinto tão perto
e outras vezes tão longe,
e de quando tão longe ficas
depositas saudades em meu peito.
Muitas saudades.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Água Corrente.

Meus sentimentos são como água corrente
de um rio tortuoso,
leva-me a cantar cantos nunca ouvidos.
Este seu caminhar,
faz graça em meu peito,
faz arder o brilho da chama ardente
neste peito descrente.
Sou como folha de outono,
caída de uma árvore
em um parque abandonado, solitário.
Quando estou contigo
tudo é fogo, tudo arde,
não há nada que extingue
ou farte em meu corpo,
mas também há a paz.
Junto a ti sou como lagoa calma,
reflito o brilho de uma lua cheia,
deixo pratear minhas águas.
Sou brisa leve
a roçar levemente as folhas dos campos.
Ouço os teus passos, estendo-te os braços,
sinto seu perfume a encher meus pulmões,
a desanuviar meus desalentos, os meus cansaços.
Tudo é divino e santo, nada é pecado,
o mundo passa a ser um jardim de encantos.
Prende-me todo amor, prende-me bem,
deixa-me arder em teu corpo
e entrega-me ao sonho justo.

Posso!?

Posso até, na vida,
amar a outras mulheres,
escrever outras palavras,
talvez belas,
compor outros versos
de dor e de amor.
Posso até, na minha vida,
mendigar novos sentimentos,
sonhar outros sonhos,
voar outros vôos.
Posso!?
Agora não.
Estou completo.
Meu coração parece flamejar,
a arder a brasa do amor.
Sei lá quem sou, um louco, um tonto,
um sonhador perdido neste mundo irreal,
um doido que partiu e nem sabe para onde vai,
mas se deixa levar pela insanidade de seu peito, e vai,
andando por um mundo de maldades e pecados
com sua inocência infantil
a procura de fantasias, de perdições.
Nestas minhas andanças,
pelos mundos dos meus sonhos,
encontrei os olhos de meu amor
que são fontes inesgotáveis de prazer,
e por eles abandono tudo,
os meus castelos,
os meus tesouros,
tudo que tenho
para um novo recomeço.
Sigo-os pela a vida,
pela minha vida,
tentando esconder
os meus desejos,
ocultar de mim
o que mais belo possuo,
tentando esconder de todos
a felicidade de amar.

Escrevendo

Não estou conseguindo mais escrever.
Sempre escrevi sobre um sonho,
distante, inalcançável,
agora não estou conseguindo escrever.
Não que meu coração tenha endurecido
ou que minha mente esteja árida de idéias.
Não, não é isto.
Acho que sosseguei.
Um anjo torto encontrou o outro anjo torto.
Meus sonhos, não estou conseguindo pensar neles,
estou ocupado constantemente com sua presença
e não tenho mais tempo para sonhar.
Será que você seria a realização física de meus sonhos?
Será que você é a encarnação de minhas ilusões?
Sinto falta de escrever, de sonhar o impossível.
Os sonhos agora são outros,
mais estáveis, mais palpáveis, mais pé no chão.
As idéias surgidas são outras, mais de futuro, sólido.
As apreensões agora são outras,
mais preocupantes, sim,
pois sabemos de nossas capacidades.
Vamos levando assim,
acreditando que tudo é um mar de rosas,
sempre nos enganando.
Mesmo encontrando espinhos
que nós mesmos colocamos
com nossas desconfianças mútuas.
É um olhar não dado.
É um telefonema não atendido.
É um confiar desconfiando.
É pele, muita pele.

Anjos tortos

Nas minhas andanças
pelos caminhos tortos da vida
encontrei você,
atirada sobre mim por um vento forte
que fez com que fechasse os meus olhos
e quando os abrisse te visse.
As minhas andanças eram tortas
e não sei porque deixei me levar por este vento.
Nas nossas conversas
descobrimos que ambos somos anjos tortos,
talvez um seja mais ou menos ou tanto torto quanto o outro.
Isto gerou insegurança, ciúmes e depois confiança.
Hoje estamos juntos,
não nos desgrudamos,
a força da presença constante fala mais alto do que tudo.
Queremos estar juntos,
ainda que separados,
fazemos questão deste contato,
a necessidade de se falar, de se ver,
fala mais alto que tudo
e nos arriscamos.
E estes riscos podem levar a perdas,
a mágoas,
mas mesmo assim o fazemos.
Como será que conseguiremos viver
com a desconfiança constante um do outro?
Armamos o tempo todo,
mentiras, encontros forçados,
e muito amor,
é só isto que temos.

