sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Vem cá




Vem cá
me abraça na noite fria
aquece o que ainda há
com sua mão me acaricia

Não deixe morrer na saudade
o tanto de paixão tão pura
amor não é a pura verdade
é mais canto e ternura

Não venha com velhas histórias
de saber o que não sabe
nosso amor está na  memória
em qualquer canto ele cabe

Ele é feito de afeto
compreensão e harmonia
nosso amor é predileto
é amor de fantasia

Então deixa de onda
e vem correndo para mim
este amor que amedronta
é o nosso amor e fim

Não sabemos como colher
todos os frutos que dá
e o medo nos faz correr
para muito longe de lá

Melhor ficar parado
e esperar ele esbarrar
ai então, coitado
ele vai ter de aguentar

O tanto de beijo perdido
e muitos abraços não dados
ficaremos tão exauridos
nos sentiremos dopados

Depois vem a eterna agonia
de não saber o que fazer
se fica amor só de dia
ou se deixa ele sofrer.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Chuva




A chuva não passa,
A chuva não cessa.
Que chuva danada,
Só anda sem pressa.

Vive molhando,
O pouco que há.
E eu só olhando,
A chuva passar.

É bom chover,
Irrigar os  caminhos.
Não deixa esquecer,
Temporal de carinhos.

Planta saudade,
E me faz reviver.
Sem nenhuma maldade,
Meu amor por você.



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Uma Guitarra Flamenca


Reduz-se o ato,
da lucidez do amar.
Na loucura do fato,
não há como negar.

Por mais insano que seja,
é uma busca constante.
É o melhor que se deseja,
para uma vida adiante.

Quando se forma a anarquia,
da total falta de lucidez.
É que se encontram a fantasia,
com a vontade que se fez.

Sem ter onde chegar,
caminhando sem rumo.
Para seguir no meu andar.
na sua força me aprumo.

Mesmo que seja indiferente,
para todos os demais.
Este  amor é atraente,
e me leva sempre atrás.

Quando toca,
uma guitarra flamenca.
Uma explosão provoca,
e tudo então despenca.

Armik despeja sons contagiantes,
Cada um mais belo e atraente.
Meu amor se torna gigante,
E eu o seu servente.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Fotografias




Busco, em imagens antigas,
Conforto para a solidão.
Elas é que são minhas amigas,
e acalmam o coração.

O tempo busca o esquecido,
e o trás de novo para mim.
Sou de novo um ser vivido,
pintando o peito de carmim.

O que está guardado,
com tanto amor e carinho.
Se coloca do meu lado,
e se torna o meu vinho.

Pela janela vejo a rua,
silenciosa e movimentada.
No céu  só tem a lua,
e minha alma arrancada.

Prisioneiro do tempo,
nada mais posso fazer.
A não ser reviver os momentos,
do mais puro prazer.

Nas mãos deste velho menino,
as fotografias voam devagar.
E o destino, que  é bem ladino,
me conduz no seu sonhar.

E meu olhar fincado na beleza,
do que sempre será assim.
Confunde as minhas certezas,
e te trás de vez para mim.



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Agora é tarde




Tenho de vez calar,
Minha paixão verdadeira.
Não dá para levar,
Este amor um vida inteira.

Seu ouvidos estão tampados,
Pela firmeza da segurança.
Minhas palavras são cadeados,
Abertos, sem tranca.

Vou deixar que o vento leve,
Seu destino onde chegar.
Afinal, amor não se deve,
Impor em qualquer lugar.

Meus olhos costurarei,
Para não ver  mais o que sinto.
Meu coração acalmarei,
Mesmo que para ele eu  minto.

Não mais te direi palavras,
Que brotam sem eu sentir.
Sementes que nascem sem lavra,
Também podem florir.

Dançarei ao som que der,
Abraçarei o que sentir.
Sonharei com  o que quiser,
Fingirei que estou a sorrir.

Um dia talvez conheça,
Que a segurança não é segura.
Baterei um tanto a cabeça,
E verei o quanto fui burra.

Ai o tarde será chegado,
Nada mais se pode fazer.
E o amor tão esperado,
Se foi com o entardecer.


domingo, 23 de fevereiro de 2014

Atualmente



Quando podia, não pode.
Quando queria, não deu,
Quando explodia,  era doce.
Quando magia, escureceu.

Nem tudo se pode,
o tudo  que vier.
As vezes se foge,
do tudo que quer.

