terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Saudade 2






Saudade vem,
Saudade entorta.
Saudade é que nem,
Chorar por coisa morta.

Saudade bate,
Saudade maltrata.
Saudade é debate,
Entre dor e a chibata.

Saudade é fogo,
Saudade é demais.
Saudade é jogo,
Que não acaba jamais.

Saudade é triste,
Saudade é morte.
Saudade quando persiste,
É jogar com a sorte.

Saudade é calor,
Saudade é saudade.
Saudade é amor,
e não há quem apague.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Encontros





Já vivi um dia,
Com o não, o sim, e o talvez.
E até por ironia,
Não sabia de quem era a vez.

Era tanta confusão,
Não sabia mais onde morava.
Um dia veio o não,
E me contou onde eu estava.

Estava perdido,
Sem saber por onde andar.
Era só mais um sofrido,
Que não tinha onde pousar.

Encontrei então o sim,
Que ao meu lado sentou.
E ele me disse assim:
Reconheces que errou?

Mesmo assumindo o erro,
Não havia reparação.
Tinha muito pouco peso,
Esta minha confissão.

O talvez, que ali tinha passado,
Olhou-me com muita dó.
E disse:- Pobre coitado,
Nunca te vi tão só.

Vou te dar mais uma chance,
Veja se tanto não erra.
Vá lá, ande, adiante,
E procure o que te espera.

Eu estou andando adiante,
Procurando encontrar.
O meu caminho errante,
Que me faça suspirar.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

É difícil sorrir

É difícil sorrir,
Quando a vida não vem.
Só se deseja partir,
Ou ir para o além.

É difícil sorrir,
Quando uma vida já era.
Não se ter onde ir,
Ou ficar só na espera.

É difícil sorrir,
Quando o amor feneceu.
É como fugir,
De quem já te esqueceu.

É difícil sorrir,
Quando só se tem o nada.
Ou então descobrir,
Que uma vida se acaba.

É difícil sorrir,
Quando não mais se vê.
É pior que involuir,
É perder de vez você.

É difícil sorrir,
Quando já se percebeu.
Que é a hora de ir,
Que você já morreu.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Agora sim, vou viver!

Agora sim, vou viver,
este mundo de liberdade.
Sem deixar acontecer,
Comigo de novo maldade.

Agora sim, vou viver,
Contando para todo lado.
O que pode suceder,
Quando o amor é demasiado.

 Agora sim, vou viver,
Espalhando aos quatro cantos.
Não é bom sofrer,
E derramar tanto pranto.

Agora sim, vou viver,
como um agoniado.
Sem nunca mais te ver,
Aqui, ao meu lado.

Agora sim, vou viver,
de memórias esquecidas.
Que tanto me fazem sofrer,
mas que eram muito queridas.

Agora sim, vou viver,
esquecendo de quem eu sou.
pois não consigo esquecer,
a quem a mim amou.

Agora sim, vou viver,
pelos cantos escondido.
Agora sim, vou morrer,
Por não ter te entendido.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tempos Idos

Os tempos nublados,
Ficaram para trás.
Não mais olhos fechados,
E nem falar de ancestrais.

Falar de ruas floridas,

Com damas da noite cheirosas.
É lembrar de coisa partida,
De coisa maliciosas.

De vestido da cor do céu,
Ou de bolinhos na calçada.
É fazer um escarcéu,
Com a alma maltratada.

A cabeça de branco pintada,
Já não me deixa esquecer.
De um tempo de alvorada,
Sem um sol a escurecer.

Hoje versos invento,
Para do que não sei falar.
Só com isto me contento,
Para a memória lembrar.

Quando se tem um bem,
Mesmo que seja pequeno,
Deve-se ir muito além,
Para não ficar no sereno.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A Noite

É a noite quando me deito,
Que teu nome vem.
E assim me deixo,
Vivendo do que não se tem.

Como se vida ainda tivesse,
A vã esperança teimosa.
Tudo a volta escurece,
Colocando medo a prova.

Se maio ainda fosse,
E tocasse uma banda juvenil.
A memória foi que trouxe,
A quem um dia partiu.

Da hesitação fez-se a certeza,
No silencio tudo aconteceu.
Somente do encontro a beleza,
Não havia nem você e nem eu.


Foram beijos roucos,
Tantos gritos calados.
Tanto tempo pouco,
De se estar ao lado.

Está guardado na memória,
Como lembrança florida.
Como parte da história,
De minha história de vida.

Teu nome gravado em pedra,
Nunca mais se esquece.
É a lembrança que se herda,
Quando o corpo desaparece.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Metades

Vestiste minha pele,
E na calada se foi.
Como se tudo fosse relés,
Sem ao menos dar um oi.

Ficou a alma marcada,
Sangrada com que passou.
No meio da madrugada,
Todo belo se acabou.

Ficaram as cortinas brancas,
Na brisa da noite a voar,
Ficaram no chão as lembranças,
Que o tempo há de apagar.

Aos pedaços estava meu rosto,
Espalhados pelo chão.
Na boca um amargo gosto,
De estar perdido na multidão.

Um rio de mágoas lavou,
O chão de nossa morada.
Sua pegada o tempo apagou,
A casa ficou esvaziada.

Adormece minha alma,
Tentando a tudo viver.
Sem pressa, com calma,
Tentando sobreviver.

Se foi uma metade,
A outra metade continua.
Seria muita maldade,
Matar as metades, as duas.

Vôo serenamente,
No céu acinzentado.
Já fui um ser perene,
Hoje sou só o passado.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Lembranças

Depois de muitos dias,
Em que vi renascer a emoção.
Fui apresentado a magia,
Encontrei o caminho do coração.

Foram momentos encantados,
De tudo a flor da pele.
De muitos beijos e abraços,
De carícias que tanto ferem.

Foram tantas as entregas,
Que esquecemos que havia um mundo.
Habitados por bestas feras,
Que quando atacam rasgam fundo.

O tempo passou correndo,
E nós íamos devagar.
E não fomos vendo,
O nosso amor se afastar.

O agora acabou,
E o vazio tudo encheu.
O tempo de fantasia findou,
E a lágrima enfim escorreu.

O amor não percebeu,
o quanto se perdia.
Quando enfim percebeu,
já não era noite, só havia dia.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Incompleto

Não sou completo,
E nunca serei.
Sou mais um incerto,
E nunca serei rei.

Chega na vida um tempo,
Que se vão as amarras.
Somos soltos ao vento,
Voando como cigarras.

Cantando com o calor,
Anunciando mais um dia.
Depois de uma noite de amor,
Morre-se na nostalgia.

Guardar a todo custo,
Um segredo eterno.
Isto é algo tão injusto,
Não é algo tão moderno.

Está lacrado comigo,

E morrerá em minhas veias.
No caminho ao paraíso,
Não tem como se livrar das teias.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Afastado



Estarei meio afastado,
Tratar do corpo, da vida.
Até abril está programado,
Para continuar a sua lida.

Em outubro, novembro e dezembro,
Foi tudo escrito e postado.
Cada vez mais estou vendo,
como é  bom ter Deus ao meu lado.

Espero logo voltar,
Para este meu prazer.
As letras no papel deitar,
Para você as  ler.