quinta-feira, 8 de maio de 2014

Desenlace



Cobri-me com veneno e fel,
Adormecido pelo dolorido.
Escureceu de vez o céu,
Sossegou lá fora o alarido.

Já secaram as flores,
na primavera que não veio.
Não existem mais atores,
Neste palco antes cheio.

Um rio nasce na face,
E por todo o corpo corre.
Está feito o desenlace,
O prazer aqui já morre.

Visto uma roupa de festa,
E engano a mim mesmo.
Só é o que me resta,
mentir, como tiro a esmo.

Onde ao meu amor escrevi,
Está para sempre fechado.
A solidão tento encobrir,
E não olhar para o lado.

Apagou em meu peito,
A chama do nosso prazer.
Na cama enfim me deito,
Deixando o amor morrer.


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