Duplicidade não dá,
unidade é verdadeira.
A segurança do lar,
pode ser uma barreira.

O tempo não passa,
ele anda correndo.
O vinho na taça,
não desce escorrendo.

Brigar consigo,
é total insanidade.
Cansar de um amigo,
é a tal modernidade.

Não espero dos outros,
o que você mesmo não fez.
Este mundo é para loucos,
e eu não tenho sensatez.

Na música alta se esconde,
a vontade enorme de gritar.
É melhor fazer por onde,
para não se machucar.

Opcional não é  a dor,
ela faz parte do processo.
Seja lá como for,
estarei no meu recesso.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Vida deserta



Não faça isto,
por favor não faça.
Quando se aproximar do abismo,
dê a volta e disfarça.

Não adianta chorar,
por desgosto ou amargura.
Nada irá o tudo mudar,
nem criar uma nova cura.

O que sentimos vem de dentro,
e nada pode isto apagar.
Não ficar se corroendo,
é deixar o tempo passar.

Esta sorte foi deixada,
para que nós a encontremos.
Foi ferido igual flechada,
foi por amor que nos demos.

Eu não quero que você sinta,
que a dor será mais forte.
Se for, um dia minta,
e no outro terá sorte.

Nossas vidas diferentes,
não levaram ao mesmo caminho.
O coração por  isto sente,
e chora bem baixinho.

Por uma vida inteira,
eu ainda vou te levar.
Guardada a minha maneira,
para eu tanto admirar.

Portanto não se feche,
em um mundo tão distante.
Por mais que você se negue,
ainda serás radiante.

Acredite em mim,
fizemos a coisa certa.
Se não fosse assim,
a vida seria incerta.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Cheiro de Amor




Me traz o meu passado,
E leva o meu futuro.
Me  faz em ti um vaso,
E ilumina meu escuro.

Me faz sorrir de repente,
Esquecer o que não era.
Sonhar o que está na mente,
Adormecer de vez  a fera.

Enlouquece meu prazer,
Que só para  ti vou me dar.
Transforma meu esquecer,
Em um sonho de amar.

Me transforma em um bobo,
Que acho que vou adorar.
Na cama eu então viro lobo,
E aos poucos vou te devorar.

E na ânsia deste sonhar,
Vem o cheiro do amor.
A vontade de encontrar,
Explode no peito em calor.

Neste versos  atravessa,
Um desejo incontido.
Uma forma de promessa,
Ao que me foi prometido.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Noção do tudo






Me coloco como louco
Para esquecer o que não quero
Vou vivendo muito pouco
Já não falo, grito, berro

E ninguém aqui me ouve
Não escuta o que eu falo
Eu nem sei como é que coube
Uma vida em um ralo

Vai sangrando devagar
Escorrendo gota a gota
Até o corpo parar
E sumir a voz da boca

Na loucura vou vivendo
Enganando a quem me vê
Mas aos poucos vou torcendo
Para tudo mundo endoidecer

Ai tudo igual ficaria
Perderíamos a nenhuma noção do nada
E no tudo habitaria
Eu, e a minha amada



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Enjaulado coração



Vou  prender meu coração,
Em uma gaiola dourada.
Se ficar com ele na mão,
Ele foge em disparada.

Quer correr pra todo lado,
Quer cantar toda cantiga.
Ele não sabe ficar parado,
Quer se declarar para quem o siga.

Ele anda só andando,
O que não havia perdido.
Nas ladeiras vai buscando,
Uma amor tão incontido.

E leva a alma junto,
Deixando o corpo sozinho.
Não procura nem assunto,
Vai buscando o seu ninho.

Ô coração danado,
Que não para pra pensar.
Só te mantendo enjaulado,
Para não me machucar.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Sedução





Seduz-me com teus beijos,
E atira-me no limo.
A ti já não mais me queixo,
Recorro então ao vinho.

Na embriagues da solidão,
Que aos poucos vi crescer.
Tenho junto um saco de nãos,
Veio lá do meu querer.

Não há luz, nem esperança,
Que remove este gostar.
Nesta vida sem bonança,
Só o tempo faz passar.

E o tempo tão galante,
bem aos poucos vai corroendo.
O coração deste  amante,
Que aos poucos vai morrendo.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Livro



A vida é um livro,
Carregado de histórias.
Nem torcendo eu me livro,
Do que está gravado na memória.

