quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ele



Se tem hora que tudo aflige,
e parece que saída não há.
Tem hora que tudo te atinge,
e que teu mundo vai acabar.

Parece que o fundo do poço,
é o teu único lugar.
Por mais que vires o pescoço,
uma saída não dá para olhar.

Nessa hora meu amigo,
só existe um lugar.
Onde não mora o perigo,
onde a paz vais encontrar.

Basta curvar a cabeça,
Para onde dá prá olhar.
Tá lá em cima, obedeça.
Não desanima Ele vai te ajudar.

Só Ele tudo faz,
Só Ele tem a cura.
Só Ele nos trás a paz,
Só Ele nos ajuda.

Só Ele tem a força,
Só Ele tem o poder.
Só a Ele tu recorras,
Ele irá te atender.

Se quer Dele a ajuda,
Fala com Ele de coração.
Ela vem não desiluda,
Tenha um pouco de compreensão.

Obtendo a satisfação plena,
Dobre os joelhos em oração.
Dos teus erros se arrependa,
Deixe-O morar em seu coração.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ela

Ela,
foi chegando assim,
Meio sem querer,
E eu nem tava afim.

Veio,
Toda sorridente,
Me pegou carente,
Encostou em mim.

Uma,
rosa com valor,
Espalhando amor,
Feito querubim.

Chegou,
desatando laços,
Tomando espaço,
Vestindo carmim.

E eu,
no desembaraço,
Tava no bagaço,
Caidinho sim.

Mas,
eu me deixei de lado,
Corri pro abraço,
Esqueci de mim.

Então,
fui enfeitiçado,
Me perdi no passo,
Entrei no festim.

E,
foi ficando sério,
E todo mistério,
Não era tão ruim.

Agora,
acabou passado,
Tô afivelado,
Quero tudo enfim.

Vamos,
deixa de bobeira,
Vem fazer zoeira,
Tintim por tintim.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Bêbado

Trôpego e cego pela rua,
Quem é este que vem?
Tateando onde anda,
Não enxerga nada além.

Vem andando quase louco,
Balbuciando sem parar.
Tem o tom já meio rouco,
Talvez de tanto gritar.

Seus braços mais nem se mexem,
Parece até um zumbi.
Dele todos se compadecem,
O conhecem desde guri.

Mas o que aconteceu,
Ao antes vigoroso rapaz.
Foi alguém que ele perdeu,
Ou alguém que não o quer mais.

Foi a mulher loura,
aquela dos olhos claros.
Estava meio que louca,
O deixou no desamparo.

Uns não entendem,
Por que de tal situação.
Afinal mulher loura,
Tem no mundo de montão.

Conversei com o rapaz,
Interrogando da situação.
Me disse então o beberraz,
No meio da confusão.

Minha vida acabou,
Não sei mais o que fazer.
O meu amor me deixou,
Eu agora quero morrer.

Tentei contornar,
esta idéia maldita.
Prá que se matar?
A vida é tão bonita.

Ele então nos meus olhos olhou,
E falou de uma só vez:
Senhor, o meu tempo passou,
Estou vivendo na viuvez.

Então entendi,
O motivo afinal.
O amor que eu perdi
Também me jogou no abissal.

Sem mais o que dizer,
Para resolver esta emoção.
Pedi para não se abater,
Já vivi desta abafação.

Isto custa a passar,
lhe disse eu.
Vamos para casa descansar,
Que sabe o amanhã serás de novo teu.

Ao me afastar,
De tão perdida criatura.
Pude em mim notar,
Ainda vivo da mesma penúria.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Morte da Menina

Emudece à luz da vela,
A outrora tagarela.
A linda e jovem donzela,
Não é mais flor de lapela.

Tão linda criatura,
Ela agora é eterna.
Não é minha, nem é sua,
Ela agora é fraterna.

Viveu como queria,
Encantou a quem a conheceu.
Era pura fantasia,
De famintos fariseus.

