sábado, 30 de janeiro de 2010

A Busca

Sou poeta sonhador,
Da vida, não sou senhor.
Busco paz e esperança,
Como o olhar de uma criança.

Sou pescador, pescador de ilusões,
E delas me alimento.
Elas abastecem o coração,
E enchem os pensamentos.

Procuro um anjo, anjo sem asa.
Na procura ando muito
E me distancio de casa.
Meu caminhar agora é fortuito.

Olhando em cada canto
Ando, ando, ando sem parar,
Esperando o acalanto
Que este anjo vai me dar.

Mas os pés já estão cansados
Desta estrada trilhar
Eles estão arrebentados
De tanto sangrar.

Paro um pouco para descansar,
Olho tudo a volta,
Esperando o anjo encontrar
Nada acho, e vem revolta.

Falo mal, xingo , maldito a vida.
Penso até em desistir.
Se parar? Será que cura a ferida?
Será que volto a sorrir?


Dúvidas é o que mais existe,
Na cabeça e no coração,
Na vida me conduziste
Para o mundo de ilusão.

Agora, sigo só,
Com Deus a me guiar,
Sou como igapó,
Esperando a água baixar.

Águas que dos olhos vem,
E que sempre são vertidas
Vem logo anjo, vem,
Vem curar estas feridas.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Tentando Entender

Impossível,
é o que não pode ser.

Imprescindível,
é o que não pode ser dispensado.

Inconcebível,
é o que não pode gerar.

Incrível,
é o que não se pode crer.

Inesquecível,
é o que não se pode esquecer.

Irresistível,
é o que não se pode resistir.


Impossível,
é tentar viver sem você.

Imprescindível,
é o teu amor para mim.

Inconcebível,
é tentar entender todo meu amor por você.

Incrível,
é o que acontece quando te beijo.

Inesquecível,
é a minha paixão.

Irresistível,
é você.


Mais uma música que adoro, e que diz aquilo que as vezes gostaria de dizer, como não disse, canto, me entrego ao ritmo e as palavras tão magistralmente cantadas.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Você me pediu.

Você me pediu
para falar de flores,
de cores,
e lembrei dos amores
e das suas dores.

Você me pediu
para falar de crianças,
de esperanças,
e lembrei das tempestades,
fortes,
em que não há bonança.

Você me pede para falar
de sol, de mar,
e me lembrei de como é triste,
ficar sem amar.

Você me lembra de animais,
de coisas mais banais,
e eu me lembro de jaula,
de prisão,
de encarceramento do coração.

Desculpe, amiga querida,
se em meu peito hoje,
só há ferida,
mas o tempo há de curar,
nisso tenho de acreditar,
e a vida prosseguir,
cantar, sorrir,
mesmo com o peito a sangrar,
mesmo com a vida a ruir.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Fonte

Amanhã,
este chão que tanto pisei
pesará sobre mim,
e então terei conseguido
a eterna liberdade.
Com que custo?
Com o custo da vida.
Com o custo de meus sonhos.
Com o custo de me manter fiel
as minhas idéias.
Não me importa mais
o que dizem.
Não me importa mais
o que pensam.
A mim,
só importa o que quero,
o que sonho,
o que desejo.
O resto,
as migalhas,
podem ficar com elas,
podem brigar por elas,
a mim, jamais terão.
E assim,
quando o tempo passar
e as migalhas acabarem
olhem a volta
e procurem outra fonte,
a minha, já se terá ido
para toda a eternidade.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Te Busquei

Te busquei como um sonho,
um sonho no impossível,
hoje nem mais consigo dormir.
A tua falta constante
me mantém acordado,
sempre na esperança
de te ver voltar para mim.
Meus olhos já estão cansados,
a vista fica turva,
as vezes,
mas ainda olho no horizonte,
olho ao longe na estrada
ansiando ver tua silhueta
se aproximando de novo.
Passam luas,
passam sois,
e o horizonte continua vazio,
assim como meu peito
e meus olhos.
A esperança da volta
do impossível
permanece acordada.
A angústia de tua ausência
elabora todo o cortejo,
fúnebre,
e que meu corpo se oferece
como voluntário,
para nele cortejar.
Continuo olhando o horizonte,
a esperança permanece.
Ainda chegará o dia
em que você ali aparece.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Time

Domingão, meio nublado aqui no RJ, então caminhar, escutar música e cozinhar. Esta música marcou uma época e faz seus "estragos" até hoje. Sua letra fala do tempo, do tempo que passou e que você não viu. É para escutar bem alto e viajar.


sábado, 23 de janeiro de 2010

Força e Liberdade

A delicada força,
que tudo rege,
é o que me governa
mais intensamente agora.
A força do amor.
O amor a vida
é o que me rege agora.
A vontade de sobreviver,
De superar barreiras,
Do perdas,
De doenças.
Esta força
é que vai levantar
a minha cabeça
e me fazer prosseguir,
mesmo com hemorragias
saudosas,
mesmo com amputações
de sentimentos,
mesmo com abortos
de palavras.
O que me rege é mais forte,
mais forte do que tudo.
Não quero mais
um canto escuro,
que seja seguro,
para ficar obscuro
as coisas a minha volta.
Não quero mais muro
cercando para onde olho.
Quero liberdade.
Liberdade de viver.
De viver intensamente
tudo que vier.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Pensamentos.

