domingo, 30 de novembro de 2008

Quem?

Não me perguntem
a quem escrevo
declarando todo o meu amor
e falando-lhe de minha dor.
Não sei.
Se soubesse não estaria aqui,
falando ou escrevendo
para o mundo,
para que talvez o vento
leve minhas palavras
até os ouvidos de minha escolhida.
Se soubesse,
estaria a seus pés,
declarando-me a cada minuto
e dedicando-lhe todo o meu amor,
como um servo fiel.
Vivendo, neste novo mundo,
todos os meus sonhos e fantasias.
Ela pode ser de um passado distante,
ou de um futuro ainda mais distante,
ou pior, de um presente,
em uma dimensão paralela,
ou até somente um fruto
de meu imaginário,
não sei.
Só sei que a ela dedico-me a escrever
e descrever o que sinto de mais puro
e belo.

Ilhas

Meu peito parece um grande lago,
com mais de mil ilhas de emoções
a se espalharem por ele.
Próximas umas das outras.

A ligá-las, o barco de meu coração
com o qual navego entre elas,
fazendo com que cada viagem
seja diferente uma da outra,
mas sempre com os mesmos sentimentos
de carinho, afeto e amor.

Em meu peito existe um grande lago,
enorme, cheio de ilhas,
as quais navego sempre.
Meu barco sempre vai devagar,
navegando entre elas,
e recordando em todos os momentos
as viagens já vividas.

Minhas ilhas são todas belas,
cada uma diferente da outra,
cada qual com sua particularidade,
cada qual com sua beleza,
cada qual com sua magia.

Algumas estão tão próximas
que possuem pontes a interligá-las
e posso andar por elas livremente,
e de vez em quando o faço,
nas minhas lembranças.

Outras preciso do barco para revê-las.
viajando no tempo da saudade.
Todas possuem um porto,
um cais seguro em que possa atracar.

Elas possuem casas bonitas,
quase castelos,
cercadas de árvores frondosas e coloridas
e a água que as cerca é límpida e pura.
Nestas casas,
construídas com muito carinho,
posso me aconchegar
e ter um suave e breve descansar.

Algumas são envolta em um bruma leve,
para que não as vejam diretamente,
envoltas no mistério de meu amor,
e a estas eu quero ir,
sempre.

O que é?

Quem ou o que é,
esta onda violenta
e avassaladora,
que chega arrastando sentimentos,
destruindo razões,
aniquilando barreiras,
pulverizando paradigmas,
inundando todo o meu ser
de maneira violenta
e depois vai embora
retornando ao seu leito original
deixando atrás de si destruição
e muito lamento.

Vida

A vida é feita de sonhos
e temos de vivê-los intensamente,
senão nos tornaremos um bloco monolítico
em nossa realidade.
Perfume seus dias,
faça-os mais coloridos,
ilumine a seu caminhar,
e a realidade diária
será muito mais tranqüila
de se encarar.
Não se torne uma rocha,
pois por mais forte
e grandiosa que ela seja
ela nunca se moverá.
Seja forte, com doçura,
seja viril, com uma certa feminilidade.
Se não puder tornar-se parte do todo
torne-se o todo de uma parte.
Você pode até não ter o todo,
mas sempre será parte
de uma parte.

Pássaro

Tenho que te ter
como a um pássaro.
Não posso mantê-la
presa na gaiola de meu coração,
pois assim você canta,
mas seu canto será triste.
Tenho que aprender
a te ter assim, livre,
então deixo-a livre
para quando você quiser
que venha até mim
cante seu canto melodioso
e me encante de novo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Encantamento

Por que você se faz assim,
tão bela para mim,
todas as manhãs
se estás tão distante.
Me perco logo cedo
entre seus os cabelos
e seus lábios tão macios.
Você está tão perto
e ao mesmo tempo
tão distante de mim.
Acho que paixão assim
não acontece sempre
ou melhor
só acontece uma vez na vida.
Palavras são sussurradas
com um olhar tão breve,
tão breve,
quanto breve foi o meu encantamento
por você.
E assim,
em brevidades cotidianas
sigo minha vida
te tendo aos pouquinhos,
em dose homeopáticas,
cada dia um pouco,
e um pouco sempre.

