sábado, 31 de maio de 2014

Azul dourado



Tenho um pássaro preso,
Dentro de meu coração.
É azul e esta com medo,
De morrer na solidão.

Ainda jovem o colhi,
Passeando pelo campo.
Era mesmo um colibri,
Que não emitia canto.

Devagar se fez crescer,
E ocupou o que havia.
E as asas quis bater,
Espalhar a cantoria.

E no azul tão intenso,
o pássaro tive de soltar.
apesar de meu lamento,
o pássaro se fez voar.

E para tão longe voou,
que a vista não alcança.
E a agonia cessou,
neste peito de criança.

Ainda posso ouvir,
seu cantar  tão encantado.
Sua cor não esqueci,

Era um azul dourado.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Me pega a poesia




A poesia me pega,
e me joga na viva roda.
Na cara ela me esfrega,
o espinho e a rosa.

E na força do destino,
me coloca a escrever.
Sou então um paladino,
tentando a mim combater.

Me despeço das maldades,
que no corpo ainda existem.
Afinal não sou um frade,
que a elas eles resistem.

Me descuido por um tempo,
e volta tudo ao que era.
A magia e o tormento,
logo, logo me espera.

Eu tento correr depressa,
pra fugir do que não sei.
Sou assim e não me peça,
pra mudar o que achei.

E a poesia nasce breve,
Tão singela como flor.
Não tem peso, é tão leve,

como leve é meu amor.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Te amar




É bom como tomar sorvete,
Ou banho de cachoeira.
Como água que mata a sede,
Ou sombra nesta soleira.

É belo como céu enluarado,
Ou  por do sol em Ipanema.
Como filho recém chegado,
Ou uma tarde no cinema.

É gostoso como pisar na grama,
Ou rede depois do almoço.
Como pular tarde da cama,
Ou acabar com o que é saudoso.

É demais como ganhar na loteria,
Ou uma viagem para uma praia isolada.
Como uma mão que acaricia,
Ou um beijo como na sua chegada.

É maravilhoso como tudo que há,
Ou uma vida ilumina.
Como é bom amar,

Você minha menina.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Desobediência



Não me peças para parar,
eu não vou obedecer.
O que tiver de falar,
para todos vou dizer.

Vou dizer como é bonito,
um amor assim tão puro.
Vou falar, não escondido,
nesta vida não me curo.

Não há como eu  negar,
o que explode no peito.
Seria como cegar,
as vistas de um sujeito.

Os meu olhos só te olham,
passeando pelo mundo.
Os meus olhos só imploram,
me retire lá do fundo.

Preciso dizer que te amo,
mil vezes se for preciso.
É teu nome que eu chamo,
me devolva o paraíso.


segunda-feira, 26 de maio de 2014

Menina inquieta

  

Conheci uma menina,
Que adorava viajar.
Esta era a sua sina,
E nada a faria mudar.

Ia sempre aos quatro cantos,
Procurando conhecer.
Do mundo os seus encantos,
E aumentar o seu saber.

Parecia passarinho,
Que gostava de migrar.
Deixava sempre o seu ninho,
Para logo querer voltar.

E foi eterno meu encanto,
que nem dava para explicar.
A menina as asas botando,
para novo voo alçar.

Fazer o que além de olhar,
Não posso prender a menina.
É melhor a deixar voar,
E cumprir a sua sina.

Menina danada,
que insiste em viajar.
Minha alma fica abandonada,
Até você voltar.


domingo, 25 de maio de 2014

Todo tempo temos




Coberto de finos trapos macios,
vejo o que se vem ao longe.
O fim de um tempo de frio,
com montanhas no horizonte.

Uma névoa ainda encobre,
o que lá há para se ver.
Um  castelo de gente nobre,
Que não se dá para viver.

O que busco ali não há,
é um pouco mais além.
Procuro um jeito de amar,
de toda forma o meu bem.

E mais perto do horizonte,
a montanha se faz crescer.
E então o que era longe,
está mais perto de se ver.

E já vejo minha amada,
vem andando pelo campo.
Não mudou um quase nada,
Continua meu encanto.

E nos já braços cansados,
ela vem se aninhar.
E ficamos abraçados,
até o dia terminar.

Caminhamos pelo vento,
procurando onde pousar.
Eu e minha amada tendo,
todo tempo prá  amar.



sábado, 24 de maio de 2014

Conversa com as estrelas




Tu és o sonho distante,
que se fundiu com a dor.
De uma forma docemente,
assim como nasce uma flor.

