Os tempos nublados,
Ficaram para trás.
Não mais olhos fechados,
E nem falar de ancestrais.
Falar de ruas floridas,
Com damas da noite cheirosas.
É lembrar de coisa partida,
De coisa maliciosas.
De vestido da cor do céu,
Ou de bolinhos na calçada.
É fazer um escarcéu,
Com a alma maltratada.
A cabeça de branco pintada,
Já não me deixa esquecer.
De um tempo de alvorada,
Sem um sol a escurecer.
Hoje versos invento,
Para do que não sei falar.
Só com isto me contento,
Para a memória lembrar.
Quando se tem um bem,
Mesmo que seja pequeno,
Deve-se ir muito além,
Para não ficar no sereno.
Alma Perdida - Poema de Florbela Espanca
Há um dia
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