sexta-feira, 31 de maio de 2013

Desvarios





Tu, eu as vezes sou,
perdido em desvarios.
Pegando o que sobrou,
preencho os meus vazios.

Esconder o sorriso triste,
fingir que está tudo bem.
Enterrar o que não existe,
orar  e dizer amém.

Mentir como saída,
enganar ao outro ser.
Não ser alma perdida,
viver, só por viver.

Escolher o que não quero,
e agradecer ao bendito.
Passar o tempo no espero,
engolir o que não foi dito.

Ser somente reflexo
Daquilo que podia ser
O destino é muito complexo,
Não dá para nele mexer.

Nas loucuras vou vivendo,
Enganando o meu ser.
Querer, sem ser querendo,
É o que posso ter.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Palhaço Poeta





Sou um palhaço poeta,
Que nas letras se diverte.
E como palhaço que se preza,
Fora do palco se entristece.

Não queria ser assim,
Alegrias só nas letras.
Quero muito viver sim,
As alegrias e suas tretas.

Só no palco iluminado,
Deste circo que é a vida.
Sou um ser engraçado,
Brigando com minhas brigas.

De cara pintada,
Para esconder solidão.
Faço show na calçada,
Sou vivo como vulcão.

Quando espetáculo termina,
E todos vão embora.
O palhaço, menina,
Senta no canto e chora.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Aventureiro






Alguém velho me espia,
Escondido pelos cantos.
Se veste de fantasia,
E entoa novo canto.

Não sei ao certo,
Se espia por prazer,
Mas como não sou esperto,
Este ser eu deixo ver.

Ver as coisas que escrevo,
E olhar o seu sorriso.
Ele pensa como devo,
Viver tanto o paraíso.

Neste mundo encantado,
Deve- se sempre viver só.
Sai-se muito machucado,
Que ate dá uma dó.

A arte do escondido,
E uma grande aventura.
Não pode ser divido,
É sua, somente sua.

E o velho fuxiqueiro,
Continua a me olhar.
Sou eu, aventureiro,
Em meu mundo de sonhar.

sábado, 25 de maio de 2013

Claridade das Palavras






Na claridade das palavras,
Me torno outro ser.
Um ser sem nada,
Mas que tudo pode ser.

O silencio é quebrado,
Com o teclar dos meus dedos.
Não sou um ser atado,
vai-se embora todos os medos.

Bendita sejam as letras,
Que por meus dedos fluem.
Me retiram da sarjeta,
E me torno um ser impune.

Posso viver o que quiser,
Sem medo ou preconceito.
Amar a quem me vier,
Em sonhos ou devaneios.

A escuridão afastar,
Mesmo com letras escuras.
Em outro mundo habitar,
E sofrer enfim a cura.

Benditas sejam as letras,
Que fluem de meus dedos,
Soam como retretas,
Tocando no arvoredo.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Viagem fantástica






Deste milênio, nono era o ano,
Já corria o quinto mês.
E se não muito me engano,
Era sábado, dia vinte e três.

O profeta da baleia,
junto com seu irmão.
Fazia palestra na aldeia,
cantando para a multidão.

Como lá não ia,
resolvi passear.
Com a lua como companhia,
andava a beira mar.

De repente apareceu,
algo que me fascinou.
Um disco voador me prendeu,
e consigo me levou.

Era uma viagem fantástica,
por onde ele passava.
Este belo não se fabrica,
este belo só me encantava.

A lua no céu brilhava,
e eu fiquei viajando.
O disco no céu girava,
em cada giro me levando.

Um dia aqui me deixou,
depois de tanto viajar.
A sua procura estou,
querendo de novo voar.


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Um rio chamado saudade






Em um rio chamado saudade,
As suas margens eu sentei.
Estava cansado, era idade,
Disto eu já bem sei.

Era o sol se pondo,
De maneira preguiçosa.
Me dizendo, ora tonto,
Sai desta vida chorosa.

Olhei para suas águas.
Que corriam sem parar.
De maneira graciosa fala,
Meu exemplo é para ficar.

Não adianta bater,
Em uma pedra com carinho.
É melhor se contorcer,
E achar outro caminho.

Fiquei ali escutando,
O que me diziam as águas.
Tentando, só tentando,
Afogar as minhas mágoas.

Mais eram mágoas demais,
E o rio transbordaria.
Melhor deixar lá trás,
E seguir na cantoria.