Centelhas,
Rasteiras
e certeiras,
são passageiras.

Vagueiam,
passeiam,
norteiam,
e desnorteiam
a cabeça.

Asado,
Coitado.
Amaldiçoado
Alado,
Sem céu
para voar.

Dureza.
Magreza.
Lerdeza.
Certeza
de não
mais viver.

Corra.
Morra.
Pachorra.
Socorra,
Deus,
quem criou
esta zorra.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Te quero assim

Te quero pura,
te quero mulher-dama,
te quero maluca
em cima da cama.

Te quero calada
Te quero fadada.
Te quero bendita,
Te quero ! Maldita.

Te quero bem-vinda,
Te quero paixão,
Te quero ainda,
Minha doce ilusão.

Te quero sofrida,
Te quero caída,
Te quero perdida,
Te quero colhida.

Te quero amada,
Te quero sonhada,
Te quero adorada,
Te tenho guardada.

Te quero soneto,
Te quero amuleto,
Te quero no branco e no preto,
pois somos dueto.

Te quero assim,
Te quero pra mim,
Te quero carmim,
Meu sonho sem fim.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Só um pouco

Invento-te.
A cada manhã,
invento-te.
Cada vez mais bela,
não sei como posso,
mas o faço,
e como pássaro madrugador
me ponho a cantar
a tua beleza.
Alço vôos matinais,
sempre com um céu
azul celestial
e todo o brilho que surge
ao abrires os olhos,
passa a ser o meu sol.
Tudo é primavera.
Tudo são flores.
Tudo é belo.
Só por estar ao teu lado,
e ter um pouco
de teu amor.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Loucura

O mar
junta-se
ao ar,
no horizonte
distante.

O sol pinta
de amarelo-avermelhado,
o céu azul,
que vira
encarnado.

O vento espalha
semente flutuante,
e folhas, e pó,
por onde passo
rastejante.

Meus olhos
distanciam de tudo,
à distância.
Da distância de ti,
quero distância.

Pólos iguais
de um mesmo imã,
não és cisma,
és irmã,
deitada em meu divã.

Assim parto e te deixo,
como pedra de rio,
como pedra de seixo,
lavada pela água,
aparada pelo frio.

Pouso aqui,
Pouso acolá,
Sumo daqui,
Pra te deixar.....

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tecelã

Conheci uma moça,
uma vez,
que tecia,
tecia lindos panos,
finamente bordados,
com fios de mentiras.
Estes panos eram expostos
e todos deles se encantavam,
até a tecelã,
mesmo sabendo
de quais materiais eram feitos
os bordados,
também deles se encantava,
também neles se iludia.
Um dia descobriu-se
de que eram feitos
tão encantadores panos,
alguns passaram a olhar
os belos trabalhos com outros olhos,
outros continuaram a se admirar,
mesmo sabendo que eram fios de mentira
que os iludia, que os encantava,
alguns poucos, muito poucos,
não mas quiseram saber
de olhar os tais panos.
A estes últimos,
minha pena total,
apesar de feitos
com o mais belo fio de mentira,
o trabalho bordado
continua lindo,
e a moça,
bela tecelã,
continua trabalhando
como nunca.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Tanto Faz

Tanto faz foi escrito de uma forma que monta-se a poesia ao gosto, simplesmente trocando as frases de lugar..



Sempre.....

Haverá uma musa....

Haverá uma poesia ...

Haverá um poeta ....

Haverá alguém disposto a aceitar os escritos,

Haverão criticas aos seus encantos...

Haverá uma lágrima...

Haverá um sorriso...

Haverá uma mão estendida, esperando palavras bondosas....

Haverá um olhar cálido, esperando ternura...

Haverá um braço, aguardando um abraço...

Haverá um lábio, a espera do encontro....

Haverão desavenças a procura de uma paz....

Haverão guerras surdas na intimidade de dois corpos.....

Sempre.......

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Ausência

Meus queridos leitores, estarei ausente por motivo de uma viagem, meu anjo resolveu acolher-me em suas asas e levar-me para passear em nuvens encantadas.

Deixarei postado umas músicas, pérolas da MPB, que alguns já esqueceram, outros não conhecem e muitos, mas muitos ainda viajam com elas, infelizmente este grande artista não teve o seu devido valor.


de Taiguara, Universo no Teu Corpo. (obrigado Majoli pelo vídeo)



de Luiz Vieira, A Paz do Meu Amor, cantada por Taiguara.



De Taiguara, Hoje.



De Taiguara, Viagem, que é o que vou fazer.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Bandida alma

Alma bandida.
Alma banida.
Alma perdida.
Alma combalida
nas lutas da vida.

