segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Hoje aprendi

Hoje aprendi que calma
é fundamental.
Aprender a se controlar,
ou deixar que uma força superior
te controle
e não brigar com ela,
é essencial.

Hoje aprendi que a vida é muito bela
e por mais que dificuldades
nos apareçam,
devemos levantar a cabeça
e enfrentá-las.

Hoje aprendi que
minhas dores não são nada,
que minhas desilusões são passageiras,
que minhas ânsias só existem em mim.

Hoje aprendi a receber um vento no rosto,
e mesmo que ele traga
algumas pequenas pedras
e estas te caiam nos olhos,
ótimo, limpe seus olhos
e volte a enxergar.

Hoje aprendi que ter amigos,
pessoas que se preocupam
contigo é maravilhoso.

Hoje aprendi a cantar,
mesmo que seja um canto de sereia,
cante não deixe a oportunidade passar.

Hoje aprendi que estar vivo é ótimo
e que não estar sozinho é melhor ainda.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Mil

Quase mil visitas, nunca pensei que chegaria a este número.
Comecei a postar por brincadeira, para deixar um pouco de mim,
do que penso, do que sinto, do que se passa nesta cabeça doida.
E a coisa cresceu, para alegria de uns e não tanta alegria para outros.
Mas, tanto a um alegre, quanto a outro não tão alegre, agradeço
por partilhar de minhas palavras, sonhadoras, infantis, tristes,
palavras que possuem asas, asas descartáveis que são deixadas de lado
a cada fim de um novo poema.
Não pretendo e nunca pretendi, ser um escritor, não, longe de mim,
sou somente um escriba.
Mil.....mil coisas, mil vezes, mil emoções, mil lágrimas, mil....
Mil beijos a vocês que aqui estiveram.
Mil abraços para os que passaram ao lado.
Mil vezes obrigado pela visita, e volte sempre.

Older

Aconchego

Vem...
Aconchega em mim,
Deixa sentir um pouco de teu calor
em meu peito.

Vem....
Aconchega seu corpo no meu,
encaixa direitinho,
e passaremos a ser um só.

Vem....
Aconchega seus sonhos nos meus
para que possamos viver
nossas fantasias juntos.

Vem...
Aconchega seu lábios nos meus,
lentamente deixa que eles se descubram
e fiquem procurando se aconchegar.

Vem....
Aconchega....
Só aconchega.....
e não fala nada mais.

Sempre quis

Sempre quis te dizer,
em forma de poemas
ou de palavras soltas,
o quanto é grande
o amor que sinto,
acho que não consegui dizer muito
ou então escrevo complicado demais
para você entender.
Algumas vezes
pensei em dizer
Te Amo,
outras pensei dizer
Te Amo Muito.
E te disse,
já que nas minhas palavras
você não percebeu.
Em forma de pensamento,
em gestos carinhosos,
em pequenos agrados,
em presentes,
em flores,
mas de nenhuma forma
percebeste.
Agora não clamo
ou exclamo mais,
só te olho,
nos olhos,
e digo
Te Amo,
no olhar.

Day after

Após as bebidas e comemorações, quero ficar do tamanho da paz.

Vendedor

O que sou?
Além de viver
de meus sonhos e encantos,
eu os espalho por todos os lugares
em que passo,
na esperança de que brotem
em sonhos e encantos
cada vez mais lindos.
Hoje eu deixo sonhos,
ilusões e romances,
a quem estiver disposto a receber,
a quem estiver disposto de ganhar
um par de asas,
e voar comigo
ou em meus caminhos seguir.
A minha vida
eu não troco por nada,
a minha felicidade não tem preço,
já coloquei preço demais nela
e a vendi muito barato.
Pode ser que para você
eu a venda por um troco qualquer,
ou até nem venda,
te dê ela todinha.
Olhando bem para trás,
vejo que sou péssimo negociante,
comprei muita coisa,
quase nada vendi,
quase nada troquei,
só doei,
doei muita coisa.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Hoje...só Cecília Meireles.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Amo-te.