A mim mesmo enganando,
De maneira silenciosa.
Fingir que não estou amando,
Uma pessoa preciosa.

Preciosa como diamante,
Lapidado por  mão de mestre.
Com um brilho radiante,
Mas só serve para quem se preste.

Como fortuna não possuo,
A não ser a que carrego.
Vou seguindo o infortúnio,
E a ti eu me entrego.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Estava onde ?






Estava onde a imaginação alcança,
Onde possa te encontrar.
Estava onde volto a ser criança,
Onde você vem me abraçar.

Estava em um mundo impossível,
Onde tudo é permitido.
Estava no mundo possível,
Vivendo do amor proibido.

Estava no mundo encantado,
Onde a realidade não alcança.
Estava no mundo dourado,
Onde voltamos a ter esperança.

Estava dentro de mim,
Onde a realidade alcança.
Estava com você assim,
Vivendo em nossa aliança.

Estava onde?
Onde deveria estar.
Estava longe,
Onde possa te amar.

domingo, 19 de maio de 2013

Calado






Nada mais diz o poeta,
Diante da imensa dor.
Como se vivesse em Creta,
Com a alma do condor.

Se foram as palavras,
Saíram do coração.
Abatidas pela clava,
Da insensível razão.

Andando como morto,
Como zumbi da memória.
Ele agora é muito pouco,
Do que disse a sua história.

Ele que conhecia o caminho,
Para longe do abismo.
Se vê agora sozinho,
Praticando ateísmo.

Vivia de sonhos morridos,
De lembranças matadas.
Tinha o corpo adormecido,
Em quimeras passadas,

Emudeceu a sua voz,
Vestida em grande gala.
Enlaçada em tantos nós,
Não consegue, se cala.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Formas e desejos





Meus pensamentos
tomam formas e desejos.
Carregados pelo vento,
vão onde não planejo.

Sou levado para o mar,
como brisa que se espalha.
Lá não tem onde pousar,
o meu corpo é só migalha.

Desejava tua mão,
para o apoio me dar,
mas nem em imaginação,
você está no seu lugar.

Corro solto,
Nas ondas do adeus.
Sou envolto,
Pelos caprichos meus.

Só me resta imaginar,
Teu olhar na distancia.
Não estão a me fitar,
Estão guardados na lembrança.



quarta-feira, 15 de maio de 2013

Se você enlouquecer





Se um dia você enlouquecer,
Cuidado, não se apaixone.
Você deixará de ser você,
E no seu mundo tudo some.

Você passará a ser bobo,
Verá tudo colorido.
Rirá mais que um tolo,
Pensará que está no paraíso.

As coisas não terão importância,
A não ser estar com sua paixão.
Voltará a ter um mundo criança,
Viverá o sonho da ilusão.

Se você enlouquecer,
Se deixe só um pouquinho.
Não vá o corpo todo encher,
De outro ser com muito carinho.

Você se esquece.
Você  se idiotiza.
Você nem percebe,
Mas você se ridiculariza.

Vocês se transfere,
Para um corpo alheio.
O seu que espere,
Mesmo cheio de anseio.

Se um dia você enlouquecer,
Com cuidado, se apaixone.
Se entregue até morrer,
Pois um dia tudo some.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Sonho Navegador





Foi no silencio do breu,
Que naveguei na solidão.
Levado pelo sonho meu,
Sem motivo, sem razão.

Na brisa do incompreensão,
Passo as noites a procurar.
Um mundo sem um não,
Onde eu possa habitar.

Tão sozinho como eu,
Acompanha o coração vazio.
Fugindo do que morreu,
Embarcando  neste navio.

Queria com o olhar encontrar,
Uma nova aurora esperada.
E o meu barco aportar,
Nesta baia ensolarada.

Neste chão firme pisar,
E azul poder vestir.
A passos lentos andar,
Sem o medo de cair.

Construir casa sem muro,
Cercada de belo jardim.
Tornar um ser mais puro,
E viver sem você em mim.

domingo, 12 de maio de 2013

Dona Stella.








No céu minha mãe está,
E eu aqui na terra.
De mim nunca afastará,
A sua lembrança terna.

Mãe fique com Deus,
E com os outros familiares.
Os que restam dos seus,
Oram para que nos ampares.

Saudades. Beijos, Feliz Dia das Mães.