Porquê faço isto comigo?

Porque faço isto comigo?
Porque não posso confiar nos sentimentos?
Porque só me faço magoar?
Porque só te faço magoar?
As perdas passadas andam comigo como sombras errantes
Preciso livrar-me destes fantasmas
que atormentam minha alma
e seguir o meu rumo, o meu futuro.
Tento acreditar no que diz meu coração, mas o temor é mais forte
Por isto sofro, choro, mesmo sem querer chorar.
Demonstro minha fraqueza e insegurança diante de ti.
Posto-me a teus pés, como escravo obediente,
esperando a qualquer momento um açoite de seu chicote bravio e feroz.
Você não me chicoteia, pelo contrário, me faz agrados, me faz bem, me traz a paz.
E eu, pobre tolo e inseguro, sempre aguardo o pior.
Acho que não te mereço.
Acho que não mereço te ter.
Acho que o meu destino é vagar sempre só,
pelos mundos obscuros, juntos com meus fantasmas.
Meu amor, perdoe, ou pelo menos tente, esta criança, chorona, insegura
que coloca uma armadura achando que está protegido de tudo e de todos
e vai ao mundo para sofrer.
Você é uma ótima pessoa, me faz bem, me faz muito bem quando estou contigo.
As culpas são minhas, só minhas, e tenho que conviver com elas.
Choro por te ter, choro por não te ter, choro por não poder falar contigo, choro demais
para quem só quer viver um amor. Puro, inocente, infantil.
Quando digo que não tenho nada a te oferecer, além de minha dor é disto que falo.
Quem já perdeu, pelo menos uma vez, sabe do que falo.
Quem nunca perdeu não saberá dar valor as palavras que escrevo.
Te amo e pensei nunca mais sentir o que sinto.
Desculpe fazer você chorar, você sofrer, você não merece tais sentimentos.
Queria te dar somente amor, muito amor e espero poder continuar te dando.
Me queria sempre, pois te quero também.
Eu só desconfio, sempre achando que acabou, que um vento passará e te levara de mim.
Você já deu-me provas que é só a mim e mais ninguém que desejas, eu tolamente não consigo acreditar, porquê? Porquê gosto de sofrer?
Tenho de crescer, deixar este lado infantil, de querer ser dono de tudo que não me pertence.
Hoje estou carente, triste, com muita vontade de chorar.
Vou tomar um banho e chorar, para minhas lágrimas juntarem com as águas do chuveiro e irem pelo ralo.
Lágrimas desperdiçadas.
Lágrimas que não deveriam estar caindo.
Lágrimas de insegurança.
Lágrimas de perdas de um amor, que não foi perdido.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Paixão

Paixão...
Ah.. a paixão.
Este redemoinho de emoções
que invade e toma nosso corpo e alma
nos lançando em aventuras inesquecíveis.
Que nos faz sentir saudades a cada cinco minutos.
Que nos faz bobo, crianças
que de tudo ri e que tudo está bem
quando estamos juntos.
Que nos leva a inconseqüências,
as vezes desastrosas.
Que nos faz perder o medo do absoluto,
do real.
Que nos faz sentir só,
mesmo no meio de uma multidão,
quando estamos juntos.
A paixão é avassaladora.
Destrói tudo que construímos e que acreditávamos.
Nos faz cúmplices,
nos faz amantes no sentido real da palavra.
Nos atira em um mundo novo
pleno de emoções e sentimentos.
A paixão é um estágio antes do amor.
É o estágio do conhecimento,
sem se importar em se conhecer
É uma entrega, uma volúpia, uma loucura.
A paixão é um fogo
que incendeia dois corações,
que aquece duas almas,
que torna tudo mais bonito,
mais leve, mais colorido, mais suave.
Paixão...paixão de minha paixão
Te adoro mais a cada dia
Vem incendiar-me sempre que quiseres.