Amei-te ontem,
Amo-te hoje,
Amar-te-ei sempre,
simplesmente assim,
te amo.
E de tanto te amar assim,
encontrei o amor total,
e deste amor total
fez-se o encontro mais lindo,
pronto, em teu corpo
me fiz presente,
e você, se fez
mais presente ainda
no meu.
Nos demos com tal encanto
que agora está difícil
nos separar-nos.
A saudade, de nós,
nos mata a todo instante.
A distância que nos separa
e rompida com um simples, alô.
Basta esta palavrinha
para nos colocar frente a frente,
um olhando no olho do outro,
um tocando no outro.
Vivemos,
como se estivéssemos sempre
cruzando pontes,
ou em um mercado persa
nos aromas das especiarias.
Embriagados de aromas
e distâncias.

Saindo

Vou tirar o luto,
não mais me vestirei de negro,
enxugarei as lágrimas ,
levantarei a cabeça
De nada adianta isto.
Segues manipulando,
Jogando-nos nos abismos,
e depois estendendo a mão
para ajudar.
Segues fazendo as cortesias
com os chapéus alheios.
Segues atuando
em seu palco iluminado,
é assim que gostas de se sentir,
sobre holofotes.
Não sabem, uns tolos,
que por trás
de uma grande peça teatral
existem os bastidores
que dão sustentação
ao que é apresentado
e que ao público tanto
se encanta.
Não quero deixar a raiva
tomar conta de mim.
Não quero deixar-me tomar
por gestos que irão provocar ira.
Não quero vingança,
quero viver
E ser feliz.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Fim

Nunca saberás,
de minha boca,
o quanto de mal
me fizeste.
Nunca receberás,
de meus olhos,
um olhar
de desprezo.
De meus braço
sempre espere
uma ajuda.
De minha boca
aguarde sempre
uma palavra
de afeto,
Em meus olhos
estarão reservados
sempre,
olhares de bondade.
Meu caminho
não é mais o teu,
eu me fui,
você se foi,
só ficaram as pegadas,
no chão de poeira seca,
que o vento
se encarregará
de apagar.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Confusões

Só existem confusões.
Toco poemas.
escrevo canções,
declamo teoremas.

Cheiro as jarras,
Corto as flores,
Me ato de amarras,
Me livro de amores.

Tudo porquê esqueci de mim.
Tudo porquê me dei a ti.
Tudo porquê deixei assim.
Tudo porquê me abati.

Mas no meio desta confusão
Me descobri,
Deixei livre meu coração,
Deixei de mim, tu partir.

Não olho o céu a noite,
nuvens escuras podem haver.
Prefiro lua e estrela resplandecer,
devo voltar a escrever.

Falar de mim,
Do que passei.
Falar assim,
Do que vivenciei.

Um dia, quem sabe perdida,
por uma estrada da vida,
um poema meu você possa achar
e dele ainda se encantar.

domingo, 23 de agosto de 2009

Estranho?

Afastei-me muito de mim.
Fiquei atrasando minhas coisas.
A confusão de estar perdido
me fez trilhar outros caminhos,
que não eram os meus.
Tento agora percorrer
o caminho de volta,
tentar me encontrar,
voltar a ter o meu caminho.
A verdade é que
não estou mais em mim,
estou em outro corpo,
a minha alma pode até
ser a mesma,
mas não me reconheço mais
quando me olho no espelho.
O que fiz comigo?
O que deixei fazerem comigo?
Durante um tempo
me fiz marionete,
manipulado ao gosto
do manipulador.
Será que alma ainda tenho?
Aos espelhos
não adianta quebrá-los,
sempre estarei refletido,
em um caco qualquer,
um ser que não sou eu,
um estranho ser.