A alma se aquietou,
quando da sua se viu.
Aos olhos enfim chegou,
a imagem que lhe pediu.

E a dor que ali havia,
sumiu como de repente.
Não foi passe de magia,
foi amor por outra gente.

E a luz brilhou mais forte,
e tudo a volta se encantou.
No peito fechou um corte,
e nunca mais ele sangrou.

Na noite calma deitado,
converso com as estrelas.
Será que por um acaso,
nunca mais irei revê-la?


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Viagem fantástica




Deste milênio, nono era o ano,
Já corria o quinto mês.
E se não muito me engano,
Era sábado, dia vinte e três.

O profeta da baleia,
junto com seu irmão.
Fazia palestra na aldeia,
cantando para a multidão.

Como lá não ia,
resolvi passear.
Com a lua como companhia,
andava a beira mar.

De repente apareceu,
algo que me fascinou.
Um disco voador me prendeu,
e consigo me levou.

Era uma viagem fantástica,
por onde ele passava.
Este belo não se fabrica,
este belo só me encantava.

A lua no céu brilhava,
e eu fiquei viajando.
O disco no céu girava,
em cada giro me levando.

Um dia aqui me deixou,
depois de tanto viajar.
A sua procura estou,
querendo de novo voar.




quinta-feira, 22 de maio de 2014

Embriagados



Como tu  me embriagas,
com seu perfume, mulher.
É calor que não apaga,
nem se assim quiser.

Canta a esperança,
dentro do peito vazio.
Ecoa como lembrança,
do tempo do fim do estio.

Depois da luta de bocas,
travada em todo canto.
Ficaram memórias loucas,
espalhando o nosso encanto.

Foram tantos gritos roucos,
que tentamos abafar.
E tantos beijos loucos,
que faziam desmaiar.

E na embriaguez da vida,
encontramos nosso lugar.
Lá não havia partida,
somente o nosso ficar.

E ficamos por um tempo,
em que não se pode medir.
Nosso maior contentamento,
Era viver sem sentir.

Embriagados nós ficamos,
e não queremos a cura.
Amar nós nos amamos,
com a linda alma pura.



quarta-feira, 21 de maio de 2014

Nossos tempos




Nossos tempos se cruzaram,
sem  hora e nem lugar.
Simplesmente se chegaram,
e foram logo se abraçar.

E ficamos meio  tontos,
sem saber o que fazer.
E ainda meio zonzos,
nos deixamos envolver.

Sem pensar  no que seria,
o depois de acabar.
Sem saber que se feria,
e que ia mais sangrar.

Mas era tanta a loucura,
que todo risco valia.
Um caminhão de ternura,
se vestiu de fantasia.

E veio nosso tempo perdido,
embalado em sonhos lindos.
O tal do amor prometido,
nesta hora era bem vindo.

Nosso tempo não acaba,
nesta vida ou em outra.
É um nó que não desata,
é uma coisa muito louca.

Sem nenhuma explicação,
de quem queira explicar.
Estas coisas do coração,

é melhor não revelar.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Devolva meu coração




Meu coração ficou em seus braços,
você esqueceu de devolver.
Queria fazer novos traços,
mas preso, como posso fazer.

Não tenho mais a liberdade,
de poder voar  de novo.
Enterrado na saudade,
me arrasto feito estorvo.

Enlaçado pelo tempo,
não consigo me soltar.
Eu até que as vezes tento,
prá depois me ver chorar.

E aos poucos me entrego,
nesta luta sem igual.
O amor é mesmo cego,
quando se torna imortal.

E sem coração lá vou eu,
andando com a alma na mão.
Eu te peço o que você esqueceu,
devolva meu coração.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

A rosa



Cuidas tu da rosa que chora,
por não ter mais o teu  amor.
Logo, logo chega a aurora,
e com ela vem  a dor.

Vou  me lançar pelos campos,
buscando um pouco de chuva.
Em um lugar eu acampo,
fugindo da força bruta.

Enquanto a rosa não para,
das suas lágrimas derramar.
O olho nem vê, separa,
o que se tem para gostar.

A rosa não tem mais cor,
e seu cheiro já perdeu.
A culpa foi desta dor,
que a rosa acometeu.

Para amanhã o prazer,
de buscar por coisas novas.
Para a flor que morreu,
ficou jogada em cova.


domingo, 18 de maio de 2014

Amarga, como jiló



Aquela dor tamanha,
Desde o dia em que parti.
Para sempre me acompanha,
Não me deixa fugir de ti.

