quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Sessenta anos





Daqui a pouco farei sessenta,
Sorrindo como quem ama.
O corpo ainda aguenta,
Só reclama a noite na cama.

Tem algo estranho aqui,
Um pouco de dor  em centelhas.
Me viro como Davi,
Cuidando de minhas ovelhas.

A mente ainda voa,
Buscando o que não vem.
Afinal não é a toa,
Que velho vira refém.

Velho? Será que envelheci?
Ou somente a vida cansa?
Será que sobrevivi?
Ou a morte me alcança?

Nem quero saber,
Destas coisas do tempo.
Vou vivendo só querer ,
O que manda o pensamento.

E lá não tem idade,
E nem nada para atrapalhar.
Só mora um pouco a saudade,
E a vontade a me tocar.

Tanto faz sessenta,
ou o que ainda vier.
A vida só recompensa,
quem nela se mantiver.

Seja bondoso com todos,
e paciente também.
Afinal anjo raivoso,
não vive no céu de além.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Um bom dia





Que hoje ao acordar,
Possas ver uma flor se abrir.
E o seu dia alegrar,
E que te faça sorrir.

E a flor singela,
Para você se abrirá.
Tentando ser tão bela,
Como quem a esta  a olhar.

Nesta troca de favores,
Fico eu a ganhar.
Com a beleza das flores,
E a sua a me amar.

sábado, 26 de outubro de 2013

Grita idiota !





O idiota dentro de mim,
Não me perdoa jamais.
Troquei um quilo de carmim,
Por algo que não satisfaz.

Havia tanta coisa bonita,
Só coisas que  satisfaz.
Era um corpo sem ferida,
Um corpo que não tem jamais.

Tinha música, tinha letra,
E suavemente cantava.
Hoje vive numa greta,
Com a alma esfolada.

O idiota era pleno,
No meio de coisas partidas.
O medo se fez sereno,
Com medo da despedida.

Agora o idiota grita,
Até não poder mais.
Como se fez só ida,
No tempo de lá de trás.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Na rima






Eu na rima vou andando,
Fazendo o que tanto faz.
As palavras vou juntando,
Rimando menos com mais.

Se rima boa tivesse,
Um poema sairia.
Havendo o que houvesse,
Seria mais uma fantasia.

Achar fácil a rima,
Seria uma coisa bendita.
É como encontrar uma mina,
Repleta de celestina.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Poema sem fim






Tentei uma rima formar,
Ela não obedeceu.
Danei então a reclamar,
Com a rima que apareceu.

Tentei falar de rosa,
De céu ou então de mar.
Tentei dizer em prosa,
Mas não dava pra encaixar.

Não sei o que havia,
De errado nestas linhas.
Parecia uma rinha,
Não com galos e sim galinhas.

Não adianta tentar,
Escrever o que não sinto.
Se a rima um dia chegar,
Este poema eu findo.

domingo, 20 de outubro de 2013

Meio






Meio que vazio.
Meio que cheio.
Meio que um rio.
Meio que esteio.

Meio que morto.
Meio que vivo.
Meio que solto.
Meio que riso.

Meio que  ando.
Meio que falo.
Meio que canto.
Meio que calo.

Meio que vejo.
Meio que olho.
Meio que festejo.
Meio que molho.

Meio que tudo.
Meio que nada.
Meio que uso.
Meio que lata.

Meio que amo.
Meio que entrego.
Meio que reclamo.
Meio que renego.

sábado, 19 de outubro de 2013

Meu coração




Meu coração não sossega,
Ele insiste em debandar.
Eu o quero firme em terra,
Mas ele insiste em querer voar.

Sobre montanhas voa,
esquecendo onde é o mar.
Ele parece até a toa,
Que insiste em seu sonhar.

A ele já muito disse,
coração fica devagar.
A vida não é só crendice,
Você pode me machucar.

Ele me olha risonho,
com seus olhos a brilhar.
Vista sua roupa de sonho,
e vem comigo dançar.

E lá vai ouvindo tango,
ou Almir para relaxar.
Em meu corpo é só encanto,
e eu me deixo levar

E assim viro menino,
esquecendo o que fazer.
Deste sonho só termino,
é no dia em que morrer.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Poema Órfão





Eis que nasce completo,
Mais um poema do artista.
O que era analfabeto,
Agora é capa de revista.

Eu tento, me ajeito,
E não me sinto bem.
Não que eu o  rejeito
Ele que me trata com desdém.

Já nasce morto,
Nos seus mínimos detalhes.
Age como sem rosto,
Figura de entalhes.

Os guardo desde pequeno,
a sete chaves trancado.
De repente vem pleno,
rompendo como acuado.

Sua história é triste,
cheia de dor e lástima.
Nem ele mesmo resiste,
e se acaba em lágrimas.

Já nasce sozinho,
este órfão poema querido.
Talvez um dia no ninho,
possa ser de todo sentido.



quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Calmaria.

Ouvindo Air, de Bach, me vieram estas palavras e resolvi fazer esta montagem.
Voe comigo. . . .vem.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Talvez um dia






Talvez um dia te pegue,
E te deite do meu lado.
Talvez um dia não negue,
E se deixe esparramado.

Talvez um dia te cite,
Tudo aquilo que foi escrito.
Talvez um dia eu grite,
Não me trate como bandido.

Talvez um dia te beije,
Com  a ternura de sempre.
Talvez um dia rejeite,
Esta  imagem só aparente.

Talvez um dia me cale,
E fique só te olhando.
Talvez um dia repares,
Que eu vivo te amando.