sábado, 22 de agosto de 2009

Corações distantes

Não deixarei a mim,
quando não mais
estiver aqui.
Deixarei minhas palavras,
simples, doces, ávidas.
Deixarei as minhas palavras,
tristes, saudosas, sonhadoras.
Deixarei aqui,
ou em qualquer outro lugar
que não seja o meu coração,
as minhas palavras ficarão.
Algum dia, alguém as lerá,
e perguntará,
Porquê tanto sonho?
Porquê tanta dor?
Porquê tanta solidão?
Porquê tanto amor?
Será que ninguém conseguiu
compreender estas palavras
e aplacar esta angústia toda?
Então, lhes falarei agora, sim!
Minhas palavras foram compreendidas.
Minhas palavras foram bem-vindas.
Minhas palavras foram acolhidas.
Minhas palavras foram vividas.
Só que por corações distantes,
corações que sempre estiveram
do meu lado,
mas não no plano físico.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Os sinais que te dei,
em nosso silêncio,
não foram percebidos,
e a ausência nossa
trilhou nossos caminhos.
Nossos olhares
já não mais nos aqueciam,
nossas bocas
já não mais se suportavam,
nossos braços só se afastavam.
E mesmo sem querer
provei o sabor do fel.
Curiosamente
sinto-me libertado
deste nó que eu mesmo dei,
mesmo tendo este nó
apertando o meu pescoço,
sinto-me liberto.
Danço a dança
que não queria dançar,
ouço as vozes que se afastam
de mim cada vez mais.
E mesmo preso
sob milhares de pedras
sinto-me leve.
Não culpo ninguém,
a única culpa é minha,
só minha.
Aos que ainda gritam
para que eu os possa ouvir,
obrigado.
O meu amor
vocês sempre
o terão.

Resposta ao Tempo

Uma jóia de Aldir Blanc e Cristovão Bastos

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Tristeza

Não

tristeza
no
poema.
Não

tristeza
no
poeta.
Triste
é
o
mundo
em
que
ambos
vivem.

Inspiração

Hoje, se quisesse,
escrever um poema,
seria um poema louco,
pois rouco estou
de tanto calar.
Não vem a palavra final,
a que rimará em cada frase,
ficando o poema aberto,
como frase não acabada.
A agonia tenta me guiar
a escolher a palavras certas,
as que deveria usar,
mas o óbvio
está estampado no papel,
hoje minhas palavras
não querem falar.
Assim,
a voz emudece,
a tinta seca,
o papel amarela
com o tempo
e nenhuma palavra sai
para formar
uma poesia banal.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Conseguiu?

Você conseguiu
as minhas letras ler?
Você conseguiu
as minhas palavras entender?
Ou só era uma passagem
por aqui para embaralhar
minhas letras, palavras
e mente?
Já não mais escrevo para ti.
Agora escrevo para mim,
por mim,
minhas palavras agora
só revelam a sua
passagem efêmera por aqui,
como um tufão,
chegaste,
e a tudo destruiu.
Já não me lembro
do meu olhar,
pois ele se foi contigo.
Você conseguiu
destruir uma alma
e deixar um corpo
andando por mundos
sombrios e gélidos.
Sinto-me somente oco,
Rouco, de tanto falar
para os ventos
que nunca me escutaram
e somente levaram
minhas palavras.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Hercília

A uma pessoa muito querida que se foi prematuramente.




Mais uma perda,
já estou cheio de perdas.
Choro,
isolado em um canto qualquer,
sozinho debulho minhas lágrimas
transformando uma dor,
que não sabia
que iria sentir
por esta perda,
em uma incompreensão
do tudo que está acontecendo.
Choro uma dor
que achava
que não era minha,
choro as dores das Marias,
das três,
das que ficam
e da que vai.
O sentimento só melhora um pouco
quando te vejo,
cercada de luz intensa,
sorrindo.
Tenho a certeza
que assim estarás,
pelo anjo de bondade
que fostes
nesta pequena passagem nossa
por este mundo doido e doído.
Uma luz se apaga na Terra,
mas um anjo surge no céu
para nos proteger.
Fique ao lado de Deus,
reinando,
e olhando por nós.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Jeff Dunham

Estou meio que "pesado", então nada a postar, só para distrair um pouco . . . . .

domingo, 16 de agosto de 2009

Simplesmente linda e diz tanta coisa.

