terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Carregando

Além da vida transportei,
O que havia tão bem guardado.
Logo, logo me deparei,
Aquilo não podia ser levado.

Posso levar na lembrança,
Num resquício de memória.
Um tempo de bonança,
Um pouco da história.

Posso levar rosas,
E também lírios do campo.
Levo lembranças nossas,
E um tanto de acalanto.

Levo o calor deixado,
E o brilho nos olhos meus.
Levo no peito calado,
Aquilo que nunca me pertenceu.

Levo a tristeza pálida,
Das noites com luar.
Carrego a memória cálida,
De nosso breve encontrar.

Levarei de forma serena,
Tua imagem a me sorrir.
Na boca um novo poema,
Pronto para você ouvir.

Com a cabeça cheia de idéias,
e o coração lotado de dor.
Preciso tirar umas férias,
em minha vida dar outra cor.

Partirei levando nas mãos ternura,
E a minha falsa liberdade.
Partirei em noite escura,
Com a mala cheia de saudade.




domingo, 29 de janeiro de 2012

Te Ouvindo

Anoiteceu de súbito,
O sol se pôs depressa.
Escondeu-se todo jubilo,
Com medo do que lhe resta.

A miragem do deslumbramento,
Aos poucos evaporou.
Foi ficando esquecimento,
Do pouco que me restou.

A alma intranqüila,
Dorme com um olho só.
Não quero nem ouvi-la,
Me envolvo em um filó.

Com as mãos tapo os ouvidos,
Para sua voz não escutar.
Mesmo assim, tão escondido,
Você vive a me gritar.

De nada adianta,
Quero pedir para falar.
Com a voz presa na garganta,
Só vem o soluçar.

E te ouvindo sigo,
Todo dia sem parar.
Será que não terá findo,
Tua voz a ecoar.

A voz que tudo invade,
A imagem que não quer ir.
Renuncio demais a saudade,
E deixo você partir.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um Tango

Ao longe ouço uma música,
Compassada.
Um som de bandoneón.
É um tango na calçada.

O casal rodopia no ar,
Trançam as pernas.
E a multidão calada,
Atenta observa.

Um só parecem,
Envoltos em fantasia.
Alheios ao que acontece,
Como se fosse magia.

Absorto no que vejo,
Para longe me transporto.
Agora sou só desejo,
Nas lembranças me conforto.

Logo a música acaba,
E vem os imensos aplausos.
Só mesmo a memória aplaca,
Este mundo de sobressaltos.



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Antes

Antes torcer,
Do que quebrar.
Ao invés de sofrer,
É melhor sonhar.

Antes viver,
Mesmo que com agonia.
Não é bom morrer,
Sem ter visto um novo dia.

Antes amar,
Se entregar de corpo e alma.
Do que ficar a reclamar,
e perder toda a calma.

Antes silenciar,
Do que falar besteiras.
É melhor deixar para lá,
Do que estragar a vida inteira.

Antes não te esquecer,
Mas te deixar bem guardada.
Melhor desaparecer,
Do que deixar você magoada.

Antes viver de lembranças,
Do que nunca as ter vivido.
Melhor uma mudança,
De vez do paraíso.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Aconteceu. . . .

Como pode tão comumente,
De forma tão rápida e indolor.
Assim, tão de repente,
Acaba o encanto, acaba o calor.

Ao primeiro não,
Fez-se a revolta.
Logo eu que lhe dei meu coração,
Bati com a cara na porta.

Esqueci quem eu era,
E por onde andava.
Fiquei como fera,
Que vive enjaulada.

Perdi o chão.
Fui jogado no vazio.
Como um simples não,
Pode causar tanto frio.

A mente entende,
O coração é que não.
Ele vive de presentes,
Que eram dados por sua mão.

O toque.
O olhar.
A troca.
O pensar.

Ficou tudo no passado,
E não adianta chorar.
Mesmo que revoltado,
Tenho mais de me calar.