A tua imagem chorando,
Pela partida sem volta.
É a minha imagem clamando,
O tanto da minha revolta.

As estrelas já não brilham,
E a lua não tem luar.
Por meus dedos só desfiam,
Uma ânsia de matar.

Quando a cama me deito,
Esperando a tudo esquecer.
É que sacode no peito,
Uma vontade de te ver.

Um suspiro solto suave,
Para não se perceber.
É um gemido que logo arde,
E faz uma lágrima correr.

E aquela dor tamanha,
Que me maltrata sem dó.
É grande como uma montanha,
Amarga, como jiló.

É o  peso que carrego,
Por não pensar direito.
Fui um tolo, não nego,
Agora não tem mais jeito.

sábado, 17 de maio de 2014

Vivendo de sonhos




Enfim já cai a noite,
Com o seu negro manto.
A tudo vai envolvendo,
A tudo vai sossegando.

Aos poucos a vida para,
Da balburdia que havia.
Devagar a voz que fala,
Vai virando covardia.

No céu o brilho vem,
Espalhando poesia.
Encantando a um alguém,
Que só pensa fantasia.

O corpo vai se desligando,
Como se a vida deixasse.
O sono aos poucos chegando,
Você vai perdendo este embate.

Em um novo mundo entras,
De sonhos e encantamento.
Nova vida reinventas,
Para viver neste momento.

Nesta nave tão escura,
Nada tem que se fazer.
Não existe amargura,
Só o intenso prazer.

Quando o dia se aproxima,
Tudo vai se acabando.
E o teu sono, viu  menina,
Vai aos poucos se guardando.

Esperando noite escura,
Para enfim ver renascer.
O teu sonho de candura,

Que vai de novo viver.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Janelas d’alma



Da alma não abro a janela,
nada mais há para ver.
Na vida o que havia de bela,
só fez aos poucos esconder.

Os olhos parecem de vidro,
perderam o brilho que há.
Na mente um monte de grito,
somente um nome a chamar.

A solidão semeia saudade,
em todos os cantos do mundo.
O peso da minha idade,
já me faz um vagabundo.

Não há forças para lutar,
não há forças para vencer.
Por mais que queria ganhar,
faço meu corpo sofrer.

Fico junto a minha sombra,
tenho medo de errar.
Tudo a volta me assombra,
não há como escapar.

Cerro meus olhos no vento,
nada mais eu quero ver.
Vou morar num pensamento,
que eu nunca vou viver.


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Tão longe, Tão longe





No sonho lá vou eu,
voando sei bem prá onde.
Buscando o que se deu,
tão longe, tão longe.

É tão triste viver assim,
buscando o impossível.
Perder parte de mim,
é  muito incompreensível.

Com jóias vou bordado,
são em forma de saudade.
Com um manto que é dourado,
e escrito:  É verdade..

Levo na mala beijos,
tenho tantos prá te dar.
Um punhado de desejos,
para te arrepiar.

O lugar é logo ali,
e vou doido prá chegar.
Foi ali que me perdi,
e não quero me achar.

A lua no céu aparece,
para com brilho nos dar.
Uma noite que não se esquece,

e uma vida de amar.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O que se sente


Celebro num aperto de mão,
Ou num abraço apertado.
O fim da era do não,
O inicio do amor encantado.

A morte lenta e dolorosa,
Já morreu no seu querer.
Um jardim coberto de rosas,
Já começa a renascer.

O relógio já não corre,
Como antes, sem parar.
O tempo que me socorre,
Já passou a compensar.

Os olhos já veem brilho,
Na terra que era devastada.
No corpo já vem o cio,
Acabando a invernada.

Na promessa do eterno amor,
A razão não resistiu.
Ela só fez um favor,
E para sempre partiu.

Intensos em causa e efeito,
Vivendo a cada segundo.
A vida não tem mais jeito,
Virou de vez o mundo.

O futuro é presente,
O ontem já é passado.
Naquilo que a gente sente,

Nada pode ser inventado.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Sonho distante




És como uma Helena,
que tem formas triunfantes.
És a imagem serena,
e uma saudade distante.

És a beleza em flor,
que minha alma conduz.
És coberta de amor,
mais que fonte de luz.

És poesia plena,
com rimas inseparáveis.
És o desejo que reina,
em mundo incomparáveis.

És o doce do mel,
e o ouro que nos conforta.
És um misterioso véu,
escondido por linhas tortas.

És uma fonte de graça,
a sete chaves guardada.
És a menina que passa,
brincando como uma fada.