Eu apenas queria.....

Tempestade e bonança

As noites
estão perfumadas
com o cheiro doce
da dama da noite.
A lua se posta no céu,
cheia,
nos brindando
com seu brilho.
Escuto,
ao longe,
uma música suave,
fecho meus olhos
e te tenho,
como companhia,
ao meu lado,
a solidão já se foi.
A sensação de calma e paz
invade todo o corpo
e relaxo.
Consigo descansar
o corpo e a alma,
envolto que estou
em toda esta magia.
As tormentas se foram
por breves momentos,
eu sei,
mas logo, logo,
elas voltarão,
com mais força,
para tudo arrasar,
para tudo arrastar.

Não mais

Vou fechar
as portas e as janelas.
Não quero
que os ventos levem mais
as minhas palavras
ao teu ouvido,
já que você não mais
está aqui para ouvi-las.
Hoje, não mais
olharei para a lua,
olharei só
para as estrelas,
e os cometas
que rasgam o céu,
assim como
minha alma
está rasgada
com tua ausência.
Hoje, não mais
olharei os pescadores,
que partem
com seus barcos
e velas enfunadas,
olharei somente
as ondas
que batem nas pedras
tentando de todas as formas
ocuparem o seu lugar.
Hoje, deixei de ser eu
para ser somente sombra,
vestígio,
resquício do que fui
um dia.
Hoje, sou alma perdida,
luz sem sombra,
pássaro sem árvore,
fruto sem semente.
Hoje, sou resto
do que ontem fui.

sábado, 15 de agosto de 2009

Voltando

Viajo por uma estrada, tortuosa, voltando de mais uma aventura. Olhando, encantado como criança, pela janela as paisagens que passam rápido, rápido demais para se guardar algum detalhe.
Vejo montanhas e mais montanhas, a maioria cortadas nas suas encostas por pequenas estradas feitas pelo homem para contorná-las, e que ficam, no corpo da montanha, como cicatriz, marcas deixadas pelo homem e o seu progresso.
Pequenas casas, simples, uma ao lado da outra formam uma vila, todas com antenas parabólicas no teto.
Parecem bocas famintas apontadas para o céu, como se buscassem alimento nas informações que chegam pelo ar.
Ao lado da estrada corre um rio tão sinuoso quanto a estrada, ora violento, ora mais calmo. As suas margens, vez por outra, surge um bambuzal a ser curvar sobre o rio, como se fizesse uma referência, um cumprimento ao rio, viajante ligeiro.
Fecho meus olhos para te ver melhor nesta estrada sinuosa que corta montanhas e vales, me levando de volta de um lugar também cercado de montanhas.
As casinhas se alternam, umas maiores, outras menores, indicando um poder aquisitivo diferente e não uma maior felicidade.
Crianças a beira da estrada acenam para os passantes, distribuindo alegrias e felicitações a quem quiser, pena que a janela está lacrada e não pude um pouco destes votos pegar, o ar-condicionado é mais importante.
Árvores floridas, só de longe, cheiro de mato nem pensar, isto fica lá fora, bem lá fora.
Acho que estou ficando velho, estas coisas começam a me incomodar.
Por quê não posso abrir a janela e sentir o vento fresco no rosto, como o cachorro que passa no carro ao lado esbanjando felicidade de ter este simples prazer.
O sol começa a se pôr, por detrás das altas montanhas, colorindo de um amarelo-avermelhado partes do céu.
Preguiçosamente o vejo ir embora e um azul acinzentado se derruba sobre a paisagem. Tudo parece parado lá fora.
Algumas estrelas se fazem surgir indicando o início da noite, a solidão se faz presente. Vejo no resquício da luz uma pequena cachoeira, perdida no meio da mata, águas rolam, como se fossem lágrimas rolando do alto da poderosa montanha. Choras porquê? Tenho vontade de perguntar, será que é pelo motivo que eu?
Algumas nuvens mais baixas aparecem, enlaçando o alto das montanhas como se fossem cachecóis, um cachecol que esfria e não que aquece.
A noite agora se faz completa, nada mais vejo lá fora a não ser uma outra luz pequenina, perdida no meio da mata cerrada indicando que ali há vida, me mostrando que por mais escuro que seja seu horizonte, se você olhar bem haverá uma luz, mesmo ao longe, basta caminhar em sua direção.
Chego finalmente a cidade grande, tudo é tão diferente, barulho demais, o ar não tem cheiro de ar, quero logo , logo, pegar a estrada novamente.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A quem amo

