sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A Chama





Assopro devagar,
As cinzas no peito deixadas.
Tentando ainda encontrar,
Um pouco da fogueira apagada.

Escondido entre restos,
De algumas emoções vividas.
Vou regendo feito maestro,
O fogo perdido da vida.

Sopro devagar,
Para não levantar poeira.
Deixando a vista enxergar,
Sem criar nova barreira.

E a brasa aos poucos se aquece,
Tentando de novo inflamar.
Lembrando do que não esquece,
Queimando o que tem de queimar.

Não me falta o prazer,
Mesmo sem poder sentir.
Se o amar não é por querer,
É melhor desistir.

A chama arde teimosa,
Querendo de novo apagar.
Esta chama é preciosa,
Tenho que a alimentar.

Se um dia ela me apaga,
Morro lento, devagar.
Só um anjo me afaga,
E me põe para sonhar.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Rogando




Me deixo de vez abater,
Pela imensa falta tua.
Não há mais o que fazer,
Além de andar perdido pela rua.

No rosto me bate a chuva fina,
Escondendo a tristeza que cai.
Foi-se embora minha menina,
Deixando um rastro que não se vai.

Com os braços enrolados,
Tentando o frio espantar.
Ando, assim, lado a lado,
Com a solidão a se chegar.

Nenhuma viva alma,
Está neste caminho a passar.
Só eu, o que resta de trauma,
E o coração a esgarçar.

Em um ponto qualquer me jogo,
De joelhos dobrados no chão.
Aos deuses eu tanto rogo,
Ajudem este infeliz  irmão.

Uma resposta espero,
De quem possa me ajudar.
Venho ela do clero,
Ou de algum outro lugar.

Com todo o corpo dobrado,
Não há mais uma reação.
Fui de vez aniquilado,
Por apostar na emoção.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Minhas Cartas





Minhas cartas foram em vão,
Você as ignorou.
No meio da enorme imensidão,
Você não perdoou.

Lhe escrevi todos os dias,
Enquanto havia uma esperança.
Achava que as lia,
Enganei-me como criança.

Ignorado por completo,
Só resta as costas virar.
Tomar o caminho reto,
E para minha casa voltar.

Depois não me venha,
Dizer o que não se diz.
No alto de uma penha,
Não se escapa por um triz.

Encontro chuva quando volto,
Caindo no rosto meu.
Não, não  me revolto,
Sem saber o que aconteceu.

Aceito como cordeiro,
O que foi designado.
Melhor que ser forasteiro,
Em um lugar mal assombrado.

Viver nas eternas sombras,
É só para quem não tem juízo.
É melhor que o peito rompa,
E esquecer o paraíso.

As minhas cartas vão ficar,
Perdidas no tempo eterno.
Quem sabe quando as encontrar,
As leia com o coração terno.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Meus Rabiscos





Sou infantil nos meus rabiscos,
Em uma forma que só eu entendo.
Eles são como petiscos,
Que aos poucos vou comendo.

Quem os vê não os entende,
E nem precisam entender.
Os olham com os olhos da mente,
Assim nunca os vão perceber.

Os olhem com olhos fraternos,
Sem nenhum tipo de maldade.
Os olhem com olhos de afetos,
Como obra de caridade.

Não são feitos para compor,
Algum tipo de harmonia.
Nasceram como  torpor,
De uma vida de agonia.

Meus rabiscos são singelos,
Piegas até podem ser.
Funcionam como elos,
Nos pensantes deste ser.

Não refletem o momento,
Pelo qual estou passando.
Refletem um pensamento,
Que um dia passou voando.

Meus rabiscos são só meus,
Podem ler a toda hora.
Se servir serão seus,
Se não servir não jogue-os fora.

Não peço que os guarde,
Os deixe soltos no ar.
Quem sabe um dia passe,
E deles possa se encantar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Morreu ontem meu amor.



Morreu ontem meu amor,
Vestido de um cinza radiante.
Sofreu com muito ardor,
No peito do teu amante.

Morreu ontem o meu amor,
Entre rosas e jasmins.
De vez sua boca calou,
Emudecendo um mundo em mim.

Morreu ontem meu amor,
Mas já não havia morrido?
Tinha não seu doutor,
Ele só tinha se escondido.

Meu amor morreu de silencio,
Meu amor morreu de solidão.
Meu amor morreu com consentimento,
Meu amor morreu no coração.