Só quem realmente a conheceu,
Sabia o que se passava.
Seu coração com o tempo entristeceu,
Não vivia, enganava.

Que lhe tenham piedade,
E também lhe dê descanso.
A menina da saudade,
Agora é só um encanto.

O tempo tudo apaga,
E a tudo desapega.
A menina tão falada,
Não passava de sapeca.

Não fazia o que dizia,
Não dizia o que fazia.
Era muita heresia,
Em seu mundo de magia.

Ela partiu,
E não mais voltará.
O seu tempo pueril,
Acabou de acabar.

Triste sina,
Da menina.
Viveu uma vida vazia,
Repleta de hipocrisia.

sábado, 20 de agosto de 2011

Amores

Amores são doces,
Amores são ternos.
Amores são como flores,
Amores não são eternos.

Amores são vis,
Amores são complacentes.
Amores quando não são viris,
Amores ficam doentes.

Amores são coloridos
Amores são demasiados.
Amores são um perigo,
Amores são exaltados.

Amores são como vento,
Amores são tempestades.
Amores são um alento,
Amores são cumplicidades.

Amores são agonias,
Amores são sofrimento.
Amores são alegrias,
Amores são contentamento.

Amores são de tudo um pouco,
Amores são muitas saudades.
Amores nos deixam loucos.
Amores são vidas na eternidade.

Amores vem,
Amores vão.
Amores vão além,
Amores enchem o coração.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Foi-se o Tempo

Foi-se o tempo em que dizia
Que meu mundo ia acabar.
E aos poucos eu partia
Sem muito com isto importar.

Não importava onde ia
Eu não via solução.
Sem saber o que dizia
Só dizia maldição.

Era lamento,
Era lamúria.
Era um tempo
Só de amargura.

Mas eis que muda a vida.
De repente, assim do nada.
Vai-se uma vida exaurida
E fica uma vida renovada.

Novo caminho se abre
Em um mundo meio gris.
E o que antes era desastre,
Acabou em um final feliz.

Pode até continuar,
Tudo meio que conturbado.
Aos poucos deixei de chorar
Olho sempre o outro lado.

Com temor e fé,
Vou seguindo adiante.
Pé ante pé,
Vou andando radiante.

Como é bom sentir
A alma toda renovada.
Não mais pensar em partir
E sim seguir na nova estrada.

Agradeço a quem me ajuda,
E ampara a todos também.
Me tirando da loucura,
E todo dia digo amém.

Em só ver o que convém,
Eu nada em volta via.
Eu antes era refém,
Em um ato de covardia.

Mas isto tudo passou,
Com a ajuda Divina.
Agora sou o que sou
Vou seguindo esta doutrina.

Nem sei se mereço tanto,
Depois de tudo que fiz.
Mas só em secar o pranto,
Já sou um homem feliz.

domingo, 14 de agosto de 2011

Eu

Já tive de tudo na vida,
Que coube na palma da mão.
Já tive amor de menina,
Já tive amor de irmão.

Dois filhos com muito orgulho
E algumas histórias prá contar.
Já corri risco, comi bagulho.
Já sofri muito de tanto amar.

Os meus pais se foram cedo,
E um irmão se foi também.
Já tive da morte medo,
Hoje só espero quando ela vem.

Dos amigos tenho orgulho,
Irmãos que a vida me deu.
Para muitos sou taciturno,
Para outros sou só um Romeu.

Quando me apaixono,
Sou total dedicação.
A noite me vem o sonho
E nele, sou dono de meu timão.

Sou meio que palhaço,
E como todo palhaço sou triste.
Também não sou feito de aço,
Não deixo uma lágrima em riste.

Só viver um novo dia,
Hoje, é tudo o que peço.
Mais um dia de fantasia,
É pouco, eu sei, confesso.