És desejo constante,
E que nunca poderei ter.
És um sonho distante,
Que nunca vou esquecer.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

És tu



És tu que me conduz,
e a tudo ilumina.
És tu que me seduz,
e que tanto me fascina.

És tu a minha aurora,
e minha fonte de cor.
És tu que me namora,
e entende o meu amor.

És tu que é meu dia,
e também o meu querer.
És tu a fantasia,
Que derrota o meu sofrer.

És tu a noite imensa,
que desfruta do calor.
És tu o que não pensa,
e se deita pro amor.

És tu o meu luar,
e também minha saudade.
És tu o meu sonhar,
e também minha verdade.

És tu a minha paz,
que retira toda dor.
És tu que satisfaz,
este coração sonhador.


domingo, 11 de maio de 2014

Virando estrelas


Um Feliz Dia das Mães
para todas que possuem a capacidade
de gerar pelo ventre ou pelo coração.



Não queria ver desfolhando,
E sendo levadas pelo ar.
A fantasia que estava levando,
E que ia em ti plantar.

Este vento vem de onde?
Que teima em aqui soprar.
Se vem do calor de ontem,
Ou vem de outro lugar.

As ilusões vão voando,
Carregadas sem parar.
E o vento segue soprando,
Querendo a tudo levar.

Por mais que eu proteja,
A todas não posso ter.
Ficarei com as que me beija,
As outras deixo de ver.

Que longe sejam levadas,
Já que não posso tê-las.
Que sejam no céu plantadas,
E enfim virem estrelas.




sábado, 10 de maio de 2014

Sem resposta




Nunca ninguém me viu,
dizendo do que não sou.
Sou corpo que nunca partiu,
sou alma que sempre ficou.

Naveguei por tantos mares,
escolhi coisas erradas.
Me embriaguei em muitos bares,
Bati em portas cerradas.

Enfeitei-me com flores mortas,
Inalei do mesmo fel.
De uma vida muito torta,
Fiz um caminho ao léu.

Fiz do pranto a poesia,
Espalhando pelo vento.
Dizendo do que sentia,
Escondendo meu remendo.

Ainda bebo de um vinho qualquer,
Buscando não sei o quê.
Eu nem sei o que se quer,
Ter na vida sem você.

Onde o amor cravou os dentes,
A ferida está exposta.
Por mais que na vida mentes,
Não vais  achar resposta.

Esta eterna e imortal canção,
Vou entoar por todo tempo.
Vai buscando coração,
A resposta ao momento.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Vidas rôtas



Lembranças rôtas,
Memórias perdidas.
A vida em gotas,
Em gotas de vida.

Um corpo no chão,
Rasgado em pedaços.
E no coração,
Um nome, um laço.

Num passo em falso,
o abismo se fez.
E no cadafalso,
a marca na tez.

No céu não há cores,
Nem flores no ar.
O tudo que fores,
Estou a esperar.

Uma vida rôta,
Farrapo do tempo.
Lembranças em gota,
Enganando pensamento.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Desenlace



Cobri-me com veneno e fel,
Adormecido pelo dolorido.
Escureceu de vez o céu,
Sossegou lá fora o alarido.

Já secaram as flores,
na primavera que não veio.
Não existem mais atores,
Neste palco antes cheio.

Um rio nasce na face,
E por todo o corpo corre.
Está feito o desenlace,
O prazer aqui já morre.

Visto uma roupa de festa,
E engano a mim mesmo.
Só é o que me resta,
mentir, como tiro a esmo.

Onde ao meu amor escrevi,
Está para sempre fechado.
A solidão tento encobrir,
E não olhar para o lado.

Apagou em meu peito,
A chama do nosso prazer.
Na cama enfim me deito,
Deixando o amor morrer.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Só por amar.




O amor é para a vida.
Um desejo, um favor,
Escolhe uma alma perdida,
E se encosta com calor.

Quando chega este momento,
Nada há para fazer.
Começa ai o tormento,
De se querer só por querer.

O coração não se cala,
Parece do peito sair.
O boca já não mais fala,
Só fala do seu sentir.

E nesta explosão radiante,
De variados sentimentos.
Só se quer ir adiante,
Perpetuar este momento.

Você não escolhe o amor,
É ele quem te escolhe.
Seja do jeito que for,
Vai te sorvendo aos goles.

Então tudo se perde,
Falta até o chão.
Mesmo que  você só herde,
O que há no coração.