Insegurança

Minha princesa,
fruto do imaginário,
razão dos meus poemas,
a ti dedico-me de corpo e alma
por toda uma vida
seja ela de que tamanho for.
A ti entrego-me completamente
rompendo todos os tabus,
contra tudo e contra todos.
A ti só te posso oferecer meus sonhos.
A ti só te posso oferecer minha dor.
Nada mais tenho a te dar além de
meus sonhos, que são frágeis
como meu coração.
Minha querida não se iluda comigo.
Deixe-me só, com minhas ilusões.
Não embarque nesta viagem sem destino certo,
sem paradas para descanso.
Segue teu caminho,
trilha tua estrada que é bela.
Meu caminho é de desamparo,
de desassossego.
Tua estrada é cheia de luz
e tomei-lhe um pouco dela,
emprestado.
Meu caminho é enevoado
com muitas curvas perigosas.
Tu tens uma vida inteira pela frente
não queira dividi-la comigo
só terás insegurança.
Se quiseres ser minha,
somente minha,
esta coisinha toda linda
que ninguém mais poderá ter.
Prometo me entregar por inteiro
e nada mais existirá,
em mim,
além de você.

Quando eu me for.

O dia em que eu me for,
não chorem muito,
só por pouco tempo.
Deixem que eu chore
toda a falta
que sentirei de vocês.

Quando eu me for
sorriam e talvez consigam,
com seu riso,
abafar todo o meu pranto
por me separar de vocês.

Quando acontecer de eu me ir
procurem estar felizes
para que o calor desta felicidade
possa enxugar minhas lágrimas.

No momento de eu partir
se abracem
e assim estarão abraçando o pouquinho de mim
que tenho em cada um de vocês.
Assim eu me sentirei envolvido
novamente em seus calores.

Agradeçam a Deus e aos Seres de LUZ por mim
por deixar que eu os conhecesse
e pudesse conviver com vocês
durante um certo tempo.
E durante este tempo pude aprender
o que é o amor, a amizade, as paixões.
A compartilhar, a dividir,
a magoar, mesmo sem querer,
e compreender que a mágoa não leva a nada
só a mais mágoa.

Passeiem, me levam onde já estive
e onde nunca mais estarei
em corpo físico, mas sim em espírito.
Só peço que não lamentem,
não reclamem,
não mal digam.
Eu estarei tão perdido
quanto vocês
e necessitarei de toda a LUZ
que vocês puderem me dar
Procurem não sofrer muito,
pois assim sofrerei também.

A Ti

Posso até amar a outras mulheres,
conhecer novos amores,
viver outras vidas,
mas somente a ti posso sonhar
meus mais belos sonhos.
Somente a ti posso dedicar meus versos tristes.
Somente a ti posso compor meus versos de dor e de amor.
Tenho de tornar silêncio todo meu cantar.
Tenho de abafar meus gritos por ti.
Tenho de secar minhas lágrimas de saudades
antes delas caírem.
O meu corpo já está prometido a morte,
desde de que nasci,
mas minha alma não,
esta sempre será tua,
eternamente tua.
Além do meu sonhar mora a dor,
a dor da vida,
do desencontro,
da desunião,
do desassossego.
Porquê tenho nas mãos o que não é meu?
Porquê levaste-me a estes caminhos obscuros?
Porque me fizeste-me ver estrelas ao meio-dia?
Chegaste a mim como um sonho.
Deitaste comigo em meu caminho.
E partes como se nada fosses.
Deixando-me aqui perdido,
mais perdido do que já estava.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Luz

Agora só quero colher os lírios nos campos,
com calma e serenidade.
Não quero amores aventureiros
e nem que ventos que me levem para novos ares.
Tolhe-me as asas.
Apara-me os sonho.
Deixe-me não mais voar tão alto.
Faça com que fique sempre junto a ti.
Amor, meu amor.
Prende-me em tua jaula da carne,
aprisiona-me em teu peito,
condena-me a tua prisão perpétua.
Não me deixe mais sozinho
perdido neste mundo escuro e tenebroso
da insegurança e do desamor.
Faz de mim um ser de tua luz,
leva-me contigo por teu caminho
e tentarei trilhá-lo da melhor maneira possível.
Sê minha voz e meu viver.
Ordena-me nas tuas ordens.
Faz-me teu rei e teu escravo,
assim tornar-me-á feliz
para sempre.