Ecos

O mundo não vai parar de rodar
para escutar as minhas dores,
os meus lamentos perdidos,
ou as dores e os lamentos perdidos
que todos nós temos.
A vida continua de maneira rápida
e atropelando a tudo e a todos
pelo caminho.
Não adianta ficar esperando ecos
de onde eles não vêm.
Não adianta plantar esperanças
onde a terra já está árida para plantar.
Espere, e reze, não perca as esperanças
de que uma chuva benfazeja chegue logo
e possa novamente irrigar a terra
preparando-a para que uma nova plantação
possa ser iniciada
ou então que a antiga,
que tantos frutos
maduros e suculentos
me deu,
possa ser recuperada.

Choro

Ouvi meu coração chorar
e foi o choro mais profundo
que já ouvi.
As emoções que eu tento passar,
as atitudes que me fazem escrever,
ninguém pode dar as minhas palavras
a força que eu quero transmitir
nem eu mesmo consigo.
Não gosto de pegar novas estradas,
de fazer novas viagens,
gosto de ficar onde estou
e com o que tenho.
Eu não vou a lugar nenhum,
eu vou ficar, eu quero ficar,
eu preciso ficar,
mas isto não depende de mim,
não está em minhas mãos.
Os maus ventos sempre sopram,
de vez em quando,
e levantam uma poeira já assentada,
tentando trazer de volta os maus momentos.
Mas o sol do amor
que tenho guardado em mim, dissipa-os
da maneira mais rápida possível
é só ter paciência
e agüentar o choro de meu coração.

Chuva

Fiz, de todo o meu amor,
uma saudade tua.
Em minhas mãos tenho escondido
carinhos que eram seus
e que não os pude dar.
Deixei guardado nos meus olhos
o seu último olhar, de adeus.
Você me deu tanto o riso,
como a dor,
me deu tanto amor.
Quisera compreender por que partiste
e deixaste esta saudade chata,
que não vai embora.
Em meu peito chove, chovem gotas,
gotas amargas, ácidas,
corroendo o que tenho por dentro.
E a dor de não saber onde estás
só aumenta a esta chuva.
Ela é infinda.
Só não devo perder minha ilusão
e nem a vontade de chorar
tua distância.
Se eu pudesse esqueceria
toda esta amargura,
toda esta agonia,
todo este amor.
Eu não te amo por que quero,
te amo por que o destino
assim o quis.

Tentar

Vamos tentar,
pelo menos uma vez
ou mais uma vez,
nos dar as mãos
e caminhar juntos na mesma estrada,
nem que seja por poucos momentos.
Vamos rever os campos floridos,
voltar a ouvir o barulho do riacho
incansável na sua caminhada.
Aquelas árvores que tanto nos encantaram
e representavam toda a solidez de nosso amor
será que ainda estão lá.
Vamos nos ater, a mais alguns detalhes
de nosso novo caminhar.
Você sempre poderá me mostrar coisas novas,
coisas que não vi ou não prestei atenção
por estar com ela desviada toda a você.
Olha ! Ouvi dizer que a estação das flores está chegando,
já imaginou como estará nosso campo?
Repleto de flores, coloridas,
enfeitando e perfumando nosso caminhar.
Venha, vamos tentar nos dar as mãos.
Você caminhando de um lado
e eu do outro da estrada
não nos levará nunca a lugar nenhum.
Nossas estradas estão próximas,
muito próximas e só.
Se você não vier logo
tenho medo
de não ter tempo suficiente
para um novo caminhar.