O amor vai te tomando,
E você se deixa lá.
Quieto só amando,

Amando só por amar.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Gritando





O pensamento está frio,
Mas o coração não.
Nos dedos correm como rio,
O momento de emoção.

No papel envelhece,
As palavras que são ditas.
Pode ser, até parece,
Mas eu acho que ainda são lidas.

Vão enfeitadas com fitas,
Amarradas com muito ardor.
O tempo todo te citas,
E falam do meu amor.

O laço vermelho enfeitado,
É pintado com sangue da dor.
Ficar assim ao acaso,
É coisa para sofredor.

Por isto digo correndo,
Gritando aos cantos todos.
Amor estou te querendo,
Não me deixes neste engodo.


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Morrendo




Já não sei inventar,
Poemas como antes.
Acho que estou a secar,
Minha alma de amante.

Os olhos já não me mostram,
o que há na vida de beleza.
Os pensamentos já não se enroscam,
Como eram por natureza.

O sol já não mais brilha,
Como a vida toda brilhou.
A vida não é mais trilha,
Meu caminho se apagou.

A ilusão foi ao pó,
E meu corpo se entristece.
Desfazer este bendito nó,
é coisa que não acontece.

Nas veias não corre poesia,
Na palavra só mora a dor.
Vai voando a fantasia,
E eu fico sem cor.

Agora ferem as lembranças,
em forma de lágrimas sangrando.
Um futuro de esperanças,
foi  devagar se apagando.

Que minha alma regresse,
e me traga contentamento.
Pois na vida que só anoitece,
Acabo aos poucos morrendo.

domingo, 4 de maio de 2014

Quero



Quero minha alma de volta.
Quero a paz acolhedora.
Quero esquecer a revolta.
Quero aquilo que fora.

Quero para sempre voar.
Quero te ter muito por perto.
Quero de novo te amar.
Quero não morar no deserto.

Quero nos olhos o brilho.
Quero o cheiro da flor.
Quero fugir deste trilho.
Quero enterrar esta dor.

Quero te ter no prazer.
Quero em seu corpo grudar.
Quero em teus braços morrer.
Quero você a me amar.

Quero esquecer o meu fim.
Quero esquecer o que era.
Quero-te dentro de mim.
Quero viver na primavera.

Quero escrever o teu nome.
Quero te amar por inteira.
Quero não ter o que some.
Quero viver esta doideira.

Quero ter um  colibri.
Quero nas montanhas morar.
Quero viver o que vivi.
Quero para sempre te amar.

sábado, 3 de maio de 2014

De repente




De repente foi-se o dia,
e com ele a ilusão.
Se soubesse não daria,
mais um passo na razão.

Ficaria como louco,
delirando pelos cantos.
E por pouco, por tão pouco,
era morto o desencanto.

Gostaria se pudesse,
um pouco da vida mudar.
Só assim que se esquece,
o que não vai apagar.

Viveria a emoção,
como nunca a vivi.
Deixaria coração,
solto como colibri.

De repente foi-se tudo,
foi caindo sem parar.
Desmontando o escudo,
que estava a nos cercar.

Agora o que resta,
é guardado com carinho.
E a tristeza em minha testa,
me conduz neste caminho.


sexta-feira, 2 de maio de 2014

Publicações






Todo dia algo novo,
Publicado para  ler.
Até lê um outro povo,
Mas é somente para você.

Procura alegrar o dia,
Ou trazer uma tristeza.
Lembranças não vazias,
Cacos, restos de beleza.

Algumas são carregadas,
De fortes emoções.
Outras são colocadas,
Como flores no coração.

Mas todas tem um sentido,
Te fazer acreditar.
O que na vida foi vivido,
Nunca mais vai se acabar.

Esperando não fazer chorar,
nem uma lágrima escondida.
Os escritos são para guardar,
Assim como se guarda a vida.

E haja sentimento,
Que me faça escrever.
Que não finde o momento,
Senão  eu mesmo vou morrer.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O que sou ?





Sou o que não se vê,
Uma partícula da vida.
Pensamentos sobre você,
E uma alma partida.

Sou histórias mal contadas,
Talvez um pouco de muita indecisão.
Uma parte de conta de fadas,
Outra parte cheia de solidão.

Tenho tragédias e pecados,
Também delícias e bondades.
Na boca um monte de recados,
E o peito repleto de saudades.

São perenes sentimentos,
Inconformidades a vencer.
Borbulhantes pensamentos,
E um mundo a viver.

Sou o que não se vê,
Escondido em mim mesmo.
Sou um insistente você,
Que ainda anda a esmo.