Em teu corpo
estão escritas
as palavras mais lindas
que eu possa ler.
Em teus olhos
as mais belas paisagens
se fazem presente.
Em tuas mãos
a suavidade das pétalas
é constante.
Tuas pernas
possuem caminhos
que me levam
ao paraíso.
Na tua voz
a mais bela melodia se faz,
como se fosse sinfonia
composta só para mim.
Na tua boca,
um mundo se faz
de cantos e risos,
de encantos e prazeres.
És sinfonia,
és paisagens,
és suavidade,
és poesia,
és um sonho,
que sonho
todos os dias
para mim.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O vento te trouxe a mim.

O vento, devagar,
trouxe para mim
o teu perfume.
Fecho meus olho
e te sinto aproximar,
mansamente.
Sinto tua respiração,
calma,
em minha nuca.
O toque de sua mão,
em meu corpo,
provoca uma descarga
elétrica em mim.
Me entrego totalmente a ti.
Procuramos um lugar
em que possamos
descansar nossos sonhos.
Abro meus braços
e te enroscas neles,
te sentes segura assim.
Sinto todo seu calor
e o seu temor.
Enlaço-te, bem apertado,
para que nunca
mais fujas de mim.
Nossos medos,
nesta hora,
se fazem de esquecidos.
E nesta entrega,
adormecemos,
balbuciando palavras de amor.
Um guardado,
no peito do outro,
seguros de tudo
e para sempre.

Canto

Canto o instante,
canto o momento,
canto de tudo,
canto sentimento.

Canto de amor,
Canto de paixão,
Canto de dor,
Canto de emoção.

Canto a vida,
canto a morte,
canto a canção perdida,
canto a sorte.

Canto a aflição,
canto a melancolia,
canto de adoração,
canto uma romaria.

Canto a ferida,
canto o ardor,
canto a ti,
meu amor.

E cada vez mais,
me encanto de ti.
Sem querer dizer jamais,
Te perdi.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Mudez

A minha poesia
nada mais falará.
A minha poesia
tornou-se muda.
Tudo já te disse.
A minha poesia
não vai anunciar
nada mais,
nem mesmo
minha morte.
Minhas palavras
não tem mais
sentido algum
se você não mais
as ouve.
O ninar dos sonhos é inútil,
é como embalar
criança morta.
Os movimentos
de minhas mãos
estão perdidos.
Só silêncios
serão agora
pronunciados,
mansamente.
Tenho tantos
pedaços perdidos
que será necessário
a eternidade
para junta-los.

Silêncio

Minha poesia dói.
Como a dor
de um galho
cortado de uma árvore,
silenciosa.
E no silêncio da poesia,
rói a solidão
o coração do poeta.
Não mais comporei,
nenhuma poesia lírica.
Chega!
É finito.
Não mais profanarei
as coisas
que eram nossas
e que você nunca soube
que eram.
Inventarei,
dentro de mim,
outras fontes,
pois não posso morrer
sem continuar escrevendo
ou se parar de escrever
morro.

