quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Não queria





Não queria encontrar,
Mas encontrei.
Não queria olhar,
Mas olhei.
Não queria falar,
Mas falei.
Não queria encostar,
Mas encostei.
Não queria na mão pegar,
Mas peguei.
Não queria abraçar,
Mas abracei.
Não queria beijar,
Mas beijei.
Não queria namorar,
Mas namorei.
Não queria juntar,
Mas juntei.
Não queria morar,
Mas morei.
Não queria deixar ficar,
Mas deixei.
Não queira grudar,
Mas grudei.
Não queria largar,
E não larguei.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Fim






O veneno está na taça,
borbulhante de desejo.
E por mais que eu não faça,
Mais sorvendo-o eu  me vejo.

Pelos lábios ele escorre,
Vem queimando pela face.
Já não há mais quem socorre,
Quem segure o desenlace.

A mão tremula o segura,
Evitando o mal maior.
No coração uma fratura,
Não podia ser pior.

Em um gole eu dou fim,
Esvaziando toda taça.
Não mais rirão de mim,
Só a morte me abraça.

Jogado em um canto,
minha falta não sentirão.
Nem uma lágrima de pranto,
Acordará o velho coração.

sábado, 25 de outubro de 2014

Visão Utópica







Vai poeta sonhador,
Como se passarinho fosse.
Imaginando um mundo sem dor,
E só com pessoas doces.

Na verdade o poeta se engana,
Por não saber como lidar.
Com o que nos ares apanha,
E tenta no papel botar.

Sentimentos, emoções,
Sensações que não tem fim.
São brotadas aos borbotões,
E as despejam em mim.

Por não entender do que se trata,
Ou não saber com as guardar.
O poeta o coração maltrata,
E vai para um canto chorar.

Só ele sabe, na verdade,
Como lidar com esta dor.
É amor com toda vontade,
Que arrebata o sonhador.

Poeta . .  poeta . . .
Tente ser mais realista,
Afinal o que te resta.
Além da visão utopista.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Meu querer






Não quero te ter por segundos,
Ou como chama passageira.
Meu amor é mais profundo,
É coisa mais verdadeira.

Aventura é pra quem gosta,
De quem  não quer ser amado.
É um tipo de proposta,
Em que eu saio de lado.

Muito mais eu te quero,
Do que um simples suor e fim.
Quero te trazer  é a sério,
Aqui juntinho de mim.

Portanto não se esqueça,
Do que tenho para você.
E mesmo que eu não mereça,
É só seu  o meu querer.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Escancarando





A porta está aberta,
E a janela também.
Viver uma vida deserta,
Poxa, não é bom para ninguém.

Há caminhos que nos levam,
Por caminhos tão estranhos.
Tem paixão que nos carregam,
Nos mostrando seus tamanhos.

Sua foto na parede,
Parece estar de costas.
Nem um olhar  as vezes,
Para quem tanto te gosta.

Por isto vou abrir,
Até mesmo escancarar.
Para o que tiver de sair,
Ou talvez até entrar.

Depois faço a faxina,
Escolhendo o que guardar.
Por isto a vida nos ensina,
A nem sempre acreditar.

Quem sofre é quem se dá,
Para um outro coração.
Para depois querer voltar,
E trabalhar com a razão.

sábado, 18 de outubro de 2014

Poesia Viciosa






A minha poesia é fuga,
Das mais estranhas  que conheci.
Deixa a cabeça maluca,
E o coração tentando sair.

É um vicio danado,
Falar do que se imagina.
Viver este mundo sonhado,
É a mais puro fantasia.

Solitário no que faço,
não é a dois este prazer.
Abafado no que falo,
É um grito sem se ter.

Cabisbaixo no andar,
Buscando uma pista sua.
Sei que nada vou achar,
Nesta minha linda rua.

Egoísta é que não sou,
E divido meu sonhar.
Vou vivendo o que passou,
E o que ainda vou passar.

Logo vem a madrugada,
Balançando seu cabelo.
É mais um sonho e nada,
De ter como novelo.

Desespero por segundos,
Te buscando com os olhos.
Não te vejo no meu  mundo,
Teu olhar então imploro.

Me deixa escrever,
O que vier na mente.
Só então posso então morrer,
Como morre o sol poente.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Ardoroso esquecimento





De você esqueço amor,
Como esqueço da vida.
Já nem penso na dor,
Simplesmente deixo a vista.

Você já vive em mim,
Como o natural respirar.
Nem se percebe enfim,
E faz-se no completar.

Já não ando pelos cantos,
A murmurar tolas palavras.
As lágrimas deste eterno pranto,
Se confundem em  minha cara.

As mãos que tanto te buscam,
Ficam soltas pelo ar.
Nos olhos só ofuscam,
O teu brilho de luar.

E te esquecendo por completo,
Me completo a todo tempo.
O peito segue repleto,
Deste teu contentamento.