Li em algum lugar que não lembro:
"Deus inventou as mães para Ele poder estar em todos os lugares."

sábado, 11 de maio de 2013

Medo






Eu estava com medo,
Ai eu via a lua.
Achava que era cedo,
Para deixar a rua.

No meio da escuridão,
Ela o mundo iluminava.
Não sei porque razão,
Todo medo se acabava.

Não o que temer,
Com tão bela companheira.
Me deixo a vida viver,
Esquecendo toda besteira.

Minha linda companhia,
Obrigado por me seguir.
Seja noite ou seja dia,
Por ti me deixo seduzir.

Todo medo se vai,
E a escuridão também.
Você a mim não trai,
Sou seu eterno refém.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Tatuagem





A idéia era amar teu nome
Como ultima coisa da vida
Assim como um homem
Assim como causa perdida

Tatuar em meu peito
No coração solitário
Teu nome como efeito
De um amor passionário

Girando nestas palavras
Muita ilusão absurda
Num amor que não se calava
Que gritava para pessoa surda

De tanto que teu nome gritei
Espalhados pelos quatro cantos
Um dia morreu quem amei
E minha vida foi só de prantos

No peito teu nome arde
Pois não consigo apagar
Tatuado com muito alarde
Vou o coração arrancar

No meu mais intimo desejo
O meu nome ao teu sobreponho
E a esta mistura eu elejo
Como o mais belo dos sonhos.

terça-feira, 7 de maio de 2013

O Tempo






O tempo passa correndo
Diante de minha janela
Não para nenhum momento
Nem passando tramela

O tempo passa correndo
Não para nenhum segundo
O tempo de um pensamento
Modifica todo um mundo

O tempo passa correndo
Um tempo que não se reteve
O tempo deste momento
É um tempo que já esteve

O tempo passa correndo
E eu vou ficando para trás
Vou das lembranças vivendo
De um tempo que não vem mais.

O tempo passa correndo
Na vida de um finito
Este tempo eu vou vivendo
Me sentido um bendito

domingo, 5 de maio de 2013

O Espelho





O espelho reflete
O motivo de nostalgia
Na cabeça repete
O nome da fantasia

A esperança vazia
Os espaços ocupa
O corpo estazia
Sem motivo de culpa

O reflexo dourado
Do sol que me aquece
É por fim comemorado
Por quem jamais esquece

Num segundo tudo muda
Só a lembrança não sai
Correndo como uma fuga
Fugindo do que não vai

E o espelho repete
O imagem envelhecida
O cabelo embranquece
É o declínio da vida

sábado, 4 de maio de 2013

Fraqueza




Tem dias que o coração enfraquece,
Seu joelho se  dobra.
Toda força esmorece,
E aí ele chora.

Hoje é um deles,
 apertado demais.
A saudade tem muita sede,
A vontade ficou lá trás.

O que é que  se faz,
Nesta hora de dificuldade.
Choro até não poder mais,
Tentando afogar a saudade.

O coração não reage,
O corpo nem se fala.
Só pensa em uma viagem,
Em  voltar a fazer as malas.

Mais a viagem não vem,
E tudo a volta se finda.
Só posso ser um zé ninguém,
Que sonha com coisa tão linda.

Esperar a força voltar,
E levantar a cabeça de novo.
O coração vai sangrar,
Para alegria do povo.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

Que idade tenho





Tenho a idade do vento,
que passa muito rápido.
Tenho a idade do momento,
do momento imediato.

Tenho a idade do pássaro,
que  voa, voa sem cansar.
Tenho a idade do exato,
do exato tempo de continuar.

Tenho a idade da montanha,
que nos olha zombeteira.
Tenho a idade tamanha,
a idade de uma vida inteira.

Tenho a idade do palácio,
que perpetua para sempre.
Tenho a idade do larápio,
que furta o tempo de repente.

Tenho uma idade pequena,
Que flutua todo ano.
Tenho uma idade serena,
Uma idade que afano.

Tenho a idade, minha querida,
a idade da calma.
Tenho a idade da vida,
da vida de minha alma.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Tempo acabado







Vejo flores no caminho,
Umas margaridas, outras não.
A todas tenho carinho,
Afastam a solidão.

A felicidade passageira,
Muda o que não se vai.
Pensamento é só besteira,
Coisa que só me trai.

O desejo do beijo,
Se desfaz como nuvem.
O abraço o que não vejo,
E que Deus nos ajudem.

No retrato perdido,
Um sorriso marcado.
Sou só o que digo,
Sem tempo acabado.