segunda-feira, 26 de agosto de 2019



Descanso



É melhor eu parar
De vender ilusão
Senão vai acabar
Dando muita confusão

No meu sonho eu viajo
E não levo ninguém comigo
Se por acaso me acho
Vou viver no paraíso

É um mundo solitário
Que ninguém vai  perceber
Nele eu sou voluntário
E ninguém vai entender

É melhor ficar quieto
E guardar os meus encantos
Seguir um caminho reto
E não me encantar com canto

Estou indo descansar
Minhas palavras calando
Se um dia vou voltar?
Talvez, fico pensando.

domingo, 25 de agosto de 2019



Sem explicação




Não temos de nos explicar
Pelo que passa na cabeça
O melhor é guardar
Antes que apodreça

Vidas vão seguindo
Separadas pelo tempo
A gente sempre fugindo
De algum contratempo

Vamos esconder
Todos os nossos sentimentos
Para que não vá escorrer
Uma chuva de lamentos

Cada um é cada um
Vivendo o seu mundo particular
E de modo algum
Isto podemos mudar

As escolhas foram feitas
Se as certas, não sei dizer
Eram as perfeitas
Não tinha como correr

Agora o tempo passa
Pisando no que havia
A vida descompassa
Aquilo que se vivia.

sábado, 24 de agosto de 2019


Afoitos

Eu não poderia
Te ter por momentos
Eu não saberia
Viver neste tempo

Seria uma guerra
Batalha sem fim
As vezes se erra
E fica assim

Muita gente envolvida
Que culpa não tem
Da emoção sentida
Que outro não tem

Vontade não falta
Não vou enganar
Mas nesta ribalta
Não posso estar

Fiquemos a sós
Nesta fantasia doida
É melhor para nós
Não ir na afoita.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019



Oi



Oi
Fique aqui comigo
Deite a cabeça no meu peito
Me dê o seu abrigo

Ainda que por momentos
Me tire da solidão
Cale todos os lamentos
Acalme meu coração

Seja a luz que me guia
O fim da indecisão
Aqueça a noite fria
Vença de vez a razão

Seja tudo que desejo
O inicio de um sonho
Veja o mundo que eu vejo
Em um mundo tão risonho

Não precisa dizer nada
Só quero tua presença
Assim, mesmo calada
Complete a tua ausência.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019


Nas Minas


Deixei meu coração,
No meio das minas.
E um corpo sem razão,
Vai fazendo suas rimas.



No meio de uma praça
Com uma cruz no meio
Me deixou meio sem graça
Em todo o meu devaneio

Vivendo o que deixou,
E que nunca sai de si.
Lamentando o que ficou,
Perdido, por ai.

Era tudo muito grande,
Intenso e sem igual.
O dente hoje range,
Em uma dor anormal.

Por que tem de ser assim?
Vem um vento e tudo leva.
Por que não levou a mim?
Em vez de me deixar nas trevas.

Tenha pena vento bom,
Deste pobre sonhador.
Me retira este dom,
E devolve meu amor.


quarta-feira, 21 de agosto de 2019



Aos poucos


Estou morrendo aos poucos
Devagar e lentamente
Qualquer um ficaria louco
Com tudo isto na mente

Cada dia uma vitória
Um motivo de comemorar
Novo capítulo da história
Que com Deus vamos levar

Não reclamo
Nem murmuro
A quem eu amo
É quem faz o meu futuro

As lembranças são fiéis
E aos poucos me levam
Mexendo como cordéis
Este boneco que carregam

O coração é valente
Briga para viver
E um amor que não mente
Me faz sobreviver.


Meu passado presente


Vivo o meu passado
No meu presente
Ele nunca será enterrado
Mesmo que eu fique demente

Tantas vezes eu te disse
Que tanto te amava
E você na sua crendice
Dizia "- Ama nada."

Um dia aconteceu
O que não queria sonhar
E o tudo que era meu
Vi pela mão escapar

Hoje estou plantado
Em um outro jardim
Não tenho botão perfumado
Só uma flor desenhada em mim

E este passado tão lindo
É um presente constante
Sempre será benvindo
E me faz seguir adiante.

terça-feira, 20 de agosto de 2019



Suave

Nunca me roubarão,
Aquilo que no peito trago.
Seja a eterna solidão,
Ou a lembrança de um afago.

Seja um gosto na boca,
Ou o calor de um abraço.
Mesmo que seja coisa pouca,
Assim eu me faço.

Os sonhos são meu,
E os vivo por inteiro.
Quem este presente recebeu,
O vive de janeiro à janeiro.

Podem meu corpo matar,
Ou me prender à sete chaves.
Podem meus olhos cegar,
Que minha vida será suave.