segunda-feira, 30 de junho de 2014

Breu




Por um tempo posso te esperar,
um ano, um dia, um mês.
Estarei no mesmo lugar,
onde estive da última vez.

Um pouco mais velho, talvez,
com cabelos brancos, alguns.
Perdido um pouco da lucidez,
mas  te esperando como nenhuns.

Enquanto estiver por aqui,
esperarei simplesmente.
Tentarei não deixar sumir,
o que tenho de presente.

Me distrairei com uma canção,
para aliviar o tempo de espera.
Deixarei plantado no coração,
uma imortal primavera.

E quando você voltar,
para o lugar que é só seu.
Tentarei não chorar,
ao sair deste breu.

domingo, 29 de junho de 2014

Era um sonho




Era um sonho,
Que vivia em mim.
Não tinha tempo nem dono,
E depois te perdi.

Do amor que queimava,
Somente brasa restou.
E o fogo que não acabava,
Um dia se apagou.

Te amei com todas as forças,
Que ainda eu tinha.
E morri em mil forcas,
Em mil nós de fantasia.

Não mais poderia,
Manter esta vida.
Morria de noite e de dia,
Se o amor esvazia.

E o sonho que tudo era,
Não mais me falava.
Me deixando na espera,
Partiu na madrugada.

Existe como sombra,
De um passado infindo.
Explode como bomba,

Neste peito faminto.

sábado, 28 de junho de 2014

Sou louco



Peço perdão por te amar,
Desta maneira tão intensa.
As horas que passei a te olhar,
São imensas recompensas.

A velha canção que toca,
Me remete a um passado.
E a lembrança então convoca,
Tua presença ao meu lado.

Bebendo em tua boca,
Dos mais puros dos vinhos.
Me vem saudade louca,
Arrastando como moinho.

A tua doçura sem par,
E o teu afeto sincero.
Me fazem de novo sonhar,
Com tudo que eu espero.

Nem misteriosa promessa,
Ou unções dos dedos teus.
Farão andar depressa,
Este  amor que é só seu.

E perdão então te peço,
Por te amar loucamente.
Sou louco a ti confesso,

E só por ti somente.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Será





Será que devo enlouquecer,
Ou apenas deixar sorrir.
Será que devo deixar de ver,
Ou nunca deixar de vir.

Será que devo morrer,
Ou me deixar e fugir.
Será que devo me esconder,
Ou  nunca mais sair.

Será que devo ser prisioneiro,
Ou como vento livre.
Será que devo fazer,
Ou largar o que vive.

Será que terei paz,
Ou será sempre guerra.
Será que serei capaz,
Ou porta que não descerra.

Será que o que será existe,
Ou é só uma invenção.
Será que o querer resiste,

Ou vai ser frustração.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Calado para sempre




Alcanço o infinito,
Toda vez que te ti penso.
Mesmo que me faça de aflito,
Ou derrame meu lamento.

Tendo o vento seja mensageiro,
Do que tenho para falar.
Que não seja último nem primeiro,
Mas que em você possa chegar.

E te diga te todas as maneiras,
De como é bom te amar.
E se acontecer besteiras,
Nós devemos deixar para lá.

Fui, sem saber, cruel,
Ao deixar de lado.
Este querer fiel,
Que um dia me foi dado.

Nunca poderia ignorar,
O carinho derramado.
E a solidão faz chorar,
O caminho que foi mudado.

Defeito firmado,
Se me resta ficar.
Para sempre calado,

E me deixar desabar.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Doença



Não deixo de te amar,
desta maneira desigual.
È tão grande este gostar,
Que parece fazer mal.

Que não tem cura,
e não esmorece.
Doença que é pura,
Doença que não adoece.

Do meu corpo toma conta,
Não tem cura, nem remédio.
Deixa a cabeça tonta,
E do coração tira o tédio.

E de joelhos te peço,
Não me cure desta doença.
A Deus sempre rogo,

Não me dê a convalescia.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Rota das estrelas




Um dia sem querer,
Encontrei você a andar.
E mesmo sem entender,
Me deixei levar.

Ancorou em mim,
Me fazendo de cais.
E ficamos assim,
Sem mais nada lá trás.

E um círculo se fez,
De maneira intensa.
A raiz formada na tez,
Se tornou imensa.

Como um em mil,
Este amor se firmou.
E meu ser sumiu,
Ou em você se deixou.

Perdido e encontrado,
Neste mundo tão belo.
Não penso em ser livrado,
Em ser tão sincero.

E na rota das estrelas,
Viajei sem fim.
Não vou deixar de tê-la,
Aqui dentro de mim.


domingo, 22 de junho de 2014

Que



Que a tristeza se convença,
Aqui não tem morada.
Que não seja como ofensa,
Se eu deixá-la na estrada.

Que a saudade não se sinta,
Como dona do todo meu.
Ela veio e não dá pinta,
De se mudar de onde escolheu.

Que a dor não seja grande,
Como grande é seu pavor.
E qualquer coisa que se mande,
Seja levada em um andor.

