Emudece à luz da vela,
A outrora tagarela.
A linda e jovem donzela,
Não é mais flor de lapela.
Tão linda criatura,
Ela agora é eterna.
Não é minha, nem é sua,
Ela agora é fraterna.
Viveu como queria,
Encantou a quem a conheceu.
Era pura fantasia,
De famintos fariseus.
Só quem realmente a conheceu,
Sabia o que se passava.
Seu coração com o tempo entristeceu,
Não vivia, enganava.
Que lhe tenham piedade,
E também lhe dê descanso.
A menina da saudade,
Agora é só um encanto.
O tempo tudo apaga,
E a tudo desapega.
A menina tão falada,
Não passava de sapeca.
Não fazia o que dizia,
Não dizia o que fazia.
Era muita heresia,
Em seu mundo de magia.
Ela partiu,
E não mais voltará.
O seu tempo pueril,
Acabou de acabar.
Triste sina,
Da menina.
Viveu uma vida vazia,
Repleta de hipocrisia.
Alma Perdida - Poema de Florbela Espanca
Há um dia
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