Alma sofrida.
Alma destruída.
Alma entristecida.
Alma sofrida
das coisas mal resolvidas.

Alma acometida.
Alma falida.
Alma suicida.
Alma comida
por boca carcomida.

Alma trazida.
Alma jazida.
Alma homicida.
Alma acolhida
em mantos de meia-vida.

Alma de unção.
Alma de perdão.
Alma de conclamação.
Alma de sofreguidão.
das coisas do coração.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Empatia

Eu queria,
queria e pedia,
pedia,
e você não me ouvia.

Continuei vivendo, na fantasia,
de que um dia,
você ainda ouviria
o que meu coração dizia.

Você não ouvia,
e partia.
Deixando a euforia
da clausura da abadia.

E nesta agonia
fiquei em afasia.
Se foi minha alegria.
Preciso de alforria.

E em plena apatia,
em total analgesia,
só via que você ia,
só ia.

Recorri a astrologia,
busquei na confraria,
até na cromoterapia,
e nada resolvia.

De nada adiantou a gritaria,
você só partia.
Me levou uma fatia,
como grande senhoria.

Empatia,
só isto eu queria,
para ver se você sentiria
o que causa a tua constante
saída fugidia.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cecília Meireles

Cecília Meireles escreveu:
“ Aprendi com a primavera
a me deixar cortar.
E a voltar sempre inteira.”

A primeira vez que vi esta frase
era só mais uma frase bonita,
bem escrita, sem entender
a profundidade do escrito.
Hoje, mais velho, calejado,
cortado pela vida,
e pelas pessoas,
esta frase me cai
como uma luva,
resolvi a tomar
e gravá-la em meu coração.
Fazemos de nossa vida um jardim,
com flores e espinhos,
e não cuidamos,
nem de um e nem de outro,
deixamos lá para as pessoas
admirarem nossas flores
e se ferirem em nossos espinhos,
mas as maiores vítimas
de nossos espinhos
e de nossas flores,
somos nós mesmos.
Nós nos encantamos
com nossos sonhos,
como se eles fossem rosas azuis,
e enquanto o buscamos,
vamos nos ferindo,
e sangrando,
em nossos próprios
espinhos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Restos

Postarei, agora, algo muito antigo que escrevi, mas que tenho a certeza que vai servir como uma luva para alguém.
Forças que a vida continua.


Eis, ex-amor,
o que sobrou de mim
depois de tua partida.
Um corpo,
nada mais
do que um corpo.
Pedaços de carnes
organizadas pela mágica da vida
e sustentados por ossos
que teimam em resistir.
Não existe mais alma
que o sustente,
não existe suficiente carne
que o preencha,
ou que preencha sua falta.
Nada mais se faz presente,
sem tua presença.
Um corpo é o que restou,
vagando por caminhos errantes,
sem destino certo.
Buscando ansiedades
para lotar o vazio.
E mesmo cheio de vazios,
cheio de tolas angústias,
procura sorrir,
ainda que um riso triste,
para esconder
o que a tua falta
faz.

Passeio Noturno

Vem a noite,
a escuridão toma conta de tudo,
algumas luzes pálidas
iluminam levemente o ambiente.
O silêncio se faz,
a não ser pelo cão
que teima em latir ao longe
quebrando o silêncio da madrugada.
O cheiro misterioso, adocicado, e aveludado
da dama da noite vem chegando,
trazido pelo vento.
Respiro fundo,
deitado de onde estou,
para trazer mais dele para mim.
Fecho meus olhos
e como em um sonho,
meu corpo sai flutuando atrás deste cheiro.
Encontro enfim as pequenas flores brancas
que exalam tão atraente perfume.
E como uma mariposa em volta da lâmpada,
me ponho a rodar em volta da planta,
tomo alguns de seus galhos em minhas mãos,
de forma delicada,
e me ponho a dançar com esta dama.
Dançamos durante a madrugada
até que já cansados de tanto dançar
Morfeu nos leva para a cama,
de ébano e essências.
Dormimos..... e sonhamos,
cobertos pelo brilho da lua,
que surgiu,
no meio da dança encantada.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Almoço dia 1º

Fiz, com carinho, para eu e meu anjo almoçarmos.


Arroz com Cogumelos e Ameixa, Batatas Recheadas e Salada de Maçãs com Uvas e Nozes.




Delícia de Banana

Por trás das cortinas brancas

O que aconteceu
por trás daquela cortina branca,
fina, quase que transparente,
que esvoaçava
ao sabor os nossos suspiros,
ficará para sempre guardado
no coração das duas pessoas
que lá se entregaram.

Houve amor,
houve paixão,
houve briga,
houve desilusão.

Houve carinho,
houve riso,
houve lágrima
houve beijinho,.

Houve entrega,
Houve confissão,
Houve espera,
Houve solidão.

Houve música,
Houve jantar,
Houve improviso,
Houve um encantar.

Houve um pouco de tudo
Por trás das cortinas brancas esvoaçantes.
Que ficará guardado para sempre
No coração dos dois amantes.