Que o passado não seja triste,
Pois nunca correu perigo.
E o amor de que tu me disse,
Para sempre é meu  amigo.

Que estas coisas não se explica,
Só se deixa acontecer.
Como num espelho multiplica,

Até você se perder.

sábado, 21 de junho de 2014

Homem ou poeta




O homem vem antes do poeta?
Um é o que chora o outro é o que sente.
Vivem esta luta eterna,
Para não se tornar demente.

O que fala coisas tolas,
Ou o que cala na noite silenciosa.
O que ama de forma louca,
Ou  o que morre de forma dolorosa.

O que chama por um nome perdido,
Ou o que escuta a tua voz cálida.
O que busca um mundo sumido,
Ou o que tem a pele pálida.

O que  reclama do silencio enorme,
Ou  da falta que é sentida.
O que nos sonhos dorme,
Ou o que reclama da vida.

Ambos vivem lutando,
Tentando ao outro dominar.
E o tempo vai passando,
Sem definição se dar.

Ambos perdem,
ambos ganham.
Ambos enfraquecem,
Ambos amam.


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Vã momento




Meu desejo cabe num berço,
como um sonho colhido.
Como sono que adormeço,
Ou fruto doce escolhido.

Como louco me acolho,
Em fugas de pensamentos.
Meu desejo já não escolho,
São fragmentos de momentos.

O instante passou,
E suas marcas ficaram.
Sua saudade  me abandonou,
E suas mãos me deixaram.

Mas no infinito gostar,
Que existe em uma paixão.
Um poema se põe a chorar,
Com um aceno de mão.

E na tarde triste do inverno,
Ou  no céu rubro do verão.
Busco nos olhos o interno,
Que nunca me deixarão.

E na noite, o colhido desejo,
adormece em pensamento.
E como anjo me vejo,

neste vã momento.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Mil corações




O peito só sente saudade,
Os olhos só vêem distancia.
Serei uma forma de maldade,
Ou uma total ignorância.

Não tome meus braços,
Como porto seguro.
Faça seus próprios traços,
Que eu nunca  me curo.

Que meu amor não se note,
Ou fique perdido no tempo.
Ele nunca será dote,
Ou pensão de casamento.

Não amarei de menos,
Será sempre por muito mais.
Será como estrela de Vênus,
Guiando meus ancestrais.

Hoje estou quieto,
Como assim deve ser.
O peito continua repleto,
De saudade de você.

Meu amor carrego comigo,
Um recheio de emoções.
Não posso dividir contigo,

Queria ter mil corações.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Meu coração




Meu coração não é pouco,
vive sempre a passear.
Vive em um mundo muito louco,
está sempre a voar, a voar.

Vai a lugares distantes,
que nunca saíram de perto.
Quer viver como era antes,
de tudo com peito aberto.

Passeia até se perder,
e não achar caminho de volta.
Você precisa só ver,
como ele se comporta.

É um ser independente,
impossível controlar.
Não vê tudo pela frente,
só o que ele imaginar.

Ele não tem pernas,
e braços também não tem.
Ele tem asas eternas,
e voa como ninguém.

Meu coração não se cansa,
desta vida que escolheu.
Ter seu sonho de criança,
e amar o que o prendeu.



domingo, 15 de junho de 2014

Um Socorro




Não posso nem lembrar,
daquele amor que não volta.
Que faz o peito chorar,
mas que não causa revolta.

O que plantou tristeza,
e também plantou esperança.
Foi obra da natureza,
depois da chuva, bonança.

Foi o que o olho lava,
em cascatas gigantes.
Foi o que no peito crava,
uma faca flamejante.

Não é amor de tristeza,
é um amor de saudade.
Ele é amor de beleza,
é amor de verdade.

O passado que me condena,
é  mesmo que absolve.
Assim sem dó nem pena,
ele sempre me socorre.

sábado, 14 de junho de 2014

Navio




Lá vai um navio,
Vai repleto do que ama.
Como da vela o pavio,
Mantém acessa a chama.

Balançando pelo mar,
Vai seguindo seu caminho.
O que possa carregar,
Vai levando aos pouquinhos.

Desgastado pelo tempo,
De seu tanto navegar.
O navio é um exemplo,
De quem o quer comandar.

Sozinho pelos mares,
Se guiando pelas estrelas.
O navio e seus pesares,
Simplesmente vai faze-las.

Quando num porto encosta
Descarrega sem parar
Fazendo uma nova aposta
Do que ele pode transportar

Quase sempre é demais
Todo peso que carrega
Mas ele não deixa para trás

Não se foge de refrega

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Minha terra





Minha terra nunca viu o mar,
Vive cercada de montanhas.
Tem muitas histórias para contar,
Cada uma, uma façanha.

Tem comida muito boa,
E paisagens tão belas.
Minha terra tem seus loas,
E também as suas feras.

Tem quem perdeu a cabeça,
Tem quem compôs sem juízo.
Tem um que de tristeza,
Mas um  “que” de paraíso.