A escolha é feita,
Bem simples na sua forma.
Ou você me deixa,
Ou vivo uma vida morta.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Terra Querida

Não vejo mais
A terra querida.
Minha terra tão amada,
Minha terra tão partida.

Toma conta de tudo,
A escuridão agora.
Busca novo conteúdo,
No nascer de nova aurora.

A terra ressequida,
Levanta nuvem de poeira.
Nunca serás esquecida,
Minha terra altaneira.

Em redemoinhos me deixo,
Sem nunca mais brigar.
Aos poucos meu corpo eu deito,
Onde houver um novo lugar.

No peito tenho guardado,
as belas paisagens de lá.
Nos olhos tenho enfurnado,
Tudo que neles possa levar.

Minha terra querida,
Terra de satisfação.
Tem a hora da partida,
Tem a hora do aperto de mão.

Com passagem só de ida,
Sem destino traçar.
Não olho para a terra perdida,
O olho pode molhar.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Minhas Palavras

Não procure em minhas linhas ver,
Quem quer que seja.
Eu só faço escrever,
O que em meu ouvido se despeja.

As palavras vão saindo,
Em total sofreguidão.
Levando a vários caminhos,
Mas nem sempre ao coração.

A quem delas se apossa,
Que desfrute do prazer.
Não é minha, nem é nossa,
Ela é de quem as ler.

Portanto eu vos digo,
com total exatidão.
Não há nenhum perigo,
nem nas palavras e nem na razão.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Fênix

Nascem as flores,
No meio das cinzas.
Apesar dos dissabores,
pintadas com muitas tintas.

O céu se abre,
Em um novo raiar.
Que tudo a volta se cale,
Porque um novo ser vai passar.

A vida não prende corações,
A vida prende sentimentos.
Na vida não adianta guardar chateação,
Isto só é coisa de momento.

Eu queria....
Eu gostaria......
Eu faria.....
Eu guardaria.....

Tudo o que não dizemos,
Que guardamos no fundo do peito.
Será aquilo que faremos,
Quando achamos que não tem mais jeito.

Renasça .......
Se dê uma nova chance.
Abra suas asas,
Voe para bem adiante.

A felicidade não está no ter,
A felicidade está em fazer.
A felicidade está no seu ser,
A felicidade não está no sofrer.

Seja como Fênix foi,
Renasça para a vida nova.
Não deixe para depois,
Se ponha hoje a prova.

Mas faça-a com o coração,
Se entregue de corpo e alma.
Só vivendo esta emoção,
É que a alma acalma.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Tentando Mudar

Onde a memória não alcança,
É lá que quero estar.
Voltar a ser criança,
E nada ter prá preocupar.

Esquecer rapidamente,
Toda injustiça do mundo.
Sorrir naturalmente,
Vivendo cada segundo.

Deixar de lado o triste,
Só levar o que se pode.
Baixar o dedo em riste,
Sem lembrar como se explode.

Mudanças são necessárias
algumas vezes na vida.
Senão viras um pária,
lambendo a própria ferida.

Por mais que doe,
tem de haver.
Você que me perdoe,
mas vou desaparecer.

Passar por uma reforma,
apesar de não querer.
Consertar o que me sobra,
é preciso proceder.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Deserto

No deserto onde habito,
Até o vento é amargo.
Não mais me habilito,
A tentar ser menos fraco.

De tudo que a vida deu,
Aproveitei bem pouco.
Não saber o que aconteceu,
Acaba me deixando louco.

Na demência do meu ser,
Busco o improvável.
Quero o que não posso ter,
Nisto fico vulnerável.

Na mudez das paredes,
Só elas me escutam.
Falo, grito, varias vezes,
E elas nem retrucam.

Só um poeta triste,
A passear pelo seu tempo.
A dor que não existe,
É o impulso para o vento.

Quem sabe um dia eu volto,
A viver o que não vivi.
Não mais me revolto,
Acho que aprendi.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Vontade

É cruel o tempo,
Não me deixa te perder.
Por mais que ele passe correndo,
Fica sempre a vontade de te ver.