São tantas paisagens lindas,
Com algumas negras também.
Tantas pessoas bem-vindas,
E outras nos fazem refém.

Carregam o que é nosso,
Sem a gente nem sentir.
Aliás eu dou tudo que posso,
Só para faze-las sorrir.

Não deixe sua história guardada,
Empoeirando pelo tempo.
Faça  desta sua trajetória,
Um  enorme contentamento.

O seu livro pode ser triste,
Se você assim o ler.
Mas se esquecer o dedo riste,
Não há do que se arrepender.




domingo, 16 de fevereiro de 2014

Aprendi



Aprendi a chorar,
a sorrir, a viver.
Aprendi a amar,
a sentir o prazer.

Aprendi contar,
a dividir  pra valer.
Aprendi o ganhar,
e também  o perder.

Aprendi a abraçar,
para esquecer as mágoas
Aprendi a perdoar,
pois aos poucos me mata.

Aprendi a confiar,
a ter um amigo na vida.
Aprendi a balançar,
quando balança a vida.

Aprendi  que aprender,
Que isto faz parte do tudo.
Aprendi a não esquecer,
A quem não me deixou mudo.

Aprendia valorizar,
Cada segundo que passa.
Aprendi que gostar,
É algo que não se paga.

E assim vou aprendendo,
Com as coisas que eu olho.
Se você não está sabendo,
É melhor abrir os olhos.


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Falo, falo?




Não sei porquê falo,
Mas gosto de falar.
Minha letra eu não calo,
Deixo só ela passear.

Falo da vida,
Falo do que vi.
Falo da desdita,
Falo do que sofri.

Também do bem,
E do amor que sinto.
Falo de um alguém,
Falo certo não minto.

E conto das flores,
Das cores que por ai há.
As vezes falo das dores,
Pois não há como escapar.

Muitas vezes me surpreendo,
Com o tanto que escrevi.
Aos poucos eu vou lendo,
E ver como sobrevivi.

Uma coisa eu lhes digo,
Com total exatidão.
Falo como um amigo,
Das coisas do coração.

São elas que me conduzem ,
Por este mundo fantástico.
São elas que me seduzem,
E tornam meu pensar elástico.



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Vestido de sonhos



Está no armário guardado,
um certo anil vestido.
Aguardando que o imaginário,
volte a ser sentido.

Foram tantas danças loucas,
tantas andanças por prazer.
Que a vida parecia pouca,
pelo tanto a se viver.

Do sol ele foi a luz,
e também o brilho da lua.
Foi ao que aos olhos seduz,
e também a paz na amargura.

Flores nasceram ali,
para ainda mais enfeitar.
Era de um tempo sem partir,
de um momento de chegar.

O vestido anil ficou guardado,
pendurado em um canto.
O armário foi fechado,
sem trancar no entanto.

O sol voltará a raiar,
distribuindo luz e calor.
É o vestido anil que reinará,
espalhando seu amor.

E todos ficaremos felizes,
Com sua volta triunfal.
Não haverá mais deslizes,
Haverá um novo final.




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Amor paciente




Pode esperar o amor,
pressa nele não há.
Seja o tempo que for,
ele vai te esperar.

Pode ser um ano,
ou mil podem ser.
Amor não é desengano,
o amor faz renascer.

Quem sabe então,
num futuro talvez.
Possa nosso coração,
se encontrar outra vez.

E quem saberá,
o que há de vir.
Quem então poderá,
nos fazer sorrir.

Revirar nossa alma,
nos virar do avesso.
Plantar um mundo de calma,
brotar um amor travesso.

E amantes seremos,
no mais profundo da palavra.
Para sempre viveremos,
neste eterno conto de fada.


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Na espera




Já tive da rosa o perfume,
Que tanto me embriagou.
Já tive na vida queixumes,
De quem tanto se lastimou.

Um dia recebi um sonho,
um sonho de amor enorme.
Me fez ficar risonho,
Sorrir até quando se dorme.

Foram risos desvairados,
Foram dias de muita luz.
Eu estava apaixonado,
E o amor me conduz.

Destas asas eu vesti,
Sem saber onde pousar.
Desbravei, te conheci,
E não queria  mais parar.

Prender o tempo na mão,
Era tudo que queria.
De contentamento o coração,
Todo dia se enchia.