Minhas Emoções

Minhas emoções são intensas,
e raras,
e quando elas surgem eu não as tolho,
pelo contrário eu as alimento
com mil sonhos,
mil loucuras,
mil fantasias,
pois sei que serão breves,
terão vida muito curta.
Com elas tenho vontade
de jogar um beijo soprado,
pisar descalço na grama molhada,
rolar no chão de tanto rir.
Tenho vontade de,
quando te vejo,
correr sorrindo para você
de braços abertos,
dar-lhe um abraço intenso,
um beijo cálido
e postar aos seus pés
admirando seu falar doce,
falando das coisas simples do dia-a-dia.
Tenho vontade de sempre te dar um Bom dia!
Sorrir para você e saber como você está.
Tenho a necessidade de viver estas coisas simples.
Minhas emoções são efêmeras
e as procuro viver intensamente
e nestas intensidades,
destas intensidades,
é que me perco
de minhas emoções.

sábado, 15 de novembro de 2008

Alma de Poeta

“...ninguém nunca entenderá de verdade o que se passa na alma de um poeta...”

Assim escreveu alguém algum dia,
mas poetas têm alma?
Uma alma completa
em todos os seus sentidos,
acho que não.
Acho que a alma de um poeta
é sempre remendada,
sempre falta um pedaço,
sempre terá de ser completada
com as almas que ele encontra
e lhe preenchem o coração.
A alma de um poeta
nunca poderás ser ou estar completa,
pois se assim acontecer
ele terá morrido,
terá se exaurido
em toda sua capacidade de voar
por outros sonhos além dos seus.
A alma de um poeta não foi feita
para ser compreendida ou explicada,
a alma de um poeta simplesmente existe
para fazê-lo viver as emoções de seus sonhos,
de todos eles até os mais impossíveis.
A alma de um poeta é livre e sempre será.
Ninguém, nunca, nem em tempo algum,
conseguirá aprisionar a alma de um poeta.
A alma de um poeta não nasceu
para ser colocada em grilhões
ou aprisionada em uma solitária cela
de carne e ossos,
ela nasceu livre e assim viverá,
livre, sonhando e sofrendo todas as dores
e as alegrias de seus sonhos.
A verdade que se passa na alma de um poeta
é a verdade de todos nós
com a diferença de que na alma de um poeta
estas verdades se livram dos preconceitos,
dos estigmas colocados pela sociedade,
e se dá o direito de sonhar
e colocar para fora, em um papel qualquer,
todos os seus sonhos
e dividi-los, sem vergonha,
com aqueles quem tenham também
vontade de sonhar
e voar seus sonhos.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Migalhas

Recolho migalhas
espalhadas no chão
pela vida.
Tento, de alguma forma
fazer com que elas,
pequenos pedaços desperdiçados
por alguém que muito tem,
tentem representar o tudo,
mas sinto que elas representam
somente migalhas,
nada mais do que migalhas.
E de migalhas em migalhas,
recolhidas no chão,
vou fortalecendo meu EU.
Valorizando cada pedacinho encontrado,
alimentando-me de cada fragmento conseguido
para que tenha forças e condições
de continuar seguindo a viver
e a buscar novas migalhas.

Asas Partidas

Tenho as asas partidas
e não posso mais voar.
Ao partir,
mesmo sem querer
ou sem saber,
você deixou-me assim,
ferido de morte.
Sinto que minhas asas
até podem cicatrizar,
mas não me permitirão
alçar novos vôos.
Até que tentarei voar
para novos lugares
conhecer,
mas acho que não conseguirei
a dor da ferida,
mesmo cicatrizada,
será enorme.
Vou então vivendo assim,
pássaro que não voa mais,
lembrando dos lugares conhecidos
e sonhando
com os que nunca conhecerei