Um dia

Um dia serei só pó, cinzas,
lembranças de alguém que passou
e deixou um mundo de ilusões e irrealizações.
Que deixou sonhos por acontecer,
pois não adormeceu o suficiente,
não soube dormir e repousar tranquilamente.
Meus beijos, que eram teus,
estarão perpetuados em meus versos.
Meus abraços, que sempre foram teus,
estarão perpetuados nas lembranças que terás de mim.
Vou querer voltar, mas não saberei como,
não saberei por onde vim e nem para onde vou.
Serei só uma sombra,
uma lembrança de um passado doce,
uma doce lembrança em ti.
Canta minhas canções que deixei em teu coração
E as cantarei também, esteja onde estiver.
Irás, com certeza, conhecer alguém,
talvez tão bom quanto eu, ou até melhor,
que possa te dar as felicidades que não pude,
que possa te dar os amores que me foram tolhidos,
que possa te levar a outros mundos mágicos
como os que eu conheci,
como os mundos que você levou-me.
A este alguém não fales de mim,
não digas sobre minha existência,
esqueça de dizer-lhe como eu era,
pois eu sou um só, um só ser,
que deixou lembranças,
e levou lembranças fortes.
Levarei a ti, guardada em meu peito,
Como a mais doce memória de vida,
Como um sonho,
Como uma deusa,
Como uma fada, encantada.
E saberemos, só nós dois,
O quanto de cumplicidade tínhamos,
quanto de confiança dedicamos
Quanto de amores trocamos.

Vento

Nos meus versos guardo os beijos que não te dei
E que não foram perdidos
Estão perpetuados no papel.
Pedi na vida algo que não podia conter,
não podia controlar,
e ela deu-me.
E agora? O que faço?
Minha vida era um mar
sem marés, sem ondas
com barcos com as velas rasgadas
em um local de calmarias.
Eis que a vida dá-me vento.
E o vento cria ondas, enfuna as velas,
faz com que os barcos queiram navegar.
Tento consertar as velas rapidamente
para aproveitar este vento benfazejo,
pois não sei até quando ele soprará a meu favor.
Este vento é mágico, como uma noite de luar.
Traz felicidades, risos, inconseqüências.
Traz a adolescência de volta.
Pus minhas ilusões neste vento
E ele as levou.
Quando este vento se for,
Soprar em outros mares,
Chorarei baixinho,
Tentarei conter minhas lágrimas
Para que ele, mesmo ao longe,
não perceba o quando necessito dele.

Hoje

Hoje não quero falar de nada
Não quero falar de sol e nem de lua
Não quero falar das flores
com toda sua beleza e perfume
e nem dos sabores e gostos da fruta madura.
De estrelas e grama molhada nos pés também não.
Não quero nem falar da sua beleza
e nem do seu carinho
e nem do meu amor por ti.
Hoje quero ficar em silêncio,
só te olhando,
como se fosse uma estátua,
cinzelada no mais puro mármore,
admirando-te em total silêncio
deixando toda sua beleza inundar meu ser,
afogar minhas mágoas.
Para no dia em que você se for
eu possa ter esta bela imagem
e todo este carinho
guardada em mim para todo o sempre.

Fome

Tenho uma fome dura e cruel de escrever
sobre amores perdidos,
amores não vividos.
Não sei se já os encontrei e perdi
ou se ainda vou encontrá-los.
Não sei já te encontrei e não vi
ou se já estou contigo e você não me vê.
Não devo ficar assim minha vida inteira
nesta busca frenética por uma utopia.
Ando a procura do que não sei.
Seria mentira dizer que te amarei por toda minha vida,
pois minha vida é muito curta para conter todo este amor.
Estes anseios, de amar intensamente,
só me levam a tropeçar nas realidades da vida
e estes tropeços jogam-me ao chão cada momento.
Tenho tantas almas dentro de mim e não as comporto.
Cada uma delas quer viver seu momento
suas paixões,
suas vidas,
seus mistérios
e eu é que sofro com isto.
Sou alguém que veio ao mundo em busca de uma paixão eterna,
um amor verdadeiro, de entrega total
e que nunca o encontrou.
Acho que não existe este tal de amor eterno
ou existe e não quero admitir que não soube vê-lo ou reconhecê-lo
para não admitir meu fracasso em não ficar com ele.

Meu Livro.


Este é meu livro de dor e de amor.

Manuseia-o como se fosse uma flor,

delicada, com cuidado e carinho.

Anseie as minhas ansiedades,

sonhe meus sonhos,

viva minhas vidas,

ame os meus amores.

Deste livro levarás esperanças e saudades,

também um pouco de anseios e dores,

sonhos e mais sonhos,

muito amor e muito carinho de minha alma.

A você leitor de meus sonhos,

não descrimine,

ou tente entender o que diz uma alma

levada por um vento forte em várias direções

como se fosse um pedaço de papel em um redemoinho.

Deixe-se levar

e acabarás descobrindo

que sua alma também pode sonhar.