segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O poeta morreu






O poeta morreu
Fim mais que anunciado
Deixou de ser eu
Estava por fim acabado

Seu coração secou
Sem mais nada a quem dizer
Este fim se apresentou
Bastava enfim desdizer

Mas como isto não houve
Se entregou de vez
Sua voz já não se ouve
Pertence a insensatez

Fim do poeta sonhador
Que sonhava com mundo encantado
Viverá na eterna dor
De não ter o sonho alcançado

Suas palavras ficarão
Como estorvo anunciado
Secou seu coração
Morrerá ser ter deitado


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Onde anda ?





Onde anda a felicidade
Que parece que sumiu
Deixou meu coração
Se foi, partiu

Foi-se embora sem querer
Para trás me deixando
Me largando sem saber
Como posso ir andando

Felicidade que foi minha
E preencheu meu coração
Foi embora sozinha
Me abandonou na solidão

Se um dia te achar
Prometo vou te prender
Nunca mais vou te largar
Se não volto a morrer


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Paz








A palavra dói
A traição machuca
O silencio roí
O desprezo caduca

A indiferença destrói
A maldade fere
A raiva corrói
A soberba aufere

A esperança alcança
O amor é construção
O carinho descansa
O afeto é coração

O perdão evolui
A desculpa traz paz
O te ver me conclui
Nosso amor  então se faz

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Bem Feito








Voando sem efeito
Num mundo perfeito
Cai de mal jeito
Machuquei todo o peito

E como doeu
Quebrou todo meu
Coração que era teu
Enfim se perdeu

Que mal que eu fiz
Escapei por um triz
Do bem que eu quis
Bem feito me diz

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Laço de Amor








Não creio no que sinto
Deste amor que é só meu
Bem no fundo eu ressinto
Que alguém me esqueceu

Não creio na sua boca
Beijando outros beijos
Somente muito louca
Deixastes meus desejos

Porque um olhar
de quem não merece
é como um gostar
que só adoece

ainda assim bem no fundo
esta dor não é mais vil
há um vago tão profundo
que ninguém substituiu

onde pus minhas esperanças?
plantei num jardim de flor
enlutei a minha aliança
com um laço de amor


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Procura







Ando a procurar
Um alguém para amar
Sem querer  encontrar

Um olhar ainda a vista
O fator de uma conquista
Que fugiu  sem  deixar pista

Que segredo foi perdido
Por um tempo escondido
De um amor não fingido

E cercado por um muro
Tão incerto, tão escuro
Fica tudo obscuro

Abandonados muitos vi
Tão sozinhos logo  ali
Foi o tanto que vivi

domingo, 15 de novembro de 2015

O que sobrou







Passo depressa
Onde começa
A razão do meu viver

Escondo o passado
Como forte condenado
Tentando sobreviver

Mas na alma me resta
O que sobrou da festa
Deste eterno querer

Um sorriso tardio
E um pouco de arrepio
Me faz entorpecer

Vou sonhando pelos cantos
Escondendo o meu pranto
Que me faz enlouquecer.




sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A Teia






Há uma teia traçada
Em todo meu pensamento
Uma teia de nada
Paralisando meu momento

É uma teia confusa
Cheia de pontos e nós
É uma teia difusa
Repleta de somos sós

De colorido cinzento
Cercada de muito veneno
Uma teia sem movimento
Nem um pequeno aceno

Nela me vi enroscado
Como isca para a devora
Atada por mil laços
Só uma mão que implora

A pele ainda  sinto
e vejo alguma luz
Para mim mesmo eu minto
com algo que me seduz

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Calou-se o coração




E fico pensativo
Olhando vago
Pensando na vida
Na falta de afago

Nas solidões
Alheias ou minha
Nos corações
Cansados de rinha

Olhar fica perdido
Sem horizonte a ver
Meu rosto desguarnecido
De emoção para se ter

No corpo só um vazio
Ou repleto de vastidão
Na boca nem mais um pio

Calou-se o coração

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Não espere



Não aguarde o entardecer
Para sonhar com a noite
Você pode se arrepender
E o sonho virar açoite

Não engarrafe sonho
Como se fosse vinho
Poderá virar sonho medonho
Ou enfeite de azevinho

Sonhos devem ser vividos
Com total intensidade
Deve de sonho ser abastecido
O amor de uma saudade

Não espere um sonho ter
De um lugar programado
Os sonhos são ilusões a fazer

De um coração apaixonado

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Aprisionados beijos







Já não arde o que ardia
E que tanto fazia bem
Este amor que me partia
Era todo o meu bem

Já me vejo abandonado
Pela partida tão cedo
Do amor encontrado
Que tirou todos os medos

Espero no cálice de veneno
Encontrar de tudo o fim
Foi-se logo o que era pleno
E levou todo de mim

Sonhar é muita loucura
Ainda mais com o que não é seu
Só nos resta amargura
De um amor que já morreu

Os beijos aprisionei
Para guarda-los comigo
São só símbolos eu sei
Mas também são meu abrigo