Como um prego

Te olho
e não te vejo mais.
Você se foi com o tempo,
e eu fui ficando para trás,
meio sem importância,
é como se eu fosse somente
um prego na parede,
esperando o dia
em que novamente
um quadro pendurarei.
E mesmo sem aparecer,
e mesmo todos sabendo
que o quadro não estaria ali
se não fosse eu,
sou ignorado.
Só tenho de fazer o meu trabalho,
segurar os quadros
que a todos encantam.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Fragilidade

As asas estão fracas.
A ausência de alicerces
as deixa assim.
A fragilidade tomando conta de tudo.
Arrasto coisas
e pessoas para o abismo.
Tudo que toco
adormece no sono da morte.
Poída está minha alma,
e o outono é constante
em minhas árvores.
Carrego dentro de mim
mundos destruídos
por milhares de bombas atômicas.
Não existe mais
nenhuma vida nele,
nem minha poesia serve
mais para encantar.
Talvez somente meu esquartejar
te faça mais feliz.
A negação se torna palavra constante.
Á vida segue sem palpitações.
A morte nos convida
para a sua festa de despedida,
mas o que é a morte
senão simplesmente
uma ausência de vida,
mas para ter ausência de vida
não é preciso ser morto
basta estar morto.

Para Onde foi?

Para onde será que foram
todos os meus gritos,
e gemidos.
Todos os meus prazeres
e as minhas dores.
E também os teus,
e as tuas.
O ruído da chuva,
que cai de meus olhos,
a tudo embaralha
em minha cabeça.
Olho para você
e recebo o peso
que carregas
nas costas.
Em nosso caminho
as sombras rodeiam.
As noites são
sem luas ou estrelas,
o caminho é árduo
e cheio de obstáculos.
Áspera,
vai se tornado tua pele
não há mais o prazer
do passeio da mão
pelo corpo teu.
Endureceste brutalmente,
da porta para dentro.
O inverno chegou cedo demais
e o frio intenso só nos assola.
Não há mais o sol,
minhas asas estão congelando
e não posso mais voar
nossos sonhos.
Sou passarinho morto
sem mais a árvore
para pousar.

domingo, 9 de agosto de 2009

Para quem está longe.

Recolhimento

A vida
mesmo cura
a perda
de um amor.
Te sigo
como o sol
segue
ao girassol.
Te beijo
como a flor
beija
o beija-flor.
Te recolho
como as areias
recolhem as ondas,
por mais violentas
que elas sejam,
te acolho
mansamente.

sábado, 8 de agosto de 2009

Alma de Cristal

Sentia-me como a um morto
Minha alma foi se despetalando
de todos os meus sentimentos,
que tinha por ti.
Eles foram caindo,
e sendo pisados
pelo chão por onde passavas.
Jazia um corpo sem alma,
Andava uma alma sem corpo.
A fragilidade da dor
se fazia perene.
É preciso recomeçar.
É preciso ter coragem
para tal.
Tateio hoje em minha vida,
Cego ou em total escuridão
me encontro.
Sinto minha alma
se indo em um breve durar
de momento.
Minha alma
é como fino cristal,
quebra-se
a qualquer toque mais forte.
Ela está rachada,
há de se ter muito cuidado, agora,
para que não se quebre de vez.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Querer

Eu queria....
Eu queria poder
tomar banho na primeira chuva de verão,
na rua, sem ninguém achar feio.
Queria poder
brincar com a mangueira do jardim,
te dar um banho enquanto passas,
e sair correndo,
rindo feito bobo.
Queria poder
andar descalço na rua,
e que ninguém falasse
que sou doido.
Eu queria poder
sentar na calçada
e ficar vendo os carros passar,
sem receber nenhum “fino”
de um motorista sem respeito.
Queria poder rir alto,
a qualquer hora,
cantar, cantar o que quisesse,
sem ninguém fazer sshhhhhh.
Ah...como eu queria,
pegar a minha amada,
entre minhas mãos,
olhar bem fundo nos seus olhos,
e dizer tudo que está contido,
sem me importar quem está escutando,
ou se serei ridículo.
Queria eu poder
escrever uma poesia no céu,
com letras de nuvens,
cercadas de rosas,
vermelhas,
e pedir para os passarinhos
baterem suas asas
para ela chegar até você,
e te entregar.
Queria poder sonhar,
sonhos assim,
simples,
só sonhar.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Saudosismo