A saudade cresce,
Sempre um pouco mais.
Se desse,
Não te deixaria jamais.

As vontades da vida,
Quem vai entender.
É uma viagem só de ida,
Para a gente se perder.

Perdidos nos encontramos,
E vivemos magia pouca.
Quem dera em um ano,
Passe esta saudade louca.

Enquanto não passa,
ela dói demais.
Vai ter de ser no peito e na raça,
deixar tudo para trás.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ansiedade

O anseio entra no peito
E separa a esperança da razão.
Parte o coração ao meio,
Deixando o corpo na mão.

Este menino, anseio,
É sujeito danado.
Deixa no peito, receio,
Um fundo corte atravessado.

E não há quem feche,
O corte de tanto sangrar.
Embora não parece,
Ele vai ter de superar.

Estou saindo,
Retornando ao pó.
Me sinto despido,
Ficando assim tão só.

No olho a chuva não para,
parecendo um diluvio eterno.
Por que não se separa,
a razão do que é terno.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Vento Forte

O amor poderia ser nosso,
Se não fosse um tal vento.
Que soprou no maremoto,
Deixando todo desalento.

O inverno chegou agora,
Tudo a volta calou.
A felicidade foi-se embora,
Nem um olhar ela deixou.

O que era nosso,
Passou a ser meu.
Ficou muito remorso,
No corpo que faleceu.

Fecho os olhos com medo,
Do que posso encontrar.
Do amor o arremedo,
Que ficou em seu lugar.

Tira da alma o grito,
É tudo que se deseja.
Largar o lugar aflito,
Morar onde não troveja.


domingo, 8 de janeiro de 2012

sábado, 7 de janeiro de 2012

Um Mundo

Gosto quando me lês,
Compartilhas do que escrevo.
Só assim você vê,
O mundo que almejo.

Mesmo que seja escondido,
Que é para você mesmo não perceber.
O tudo que foi sumido,
Num momento de compreender.

O mundo que quero,
É um mundo de utopia.
Um mundo de bolero,
Um mundo de fantasia.

Um mundo de paz,
Um mundo de desejo.
Um mundo que jamais,
Existirá algum despejo.

Um mundo de solidões,
De solidões acompanhada.
Um mundo em que dois corações,
Possam estar em uma mesma balada.

Este mundo existe,
E nele eu vivo só.
O coração resiste,
Pois já passou o pior.

Superar é preciso,
Viver é essencial.
Neste mundo de paraíso,
Viver nele é normal.

Só não é normal
Vier nele na solidão.
Fazer dele virtual,
E enganar o coração.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Quando

Quando era pra falar,
Calou.
Quando era pra sentar,
Dançou.
Quando era pra sonhar,
Acordou.
Quando chegou a hora de despedir,
Nem olhou.

Quando era pra ajudar,
Falhou.
Quando era pra dormir,
Despertou.
Quando era pra amar,
Magoou.
Quando era pra arrumar,
Bagunçou.

Quando era pra olhar,
Cegou.
Quando era pra amparar,
Desabou.
Quando era pra se dar,
Cobrou.
Quando era pra acontecer,
Adiou.

Se era pra ir,
Me vou.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Recomeço

Começa um novo ano,
Novas esperanças são plantadas.
É hora de fazer novos planos,
Mesmo que não dê em nada.

É hora de avaliar,
Aquilo que não acertamos.
E mais uma vez mudar,
Como fazemos todos os anos.

Mas de novo erramos,
Em certas coisa incorrigíveis.
A desculpa é que seres humanos,
São seres sempre falíveis.

Erramos na avaliação,
De promessas sem limites.
Erramos na emoção,
De amores imprevisiveis.

A vida nos faz assim,
Só temos de aprender.
Erramos um pouquinho no fim,
Para muito se arrepender.

O que importa não é cair,
Mas como se levantar.
Voltar de novo a sorrir,
Esquecer como é chorar.