Ardoroso esquecimento,
Para que fui te inventar.
Já não há um só momento,
Que eu não fique a te amar.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Prisioneiro voluntário






Não sei como me livrar,
Do meu  visgo por você.
Acho que só vai acabar,
No dia em que morrer.

Mesmo que o coração quebre,
Ou fique muito machucado.
Até que a razão cegue,
ou meu coração fique calado.

Este visgo me prenderá,
a tudo aquilo que desejei.
Pode o mundo se acabar,
Mesmo assim eu sorrirei.

Nesta armadilha me jogo,
E me deixo apanhar.
Pois eu sei que logo, logo,
Sua mão me colherá.

E trará o suave,
Com o seu encantamento.
Nesta gaiola sou ave,
Para viver o seu momento.

Voluntário aprisionado,
Exilado do meu ser.
Sou só mais um apaixonado,
Sem você não sei viver.

sábado, 11 de outubro de 2014

Sinto falta






Sinto falta de você,
E vou continuar te esperando.
Por mais insano que possa ser,
Siga na vida te amando.

Que leve o tempo que for,
Talvez até uma eternidade.
Este meu estranho amor,
Sempre vai florir saudades.

Faça sol ou faça chuva,
Ou passe o tempo voando.
Me cai como uma luva,
A paixão que vou levando.

E eu não vou esquecer,
E ninguém vai me tirar.
Meu amor é só por você,
É você que eu quero amar.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Distancia







A distancia impede um beijo,
Reprime um abraço.
Cega um, te vejo,
Amordaça o que eu falo.

A distancia muito machuca,
E até se descompassa.
Ela é coisa meio maluca,
Do que a gente não fala.

Ela é como uma porta,
Que não a todo tempo.
Tem distancia que entorta,
Como faz o pensamento.

Mas não impede sentimento,
Não reprime a paixão.
Não cega um, só te vejo,
Não amordaça uma emoção.

Na distancia eu te quero,
Como nunca, como sempre.
Da distancia eu espero,
Encurtar tão de repente.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Não tem mais







Não tem mais o mercado,
E nem uma ida ao Cristina.
Nem tem mais ônibus enguiçado,
E nem café na padaria.

Não tem mais passeio na lagoa,
E nem  mesmo xapuri.
Nem ficar a tarde a toa,
Namorando você aqui.

Não tem mais passeio na praça,
Nem a cidade do alto olhar.
Não tem mais o tempo que  passa,
Como se nunca fosse acabar.

Não tem mais ida ao aquário,
E nem um romântico jantar.
Tudo deve ficar no armário,
Esperando a poeira juntar.

Não tem mais despedida chorosa,
Nem cada um para o seu lado.
Só resta a dor pavorosa,
De um peito esfarrapado.

Não tem mais rosas no chão,
E nem velas tão bem espalhadas.
Só existe, coração.
Duas almas arrebentadas.

Rotina





Acordo cedo,
já pensando no que fazer.
Vou enfrentar sem medo,
o que vier a acontecer.

A  empregada logo chega,
do seu sarcófago saindo.
Sua voz grossa troveja,
e eu digo: Já tô indo.

E a obra no banheiro,
que nunca que acaba.
Discuto com o pedreiro,
sou  o homem desta casa.

As esfihas são cinqüenta,
uma bagunça no outro quarto.
Assim ninguém agüenta,
cada hora parece  um parto.

É tanto jeca que aturo,
Que nem sabem o que comer.
É arroz e feijão, “disconjuro”,
Vão aprender a escolher.

O transito está lento,
tem gente que não sabe guiar.
Anda logo seu fuinha,
eu estou no celular.

Tem espinho que espeta,
e cachorro que assusta.
A “hidro”  me espera,
para relaxar desta labuta.

A tarde o som que chega,
é suave, de um pianista.
Minha mente logo veleja,
moro ao lado de um artista.

A noite uma taça me acompanha,
de um vinho que tanto gosto.
Na cama um livro me apanha,
dormindo sobre ele encosto.

E amanhã é tudo igual,
tudo de novo pela frente.
Isto tudo é normal,
é a minha vida gente.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Amor Raro







As palavras  inconstantes,
que vão soltas pela vento.
E se perdem num instante,
num instante do momento.

De joelhos me coloco,
em total sofreguidão.
Em silencio te imploro,
me perdoa coração.

Sinto falta dos teus beijos,
e de teus cálidos olhares.
Dos sabores, de teus jeitos,
e de teu perfume pelos ares.

Nosso sonho foi tão alto e forte,
dando luz ao coração.
Que para sempre nos conforte,
na terrível solidão.

E te digo minha vida,
sem mentiras ou devaneios.
Foste tu a escolhida,
para matar os meus anseios.

Pedi a vida mais que ele dava,
procurei de todo jeito esquecer.
Aquele beijo que me queimava,
me fazia aos poucos morrer.

E dos versos sem preparo,
que minha boca ainda te diz.
Bendito seja este amor raro,
que me faz tão feliz.


domingo, 5 de outubro de 2014

sábado, 4 de outubro de 2014