Estava hoje, a tarde, deitado na rede, que balançava preguiçosamente, pra e pra cá, e comecei a lembrar de minha infância, dura, sofrida, sem regalias, sem mp-3, nem tv de plasma,ipod, computadores, video-ganes, na realidade nem tv tínhamos, o pouco que víamos era na casa do vizinho e em preto e branco.
Éramos eu, minha irmã mais velha e meu irmão mais novo, que já se foi, eu era o do meio, criados em Del Castilho, bairro do subúrbio do Rj e uma boa parte dela em Várzea das Moças, um recanto de Niterói, onde meus pais tinham um pequeno sítio.
A vida era dura para meus pais, Sr. Wilson saia cedo para arranjar o que dar para as três bocas famintas que o aguardavam e só voltava tarde, muito tarde e D. Stella dava o jeito dela em segurar todas as barras do dia-a-dia da casa e ainda fazia uns serviços de costura para aumentar a renda familiar.
Nossa vida era simples, sem muitos recursos, mas nunca faltou comida a mesa, podia sim ter controle, sem abusos, para não faltar logo mais.
Brincávamos soltos, como passarinhos, brincadeiras de crianças, barrile, em que nos encondíamos e alguém tinha de procurar, garrafão, mãe-na-rua, carniça,partidas memoráveis de volêi com rede de barbante e bola improvisada, não se tinha dinheiro na época para comprar uma bola de volêi, pera, uva ou maçã, passar anel, partidas de futebol de botão, e não eram brincadeiras só masculinas as meninas também participavam de algumas, todos soltos, alegres, sem medo de violência, bala perdida ou de algum tarado ou traficante que iria nos fazer algum mal
Medo mesmo, só do Vermelhão, nossa como eu corria de medo dele, deixa eu explicar, na época de carnaval, alguns adultos colocavam uma fantasia de um boneco enooorme, deveria ter uns três metros ou mais, como se fosse um boneco de Olinda de hoje, e a fantasia era de um diabo, todo vermelho, com chifre e rabo, daí o nome vermelhão e ele andava pelo bairro assustando as criança, como morávamos no térreo quando o vermelhão passava vinha e colocava a cabeça pela janela da sala, ia lá dentro nos assustar, como eu tremia.
Este era o nosso medo, uma vez por ano, e só alguns dias, no carnaval.
Na Várzea, lá no sítio, era menos preocupante ainda, saíamos de casa e andávamos soltos o dia todo, juntos com algumas crianças amigas moradoras de lá. Tomávamos banho de rio, nus, meninos e meninas, sem nenhuma preocupação de que alguém pode tentar fazer alguma coisa com alguém, e tomávamos nus para não molhar a roupa e a mãe não perceber que estávamos no rio, roubávamos frutas nos quintais, mesmo tenho um quintal cheio das mais diversas frutas, cajus, laranjas, tangerinas, manga, jamelão, nossa era tanta fruta que nos perdíamos, mas íamos comer nos quintais alheios, o sabor era diferente.
Eram passeios e mais passeios, explorando toda a região de bicicleta, pescando nos rios, fazendo farofa de peixe, as vezes de passarinho também, tudo improvisado, com ovo roubado de algum ninho, na lenha e lata de goiabada.
Peladas no campinho, sempre a tardinha.
Amassar macega, ah....como era bom, explico, chamávamos macega a uma trança de cipós que cresciam entre várias árvores menores, então subíamos nestas árvores e ficávamos pulando, como se fosse uma cama elástica até amassar aquilo. Passeios de cipó, nem se fala, quanto foram dados.
Alfredinho, Adelson, Nazaré, Paulinho, Vitor, Leninha, Rose, Beto, Zé Branco, Zé Preto, naquela época não era pejorativo chama-los assim, Manuel, Clidinho, João Carlos, Ninho, Edinho, Robertinho, Renato, Lucio, Paulo Gordo, Jorginho, Junior, Marquinhos, Isabel, Marilene, Willian, Faz-me-Rir, e tantos, e tantos outros, mas estes eram os mais chegados, com quem sempre estávamos juntos.
O tempo foi passando, a infância se perdendo, crescemos, mudamos nossos focos, a vida se encarrega de separar estas fases.
Casa, filhos, descasa, casa de novo, descasa novamente, e nunca deixa de sonhar.
Não sei nem porquê estou escrevendo, mas me deu vontade de rever algumas fases de minha vida, fase boa, fase dourada, fase em que a preocupação maior era não se preocupar.
Hoje se um filho, já adulto, sai de casa para dar uma volta a noite, são tantas recomendações, quando chegar me liga, leva o celular, tá carregada a bateria?, tantas preocupações, tantos medos que nos colocaram nesta vida moderna que nem sei, ou melhor sei sim....................que saudades do vermelhão.