Certeza

Você,
que brinca nos meus sonhos
e está presente sempre
nas coisas que componho,
sabe muito bem
que eu estou em suas mãos,
não como escravo cativo
sofrendo nos porões da solidão,
mas como um ser que se entregou
para a escravidão total
em um mundo de sonhos.
Um poeta já disse certa vez
“Quando o amor bater a sua porta, deixe-o entrar”,
ele chega, se instala e fim.
Não tem o que discutir.
Não adianta lutar contra,
ele sempre será mais forte do que você
ou de seus desejos.
Assim me sinto
sempre com o amor
batendo a minha porta
a cada novo dia,
todos os dias.
A cada novo nascer do sol
tenho a certeza
que terei mais um dia
para te ter sempre comigo,
mesmo que você
não saiba disto.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Um minuto

Um minuto,
somente um minuto.
Este é o tempo que eu gostaria
que você estivesse dentro de mim
quando lhe encontro.
Talvez então você entendesse
toda a alegria que toma conta de mim,
toda a explosão de sentimentos,
todo o radiar de amor
e carinho expandido,
que faz acontecer
dentro de meu peito
a visão de te ver.
Um minuto, só um minuto,
é o tempo que eu gostaria de ter
dentro de você,
para poder falar ao seu coração,
e a ele, só a ele,
contar-lhe em segredo,
neste minuto infinito,
a importância de ter você comigo,
a necessidade que tenho
de te ter guardada,
para sempre,
em um lugar especial
aqui dentro,
dentro de meu coração.

Coincidências

As vezes na vida nossa acontecem coincidências,
umas muito boas que nos remetem a loucas aventuras,
a vôos fantásticos, a sonhos lindos.
Outras nos lançam de forma violenta e repentina
no mais profundo breu.
Estas, últimas, deixam marcas indeléveis em nossas almas.
Com estas temos de aprender a conviver.
Uma decepção, uma frustração, uma espera de algo que não virá
ou então a realidade de um sonho não realizado.
Só que os sonhos são só meus e sendo meus não posso pedir
que outros participem deles, só eu tenho que tê-los, e a sós.
Se houver mágoa, não a guarde.
Se houver frustração, jogue-a fora.
Se houver decepção, busque o que de bom ocorreu.
Mas nunca, nunca mesmo divida isto com ninguém.
O acaso não existe, coincidências acontecem, e coincidências voltarão a acontecer, sempre.

A maior besteira do mundo é tentar prender um sonho só contigo.

Compor

Minha vida é compor.
Compor escondido.
Compor poesias
no estilo do Romantismo.
Falando de amores perdidos
e encontrados.
De dores e paixões.
Valorizando a mulher
e a natureza.
E de metáforas em metáforas
as palavras vão se agrupando
e dando uma pequena idéia
do que é escrever para alguém,
alguém como um fantasma,
que habita um castelo
erguido em meu coração
para a sua morada eterna.

Liberdade virou prisão.

Minha alma era solta, livre.
Passeava pelos campos
observando os pássaros e as flores
sem nenhum comprometimento
até que você apareceu.
Tudo mudou.
Não resisti à presença doce ao meu lado,
caminhando pelos mesmos campos,
observando as mesmas coisas.
Algo me atraía
e me levava para fora de meu caminhar.
Resolvi seguir por esta estrada
para conhecer os novos campos,
talvez lá, você fosse me levar.
Qual nada, estava enganado.
Você levou-me para um caminho obscuro
onde nada me era familiar.
Tudo era encantamento
e eu não estava acostumado a isto.
Quando dei por mim
estava aprisionado em seu corpo.
Minha alma estava de tal forma presa a você
que não consigo me desvencilhar
por mais que tente..
Minha liberdade virou prisão.
Você me prendeu em seu corpo
e me exilou dele.
Agora não encontro meu caminho,
não consigo me libertar desta prisão,
não sei o que faço.
Vou esperar que você me liberte
para que possa voltar a caminhar
pelos meus campos tranqüilos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Amor

Talvez, algum dia,
eu possa lhe falar do amor que tive
e que nunca o conheci.
Este amor iluminado,
e consagrado,
por uma princesa coroada
que reina absoluta no reino de meu ser.
Um amor incondicional,
irracional, sem igual.
Um amor de entrega total.
Talvez, algum dia,
eu possa conhecer este amor
que me faz tão bem,
e me leva muito além
do que se pode imaginar.