Um rei ou então um escravo,
Um conselheiro sem a menor inclinação.
Uma coisa eu sei, só falo,
O que me vem do coração.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Encoberto

Passo,
Príncipe oculto
Encoberto em véus.
Ando
por sombras flutuantes,
E não me vêem.
Nos meus gestos,
Não há nenhum gesto
De nobreza,
Só falsidade
habita neste mundo.
Do trivial,
se faz o vil.
Do normal,
se faz o partiu.
A alma insatisfeita
Busca por onde existir,
Na máscara suspeita da vida
Se assoma o falso,
Indiferente,
a qualquer outro sentimento.
Não me julguem,
Todos somos pecadores
Nas artimanhas e teias
traçadas pelo destino.
Não se julguem,
Porque os véus
São impostos para usarmos
como se fossem burcas
da honestidade plena.
Não me conceituem diferente,
Julgo-me abaixo
de qualquer outro ser.
Encoberto, só passo pela vida.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não me acharás

Não me acharás
Em meus poemas.
Talvez nas entrelinhas encontrarás,
Alguma dor, algum tipo de pena.

Não me sentirás
nas minhas palavras.
Talvez nelas encontraras
Alguma coisa que me trava.

Procura-me na solidão,
Em alguma parte de teu corpo.
Procura-me na escuridão,
Vagando como se fosse corvo.

Na loucura total,
Talvez me veja.
Como se fosse marginal,
Na vida que se almeja.

Procure-me na insanidade,
Procura-me na insensatez.
Encontre-me em um resto de saudade.
Encontra-me na embriaguez.

Em uma ponta de rio,
Em um braço de mar.
Bem no meio do estio,
Ainda estarei por lá.

Nos dias desolados,
Lá também estarei.
Nos labirintos encontrados,
Em um canto eu estarei.

No silencio da noite,
Sob a luz do luar.
Serei lembrança que foi-te
Um dia a encantar.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Tantas Coisas

Muitas vezes passos.
Muitas vezes rua.
Muitas vez laço.
Muitas vezes ternura.

Umas vezes cio,
Outras vezes aflição.
Umas vezes rio,
Outras vezes um cão.

Algumas vezes covardia,
Em outras desespero.
Algumas vezes ladainha,
Outras vezes desassossego.

Ah...já fui poesia,
Com a mão do destempero.
Mas também já fui criancinha,
Sorrindo com novo brinquedo.

De tantas coisa que fui,
Nesta curta vida minha.
Só não fui o que seduz,
O coração de uma rainha.

Um dia ainda serei,
Tudo aquilo que desejo ser.
Talvez até possa ser rei,
Se um reino aparecer.

Sou vagabundo.
Sou desleixado.
Sou taciturno.
Sou desalmado.

Uma simples sombra,
Ou talvez um descaso.
Sou mais um não consta,
Ou talvez um não me acho.

Sendo vento,
Ou sol brilhante.
Vou sedento,
Buscando o adiante.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A Estrada

Quando vou por minha estrada,
Nem de longe vejo o fim.
É onde deixo minha pegada,
Não tem ninguém além de mim.

Lá são sempre dois caminhos,
Que eu tenho de traçar.
Um, é onde caminho,
O outro, onde quero caminhar.

Ela é feita de poeira,
Que levanta com o vento.
Lá se faz muita asneira,
Lá se fica ao relento.

A lua brilha no chão,
Jogando beleza no que é feio.
Lá tem muito senão,
E uma chuva de anseio.

Este caminho é muito longo,
Muito ainda tenho de caminhar.
Tem muita árvore, muito tronco,
E umas flores também tem por lá.

Nas tardes tão douradas,
Para um pouco para descansar.
Sou só eu e mais nada,
Nesta estrada a caminhar.

As vezes alguém aparece,
Para nesta estrada caminhar.
Mas logo, logo, se entristece,
E busca outra estrada para andar.

Vejo todos irem longe
Meu andar é devagar.
Todo dia um novo horizonte,
Que tenho de desbravar.