Mas nem mesmo isto eu pude,
O tempo não permitiu.
Perdi parte da juventude.
E meu mundo se esvaiu,

Continuo aqui na espera,
Deste tempo bom voltar.
Afinal o mundo é uma esfera,
E muitas voltas pode dar.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sem pressa




Só me ame devagar,
sem a pressa cotidiana.
Feche os olhos e vem me dar,
um amor que não me engana.

Vem sem pressa,
vem sem medo.
Amanhã não interessa,
não vamos acordar cedo.

Vem dormir nos meus sonhos,
acordar bem do meu lado.
Nenhum acordo eu proponho,
somente nós sermos amados.

Nos deixarmos por um tempo,
viver tudo o que não podia.
Sem choro e sem lamento,
só se iludir na fantasia.

E depois de acordados,
dizermos sim, Bom Dia !
Com o corpo extasiado,
e na alma alegria.

Sorriríamos pela dia,
sem ninguém saber por quê.
Só nós dois na ironia,
sorríamos de prazer.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Esperança




A esperança é prostituta,
Se vende para quem quiser.
Ela não é nada absoluta,
Bagunça o que quiser.

Pode ser um abrigo,
lhe colhendo no prazer.
Ou então o seu castigo,
lhe marcando até doer.

Ela pode ser ligeira,
ou demorar a eternidade.
Pode vir muito faceira,
vestida da sua felicidade.

Ela vai te enrolar,
com seu meigo jeito de ser.
E você vai acreditar,
pois assim você vai querer.

A esperança é menina,
e vive brincando na vida.
Esconde sua garra felina,
e só mostra a escondida.

Nos levamos pelo seu canto,
como canto de sereia.
Ela nos cobre com seu manto,
e nos devora na sua ceia.

Mesmo não querendo,
muito nela acreditar.
Com ela que vamos vivendo,
nos deixando enganar.


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Insistência





Eu insisto em viajar,
Ir a lugares distantes.
Onde possa encontrar,
A paz por alguns instantes.

Ao pé da cruz na praça,
Fico olhando a cidade.
O tempo então não passa,
Nem mesmo a minha idade.

Ali é tudo meu,
Como na terra do oceano.
Ali tenho o que se prometeu,
Sem medo sem engano.

Vou deixar a terra seca,
Apesar de tanto mar.
E alguém que se ofereça,
Para deste coração cuidar.

Eu insisto em viajar,
Me jogar para bem longe.
Quem sabe um dia vou voltar,
E encontrar belos horizontes.


sábado, 8 de fevereiro de 2014

Nem o tempo



Na folha limpa jogo letras,
Como barcos jogados no oceano.
Descrevendo as minhas tretas,
Arruinando o que tinha de plano.

Vou escrevendo sem ser,
O poeta tão desejado.
Sem minha musa a poder ver,
Escrever sobre o nosso passado.

O tempo corrói o corpo,
Despejando o que não queria.
Um dia serei mais um morto,
E apagará a fantasia.

Serei uma possível lembrança,
De algo que foi um dia.
De um mundo de esperança,
Que se findou na covardia.

As juntas já me doem,
Os cabelos embranquecem.
Os dentes já não roem,
As mãos  já estremecem.

Mas na ligeira lembrança,
Este mundo só me há.
Escrevo na esperança,
Disto nunca se apagar.

Como ondas, vai e vem,
Em uma praia se perdendo.
E um beijo e não cem,
Vai em mim sempre vivendo.

A saudade foi plantada,
Em um peito que ardia.
Nem o tempo, nem um nada,
Vai gastar esta magia.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Sou barco


Sou barco sem rumo no mar,
sem bússola, sem sextante.
Sem um porto para encostar,
somente com um mar adiante.

Sem um capitão a comandar,
sem tripulação para reger.
Somente um barco no mar,
sem caminho para fazer.

Ao sabor das ondas vou,
por todo lado jogado.
Nem mesmo barco sou,
sou fardo todo amarrado.

Peso morto sem destinatário,
tendendo a ser fadado.
A se tornar mais um naufrágio,
no mar tão desejado.

O barco que já foi branco,
está corroído pelo tempo.
Há ferrugem em todo canto,
desmanchando sob o vento.