Ofuscante

A minha saudade,
do ontem,
perdida nos tempos da vida
e que nunca mais será achada
ofusca-me tantos os olhos
que não me deixa ver,
hoje,
todo amor
que de uma maneira singela
derramas por mim.

Fuga

Sinto que só te posso ter
como uma doce lembrança,
que nada mais me será restado,
além disto.

Sinto você cada vez indo mais
e mais em uma direção
que não vai ao meu encontro.
E por mais que tente me aproximar
sinto você se afastando.

Tento me conformar, entender,
que nunca há nada
quando uma só pessoa deseja.
Tem de ser a dois.

Toques de corpos,
jamais terei.
Beijos adocicados
ficarão na lembrança.
Braços sem abraços
terei sempre comigo.

Tem de haver uma cumplicidade,
uma entrega,
ainda que parcial e momentânea.

Somente em um lapso de tempo
em um encontro furtivo.
Alguns minutos a sós e pronto
a felicidade está instalada.

Ainda assim não me afastarei,
continuarei indo
atrás de você,
mesmo a distância.

Mesmo que você corra,
mesmo que você não olhe para trás
e me veja ao longe
indo ao seu encontro,
ainda assim estarei ali
por perto,
te admirando,
me encantando.

Renascimento

Depois de um período de negras nuvens,
com muitos raios e trovões,
levando o medo para todo o meu ser,
fazendo com que me encolhesse
dentro de mim,
parece que a chuva parou.
Sinto que algumas nuvens
estão perdendo sua densidade,
estão se tornando um pouco mais ralas
e permitindo que uns poucos raios de luz
passe entre elas.
Tenho a impressão que breve
um sol irá surgir.
Lindo, quente, cheio de vida e luz.
Aguardo este sol novo
para aquecer meu corpo
e tirar todo o meu medo.
Para que possa caminhar novamente
por caminhos seguros
e que conheço tão bem.
E que uma nova tempestade
demore muito,
mais muito mesmo
para vir novamente.

Aborto

As vezes me sinto assim,
como estou agora,
deprimido, triste, muito triste,
melancólico demais.
Uma vontade grande de chorar,
mas as lágrimas não saem.
Não sei se secaram
ou petrificaram
e teimam em não derramar de meus olhos
e aliviar a dor contida em meu peito,
que me carcome lentamente
como a um trapo inútil,
fazendo com que feneça.
Esta dor que me derruba,
que me faz ficar impotente,
que me deixa sem reações,
que me arrasa.
Me coloca no fundo do poço
mais profundo da solidão.
Sinto como se tivesse perdido algo muito importante,
muito precioso para mim,
só que não sei o que.
É como se fosse um aborto,
e como todo aborto,
é violento demais,
arrancando pedaços de mim
sangrando ainda mais meu coração.
Gostaria de entender,
para quem sabe,
saber contornar estes abortos
e deixar que meus sentimentos
não fossem abortados.

sábado, 1 de novembro de 2008

Mais

Quero mais,
muito mais,
de você.
Não quero um amor fugaz.
Quero um amor sagaz
que me faça capaz
de entregar-me demais
a você.
Uma entrega total
sem meios termos,
de corpo e alma,
para toda a vida.
Acho até
que uma vida só é pouco
para entregar-te todo o amor
que tenho por você,
meu amor.
Saibas que o meu corpo se agiganta
para que nele caibam mais
e muito mais sentimentos
que tenho nutrido por você.
Um dia, com certeza,
ainda não sei bem onde,
mas tenho esta certeza comigo
e ela é absoluta,
ainda vou te encontrar
e poderei te abraçar com carinho
dar-te o beijo longevo
que tenho guardado
por tanto tempo comigo.
Neste momento
a paz se deitará comigo
e encontrarei a felicidade
eterna.