Sem Pressa

Hoje fiquei olhando o céu,
não havia lua,
só estrelas cintilantes,
mas estavam diferentes,
não cintilavam como antes.
Nuvens esparsas,
moviam para lá,
ao sabor dos ventos.
Alguns pássaros atrasados
voavam para os seus ninhos,
lentamente, guiados pelo instinto.
O sol já se foi, há muito,
e só eu fiquei olhando o céu,
todos já se foram.
Nas ruas,
movimentos apressados,
carros, gente, todos correm,
têm pressa, mas pressa de que?
De ir para casa?
Suas casas não irão fugir,
casas não fogem,
pessoas sim,
estas fogem.
Então acho que todos correm
buscando as pessoas.
Buscar pessoas........
seria bom se isto fosse verdade,
mais respeito,
mais carinho,
mais atenção,
se houvesse tudo isto,
ninguém precisava correr.

O Amor

O amor não possui calma,
o amor só possui alma.

Desatina a razão,
balança o coração.

De forma tal,
que nunca mais serás igual.

É um flash, um brilho
Uma vida nova, um novo trilho.

É leveza, é abnegação,
é doideira, é paixão.

Um amor é juventude,
é um mar de quietude.

É alma navegante,
é furor alucinante.

É virar criança,
é ter esperança.

Ser, um ser, saltitante,
e seguir adiante.

Assim como o amor constrói
O amor também destrói.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Solidão

Me abraço
de abraços vazios.
Vejo somente minha sombra,
para todos os lados que olho,
por isto a noite
sempre há uma luz acesa.
Converso muito
mudamente comigo.
Escrevo para mim
e não sei
o que vou receber,
nunca.
Caminho
em um caminho
cercado de ventos
que me querem carregar,
para o norte, para o sul.
Risos, choros,
as minhas lágrimas
não tem ninguém
para secar.
Mas não posso morrer,
tenho de viver,
ocupo-me das mais diversas formas
tentando preencher algo
sem preenchimento.
Um peito vazio
não se enche
com tarefas.

domingo, 2 de agosto de 2009

Adeus

Adeus.
Adeus é uma palavra
muito pesada para mim.
Ela não é igual a um
até logo,
bye-bye,
tchau,
to indo,
ou até um... Valeu,
como e diz por aqui.
Estas são palavras leves,
conduzem a um novo encontro
o mais rápido possível.
Levam você a ter a esperança
de que novamente terá o prazer
do reencontro.
Adeus, não,
adeus é.....
a despedida maior.
É você demonstrar
que não terá mais responsabilidades
sobre quem recebe o seu adeus.
É você entregar para Deus
os cuidados para com aquela pessoa
de quem você se despede.
Adeus é muito pesado,
pesado demais para ser usado.

sábado, 1 de agosto de 2009

Preenchimento

Calmamente
sopraste
em meus ouvidos
teu nome,
e me deixei levar
por esta brisa.
Palavras,
segredos,
nada mais
faz sentido,
tudo é cercado
de brumas,
de silêncios,
de mistérios.
Neste momento
as palavras
não possuem
mais nexo,
só essência,
essência
da vida.
O coração
nos diz
o que quer,
e agora fala
de um vazio
que precisa
ser preenchido,
com ou sem
fundamento,
com ou sem
razão.