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Fim





Minha carne rasgaste
Como fera indomada
Em meio a um embate
De almas sufocadas

Gota a gota esgotaste
O que havia no coração
Tornando-o mais um traste
Sem mais nenhuma emoção

Trazias nas mãos rosas rubras
Que com carinho me ofertastes
Ainda que com mil beijos me cubras
Não curará deste desastre

Enfeitado de ternura e solidão
Deixaste-me em um canto
Malfadado coração
Se entregou a mão da razão

Trazias contigo auroras
Que enfeitavam meu dia
Perguntas, por quê choras?
Pelo fim da fantasia.

domingo, 8 de novembro de 2015

Distante






Horizonte distante
Que tardo a chegar
O meu mundo de antes
Acabou de acabar

Deixou-me sem tempo
Sem ter a brisa refrescante
Não sobrou nem momento
Nem agora nem o antes

Que acabe logo o dia
ou quem sabe a vida
Assim me despedia
De meu amor de partida

Sorvendo silêncios e solidões
Vou, o que sobra,  envenenando
Desfiando emoções
Em lágrimas acabando

Vou partir por ai
Em lugares desabitados
Se um dia cair
Levantarei machucado

Mas seguirei buscando
Aquilo que tanto me alegra
Um amor de encanto
Que amanse esta fera

sábado, 7 de novembro de 2015

Vieste







Vieste como bando de fadas
Nas nuvens andando
Quebrando as palavras
E sonhos me dando

Vieste com luz na montanha
Como berço no ninho
Com alma tamanha
Em um corpo de passarinho

Vieste como única esperança
Como fonte de luz
Com sorriso de criança
E mulher que seduz

Vieste, e foi-se ligeiro
Como brisa matinal
Amor bem trigueiro
Como flor outonal

Vieste e me levaste
Somente a carne deixando
Ficou só um traste
e um  corpo flutuando

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Tira esta lembrança








Tira esta lembrança
Do meu sossego
Não sou mais criança
E mesmo assim me vejo

Com perturbações
Que me acolhem
São só ilusões
Que me recolhem

Não posso mais viver assim
Catando esperanças pelo chão
Não sei mais o que tem em mim
Além de um pacote de não

Lembrança vai com a brisa
Me deixa aqui viver
Afinal ninguém precisa
Só de ilusão para viver

É preciso ficar sozinho
Para esta dor desaparecer
Escolhido dentro do ninho
E chorando sem perceber

Tira esta lembrança de mim
Que está no peito guardada
Me deixa ficar assim
Com a minha vida errada

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Ruínas encantadas





Uma pedra sobre outra
Escombros por todo canto
Uma voz que já é rouca
Um farrapo que era um manto

Até onde a vista alcança
Só se vê destruição
O tempo de bonança
Já não existe não

Poeira e muito pó
Foi o que do castelo sobrou
Agora sou guardião só
Como único que restou

O mato já toma conta
Se fazendo já notar
A vida que nos afronta
É o que se tem para guardar

E o tempo vai passando
E eu sigo nesta passada
Com cuidado vou cuidando
De minhas ruínas encantadas

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Te Busquei





Te busquei em todo tempo
Até nas geleiras eu fui
Tentei te achar no vento
Mas no vento que não flui

A saudade bate forte
Neste peito todo ferido
Não nem por que sorte
Ele ainda está meio vivo

Mas você se esconde
Por meios todos que pode
Não sei mais aonde
Que o seu tempo explode

Meu coração na ânsia de ser
Tudo aquilo que não podia
Não me deixou ver
O que na cara batia

Um mundo que não deu
Pois era de muita fantasia
Este mundo é só seu
Em suas eternas folias

Ficam só os pensamentos
E a dor no peito meu
Guardando eternos momentos
Neste coração que ainda é teu


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Despedida, mais uma.







Nas rimas de partida
Vou me despedindo de ti
Afinal não cabe na vida
Sofrer e só assistir

Nestas linhas eu me vou
Te deixando livre de vez
Livre eu não estou
Perdido no mar de tua tez

Vou levando o que posso
E o que não posso também
Vou levando o que é nosso
Que foi deixado por desdém

O mundo agora é seu
Para viver o que quiser
O mundo que é meu
Enfeito como Deus quer

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Hoje






Uma tela em branco
Uma página vazia
Uma esquina sem canto
Uma noite sem fantasia

Um dia sem amanhecer
Um rio sem curvas
Uma tarde sem entardecer
Um mar de águas turvas

Um coração sem paixão
Um amor sem ferver
Uma vida cheia da não
Uma vida, só para viver

domingo, 1 de novembro de 2015

Sem muito sentido






Meu coração está ferido
De amar tanto o errado
Meu coração está perdido
De não esquecer o passado

Ausência da vida
Angustia danada
Amor de partida
Sem uma chegada

Mais triste saudade
Não se pode ter
É muita maldade
Para este meu ser

A dor que não passa
Resquícios que não vão
É muita mordaça
Neste meu coração

E se o “se” predissesse
O que foi perdido
A alma enobrece
Sem muito sentido