Jogado neste mar,
que uns chamam de vida.
Vai o barco  buscar,
o que chamam  de saída.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Solidão




O dia morre,
 lentamente,
na figura do sol
que por trás da montanha
se esconde.
O céu vai ficando rubro,
como rubro é meu coração.
Esta agonia diária,
como fruto de promessa
de um novo dia que virá
na esperança de todos.
Aos poucos o negro da noite
vai tomando o céu,
como se estivesse fechando os olhos
para descansar. 
Sentado na sala
a tudo observo,
calado,
como deve ser,
só olhando,
admirando
esta morte lenta.
Aos poucos
pequenas luzes vão surgindo,
como vagalumes
a iluminar o céu,
cintilam de uma maneira inconstante,
como inconstante é a vida.
O silêncio aos poucos vai chegando,
sossegando o que há pouco
era uma agitação e balburdia.
Ao longe um som se perde
na calada noite,
todos dormem,
e eu continuo aqui,
sentado na sala,
observando,
calado,
como calado
é meu coração.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Promessas



Tenho bem dentro do peito,
Marcado.
Um amor que não foi feito,
Foi dado.
Que faz o mundo perfeito,
Dourado.

Que quando me chama com jeito,
Safado.
Derruba a torto e a direito,
No ato.
Deixando o pobre sujeito,
Esgotado.

E quando a noite me deito,
Cansado.
O pensar fica estreito,
Amputado.
Naquilo que foi desfeito,
Errado.

Somente o meu imperfeito,
Louvado.
Não vê o tudo direito,
Coitado.
Esconde o eterno defeito,
pecado.

Só sei que fui aceito,
Arpoado.
Derrubei um conceito,
encarnado.
Tornei-me o meu eleito,
malvado.

Assim fica o efeito,
Flechado.
Sozinho deitado no leito,
acabado.
Do certo que foi malfeito,
tomado.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Amor de Paixão



Queria te dar,
Um sonho, uma prenda.
Uma roupa de amar,
Bordada com renda.

Com fio dourado,
Por mãos bem arteiras.
Num pano estampado,
Por uma rendeira.

Um pano florido,
De azul, encarnado.
Que faz mais bonito,
Estar ao seu lado.

E solto no vento,
Teu cabelo balança.
E no meu contento,
Eu viro criança.

Tu viras menina,
A idade não pesa.
Meu pensar alucina,
Coração acelera.

De sonhos vestida,
Te pego nas mãos.
És a minha vida,
Amor de paixão.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Prometo




Prometo te amar,
Por uma vida inteira.
E quando ele  acabar,
Te amarei na derradeira.

Prometo não apagar,
Aqui dentro de mim.
Um nome que vive a falar,
De um amor sem fim.

Prometo só me lembrar,
De tudo que foi bom.
Então tudo há de ficar,
Pois tudo tinha este tom.

Prometo contigo estar,
Em todos os meus momentos.
Do acordar ao deitar,
Estarás no meu pensamento.

Prometo meu coração calar,
Para outras coisas quaisquer.
Só para você ele falará,
Do sentimento por uma mulher.

Prometo não prometer,
O que não puder cumprir.
E quanto a te esquecer,

Isto eu já esqueci.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Nunca Mais




Nunca mais amarei.
Nunca mais terei asas.
Nunca sentirei,
O calor que não passa.

Nunca mais meus desejos.
Nunca mais sonhos loucos.
Nunca mais mil beijos,
Que ainda assim seriam poucos.

Nunca mais nos meus braços.
Nunca mais gritos roucos.
Nunca mais os meus passos,
Me levam a um mundo novo.

Nunca mais te verão,
os meus olhos tristes.
Nunca mais coração,

Serei quem possuíste.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Acorda poesia






Estava entalado na garganta,
E tinha de uma hora sair.
O que não trás esperança,
É melhor sumir daqui.

É um ato de liberdade,
É um ato delicado.
Falar a eterna verdade,
É melhor que ficar calado.

Escrever é arrancar,
Arrancar de dentro de si.
Palavras que vão sufocar,
Que vão te fazem sentir.

Elas saltam aflitas,
Se juntam  como elos.
As vezes nem são ditas,
Mas batem como martelo.

De tantos erros cometidos,
Alguns se tornam acertos.
São erros consentidos,
Erros que são sem medos.

Uns viram moradas,
Outros viram tormentos.
Uns varam a madrugada,
Outros viram lamentos.

Os versos congelam,
Em um só tema.
Falam do tempo em que eram,
E teimam em virar poema.

Não há palavras perdida,
Que foram soltas  no ar.
Talvez não a tenha recebida,
quem as deveria escutar.

Um dia quem sabe,
Por um pouco de sorte.
Um coração se abre,
E a poesia acorde.