Musa ?

Para quem será que escrevo?
Quem será a pessoa que me inspira
a escrever tanto?
Será alguém de meu passado
e não digo o passado desta vida,
mas de outra vida?
Será alguém de meu futuro?
E como todo futuro é distante e incerto,
será que algum dia eu irei conhecê-la?
Será que também ela me procura?
Será que está ao meu lado
ou há meio mundo a nos separar,
ou ainda esta separação é maior,
estamos separados por outras vidas.
Não sei, mas agradeço-te por me fazer o que faz.
Agradeço a esta pessoa tão bela
e desconhecida.
Tão meiga, que habita meus sonhos e
minhas fantasias inalcançáveis.
Tão sutil e delicada,
tão cheia de vida,
que me dá vida
e vontade de viver.
A você, minha musa encantada,
que habita o castelo erguido em meu peito
só para você morar
e dominar todo meu corpo
como senhora absoluta de meu ser,
te agradeço.
Agradeço a oportunidade que me deste
de amar o impossível,
dedicar-me ao desconhecido.
Este amor sem retorno,
sem contato,
platônico,
como se fossemos duas estátuas
de mármore frio em um jardim qualquer,
uma de frente para outra
a admirar-se durante todo o tempo,
mas com uma distância enorme
e impossível de ser vencida.

Estações e Sentimentos.

Minhas emoções ou paixões não seguem o ritmo natural da natureza, que a tudo rege.
Não, elas possuem um ritmo próprio e incontrolável, contrariando tudo que é racional.


Começam sempre como o verão, fortes, intensas, quentes em demasia.
Fazendo-me transpirar emoções por todos os poros.
Sufocando meu coração de alegrias e sentimentos.
Roubando-me o ar.
Deixando-me prostrado em meu cominho errante.
E normalmente eu me perco.


Depois elas surgem como um inverno violento.
Congelando tudo em mim, levando-me a solidão amargurante, como toda solidão o é.
Levam-me então a tremer e a temer pelo meu destino.
Jogam meus sentimentos em um mundo sem cor, aliás, sem cor não, todo branco em que nada pode ser distinguido, nada pode ser encontrado, tudo é falta de ritmo e orientação, então me perco de novo.


Depois de um longo período neste mundo, perdido de mim e tentando me encontrar, passa a surgir um outono.
Despencam as minhas emoções.
Desnudo-me de meus sentimentos.
Tudo passa a ser um pouco de ressentimento, de amargura, de frustração, de perdas e raivas.
Mas tento entender que esta etapa é necessária que fará parte de um crescimento, que é preciso perder parte de mim para que uma outra parte cresça. Que é preciso renovar.

Depois surge timidamente uma primavera.
Os sentimentos tendem a acalmar, a se consolidar, a se perpetuar.
Aos poucos vão aparecendo emoções novas, viçosas, e com força para tentar crescer fortes e prontas para todas as intempéries que possam enfrentar.
Esta fase é a fase da fortificação dos sentimentos das amarguras jogadas fora, das lágrimas serem enxutas.
É a fase em que encontro um lugar para acomodar as emoções dentro de mim.


As emoções que conseguirem passar pela fase da primavera nunca mais saíram de mim.
Estarão para sempre guardadas em meu peito e serão cuidadas com todo cuidado, mesmo que sejam emoções um tanto espinhosas, que não dêem frutos sempre.
Que eu só possa ficar a observá-las de longe, que nunca possa me aproximar dela novamente, e voltar a ter um novo verão, mesmo assim ainda será cuidada, pois para mim o que vale é que deixei esta emoção nascer em mim
e em mim deverá viver.