Talvez um dia talvez,
Isto possa ser etéreo.
Talvez um dia talvez,
Eu não viva tão aéreo.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Velho poeta





Velhos poetas não falam,
Só observam de longe.
Sua dor somente os calam,
E abre seus horizontes.

Como o vento,
que entra sem pedir.
Mora na boca o lamento,
de não poder sentir.

Vai que um dia consegue,
viver o que foi imaginado.
O mundo velho desaparece,
e ele então é coroado.

Passa a viver como rei,
com a rainha escolhida.
Isto não pode eu sei,
vai mudar toda uma vida.

Na boca o gosto dos versos,
que no papel ele deita.
Como enorme ser perverso,
largado ele lá os deixa.

Um dia vai vir ele  sabe,
em que no paraíso irá morar.
Em seu peito todo cabe,
este mundo de sonhar.

sábado, 12 de outubro de 2013

Pétrea Marca






É hora de dizer adeus,
Por mais que seja dolorido.
Levarei os trapos meus,
Pelo tempo já poidos.

Minha pequena menina,
As lágrimas não me deixam falar.
Meu sentimento é sovina,
Não me deixa me entregar.

A dor da separação,
Irá se transformar.
Em um arco-íris de emoção,
E irá nos libertar.

Você é mais que um anjo,
Que o céu mandou para mim.
Eu sou só um desarranjo,
Um destruidor sem fim.

Eu ainda te sinto aqui,
Batendo forte no peito.
Nem fazendo haraquiri,
Este amor vai tomar jeito.

O adeus tem de haver,
Embora com dor intensa.
Para podermos sobreviver,
A razão já não agüenta.

Um caco vai ficar,
Cravado como marca eterna.
Nunca o irei arrancar,
Esta dor é fraterna.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Viva para sempre





Viva para sempre.
Não morra jamais,
Não quebre esta corrente,
Não me deixe para trás.

Eu lembro do jeito,
Que costumava ser,
Nosso amor era perfeito,
Eu sempre junto de você.

Éramos dois sonhadores,
Voávamos como pássaros.
Éramos anjos de amores,
Éramos dois seres raros.

Sob o sol ou sob a lua,
Nosso amanhã era eterno.
Nossa carne era crua,
O prazer não tinha inverno.

Viveríamos para sempre,
Um junto sempre do outro.
No corpo, alma e mente,
Não haveria nenhum aborto.

As palavras sussurradas,
No calor de um abraço.
Estão como tatuadas,
Me lembrando cada passo.

Viva para sempre,
Não morra jamais.
Serei um ser doente,
Se você não existir mais.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Muito de Nada





Nunca morre,
a vontade de te ver.
Quem é que me socorre?
A lembrança de você.

Os olhos conseguem enxergar,
o que não tem para se ver.
Conseguem até imaginar,
Eu andando com você.

Palavras perdem sentido,
tudo gira ao meu redor.
Sou como anjo caído,
só conduzo do pior.

Meu caminho dá voltas e voltas,
sem chegar a lugar algum.
Caminhar por ruas tortas,
não é para qualquer um.

Estas soluções não resolvem,
o problema aqui dentro.
Elas, como gotas escorrem,
transbordando sentimento.

Alguma coisa me faz pensar,
como posso me prender assim.
Preciso me libertar,
dar um fim enfim.

Tenho muito de nada,
e isto é muito ruim.
Envolto em contos de fada,
acabo me perdendo de mim.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

domingo, 6 de outubro de 2013

Tá Tudo





Tá tudo diferente,
Ta tudo decidido.
Nunca tudo realmente,
Neste mundo está perdido.

O pranto tá quebrado,
A lágrima não secou.
Coração tá magoado,
O abraço se acabou.

A alma tá ferida,
Vivendo na solidão.
Saudade tá espremida,
Pela mão forte da razão.

O corpo tá desgastado,
De tanto querer tentar.
Na boca tá amarrado,
Um grito de te amar.

Tá tudo decidido,
Tá tudo enterrado.
Tá tudo tão morrido,
Tá tudo tão matado.


sábado, 5 de outubro de 2013

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Amores Clandestinos





Amores clandestinos,
São os que não buscamos.
Somos jogados pelo destino,
E por eles nos apaixonamos.

Adoramos suas feridas,
Choramos por eles demais.
Suas dores não são  partidas,
Levamos para nunca mais.

São os que mais deixam marcas.
São os que mais machucam.
São os que mais deixam amarras.
São os que mais deseducam.

Passamos por eles na vida,
Mesmo que não queiramos.
São os que nos causam feridas,
São os que mais amamos.

Amor clandestino,
Que meu caminho cruzou.
Me levou ao desatino,
Foi você que me marcou.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Tudo que se quer, mulher.





Tudo que se quer,
Mulher.
É poder surpreender,
Pra ver,
Seus olhinhos a brilhar,
oi lá,
seus olhinhos a brilhar.

Tudo o que se quer,
mulher,
é poder ver e mexer,
pra que,
pra você só suspirar,
vem cá,
pra você só suspirar.

Tudo o que se quer,
Mulher,
É te amar intensamente,
Pra gente,
Ter a vida aproveitar,
Amar,
Ter da vida aproveitar,

Tudo o que se quer,
Mulher,
É viver bem coladinho,
Juntinho,
Com abraços e beijinhos,
Sozinhos,
Muito abraços e beijinhos,

Tudo o que se quer ,
Mulher,
É poder gritar bem alto,
Num palco,
Eu te quero só pra mim,
Assim,
Eu te quero só pra mim,


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Eu apenas queria que você soubesse.

Esta foi uma pequena homenagem a, para mim, um maiores compositores da música popular brasileira.