Minha terra tem minérios,
Como em nenhum outro lugar.
Minha terra tem mistérios,
Que arrepia no contar.

Minha terra não existe,
Nem se querendo inventar.
Minha terra não é triste,
Ela é repleta de bar.

Onde a noite se afoga,
De beber com a saudade.
Onde a lágrima sufoca,
Um tantinho de verdade.

E vai longe pensamento,
Te trazendo só para mim.
E então neste momento,

Minha terra não tem fim.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Agonizante




A terra está nua,
desprovida  do que havia.
Devastada como lua,
mas que ainda tem magia.

Não tem água,
só tem fome.
Não tem vaga,
só um, some.

Devastada pelo tempo,
depois de grande fartura.
Não pensou nem um momento,
de viver na amargura.

A ausência é sentida,
e lamentada com choro.
Da terra fértil antiga,
se levanta um grande coro.

Chamando pelo passado,
tentando calar o lamento.
Depois de tudo arrasado,
é que se viveu o tormento.

E a terra agonizante,
em sua morte lenta.
Não vê mundo adiante,

somente a vida tenta.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Ainda . . .




Ainda retumba, ecoa,
Uma paixão mal resolvida.
Ele não nasceu a toa,
Veio como forma de vida.

Explodiu em várias cores,
Destruiu o que havia.
Era uma alegria de amores,
Não havia vida vazia.

Nem ficava a se pensar,
O que iria acontecer.
Deixávamos a emoção falar,
E o corpo no seu prazer.

O silencio nos tomava,
Ficávamos assim abraçados.
O momento a tudo calava,
Os dois corpos cansados.

Paralelas seguiam as vidas,
Como se não existissem.
Esquecia-se as feridas,
Como se elas sumissem.

Este encanto desejado,
Em dois corpos ainda dura.
Mesmo que afastados,
Esta emoção é pura.

domingo, 8 de junho de 2014

Escondido amor



Tenho escondido histórias,
Que não  pode ser contadas.
Todas cheia de glórias,
Mas que foram condenadas.

Que crime brutal cometeu,
Para merecer tamanha sentença.
Só foi algo que ocorreu,
De quando o coração não pensa.

E este amor maior,
Para nuvem voou.
Deixou um laço, um nó,
Que ninguém desatou.

Cantado em verso e prosa,
Jamais será esquecido.
Plantado entre mil rosas,
Será sempre meu abrigo.

sábado, 7 de junho de 2014

De repente




De repente vem um riso,
Solto, leve, como deve ser.
É muita falta de juízo,
Ou o pensar em você.

De repente vem a voz,
Sussurrada em meu ouvido.
Vem falando sobre nós,
Do  viver no paraíso.

De repente vem a luz,
Espantando toda chuva.
É a luz que me conduz,
Sem nenhuma força bruta.

De repente é de repente,
Sem nem bem saber porque.
É ilusão que está na mente,

É o que se faz acontecer.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Tá tudo



Tá tudo bem.
Tá tudo indo.
Tá tudo zen.
Tá tudo fugindo.

Tá tudo sorrindo.
Tá tudo chegando.
Tá tudo mentindo.
Tá tudo acabando.

Tá tudo demais.
Tá tudo bem assim.
Tá tudo prá trás.
Tá tudo no fim.

Tá tudo na espera.
Tá tudo na esperança.
Tá tudo jogando à vera.
Tá tudo fazendo lambança.

Tá tudo uma droga.
Tá tudo com saudade.
Tá tudo na fossa.
Tá tudo sem verdade.

Tá tudo pior.
Tá tudo com lágrima.
Tá tudo menor.
Tá tudo saem página.

Tá tudo acabando.
Tá tudo aos pedaços.
Tá tudo te chamando.
Tá tudo um fracasso.


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Chuva




Chove demais,
as goteiras não sossegam.
São chuvas torrenciais,
que mal as vistas enxergam.

Parecem represas rompidas,
inundando a todo canto.
Enchem ruas, avenidas,
parece a natureza chorando.

Chora por não entender,
o que foi que aconteceu.
Como foi tudo perder,
parece que tudo morreu.

E a chuva desce forte, 
tentando limpar o que há.
Será talvez por sorte,
que não vou me afogar.

Me deixo nela levar,
refrescando o meu rosto.
Chuva vem me lavar,

e retira o teu gosto.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Poema companheiro




Nosso primeiro encontro,
Foi meio que sem querer.
Foi quase um desencontro,
Sem saber o que fazer.

Mas você foi se chegando,
Me deixando sem ação.
E eu fui me entregando,
Foi falando coração.

E você se fez crescer,
Derrubando muito mito.
E eu feliz a saber,
Escrever sobre o dito.

Nas lágrimas você se faz,
De companheiro fiel.
Na alegria me trás,
As letras para o papel.

Poema meu companheiro,
Que há muito me acompanha.
És real e verdadeiro,
Como tudo nesta sanha.

E lá vamos nós de novo,
Esperando outro nascer.
Fazendo a alegria do povo,
Que nos gosta assim de ler.