Meu amor estava cansado,
De tanto sofrimento.
De tanto sofrer calado,
Acabou no desalento.

Morreu ontem meu amor,
Deixando um mundo vazio.
Esteja ele onde for,
Fará parte de meu desvario.



domingo, 26 de agosto de 2012

Poder




Te quero mais,
Seja onde for.
Te quero em paz,
Para esquecer a dor.

Te quero sempre,
Te quero a toda hora.
Te quero no ventre,
Te quero lá fora.

O meu te querer,
o tempo não apaga.
Você pode até não saber,
Mas te tenho como marca.

E te levo comigo,
Andando em um mundo qualquer.
A salvo ou no perigo,
Você está onde convier.

Isto não é escravidão,
É o mais puro prazer.
Viver com você no coração,
Não há como descrever.

É ilusão,
É voar sem asas.
É não ter definição,
De como o tempo passa.

Como é bom,
Ter todo este poder.
Se isto for um dom,
Já veio no meu nascer.

sábado, 25 de agosto de 2012

Sentimento reverso




Não é deixar de amar,
Mas continuar gostando escondido.
Sem muito demonstrar,
Com muito medo do perigo.

É ainda se dedicar,
Com um pouco de desleixo.
É não olhar no olhar,
Pois seria soco no queixo.

Por um deslize qualquer,
Ou uma palavra mal colocada.
Entorna o caldo e a colher,
É melhor ficar calada.

Não é desamor,
É sentimento reverso.
Tem um pouco do calor,
Escondido em cada verso.

E assim deve ser,
Para o bem geral.
Esconder por esconder,
Um sentimento natural.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Escreve-me




Escreve-me...
Uma palavra apenas,
Amena....obscena.
Uma palavra em forma de poema.

Escreve-me...
Uma palavra carinhosa,
Uma palavra tranqüila.
Uma palavra com cheiro de rosa.

Escreve-me...
Preciso ouvir suas letras,
Me fale de coisas bestas.
Nem que seja só nesta sexta.

Escreve-me...
Junte algumas letras magoadas,
E me conte de coisas passada.
De coisas mal acabadas.

Escreve-me....
Me fale um pouco da vida,
Sofrida, sentida.
Da vida que foi partida.

Escreve-me .......


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A Procura




Não procuro alguém tão bela,
Nem ao menos uma princesa.
Procuro sim uma aquarela,
Em forma de realeza.

Não procuro alguém tão forte,
E nem ao menos independente.
Talvez com um pouco de sorte,
Encontre alguém para ser confidente.

Não importa se é branca, negra ou amarela,
Se o cabelo é curto ou comprido.
O importante é que seja ela,
A responsável pela falta de atrito.

Que nos encaixemos,
Na maioria das coisas banais.
Lógico, brigas teremos,
Afinal somos humanos normais.

Tentaremos nos encontrar,
Ao final de cada dia.
Para coisas bobas falar,
E rir com muita alegria.

A fantasia ainda existe,
De uma vida acertar.
Só não se desiste,
Ao primeiro problema que há.

Ser mais tolerante,
E ter muita paciência.
Procura ser mais amante,
E não esquecer da inocência.

Não há uma receita,
aos poucos vai se moldando.
A gente vai e se ajeita,
No que a vida vai apresentando.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Foi-se




Foi-se o tempo,
Foi-se o canto.
Foi no vento,
Do desengano.

Foi-se vida,
Foi-se dor.
Foi tu maldita,
Do meu amor.

Veio pranto,
Veio lástima.
Veio um manto,
Que não desgasta.

Veio assim,
Como do nada.
Manchou carmim,
Como agulhada.

Sorri,
como num fado.
Sou livre,
Como acusado.

Das nuvens negras,
Trovões rugem no ar.
Não há quem não perceba,
Um corpo a se curvar.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Caminhada




A toda hora,
me preocupa.
O chegar da aurora,
que tanto me assusta.

Como chuva gotejante,
Vai enchendo todo o ser.
Nem o vento trovejante,
Me deveria querer.

Parto em dia claro,
Logo, logo a noite chega.
Na vida só resvalo,
De tudo aquilo que se achega.

Na mão levo um pouco,
Daquilo que me restou.
Pareço até um louco,
Caminhando como estou.

Me abrigo da chuva forte,
Que cai fria nas costas.
Talvez com um pouco de sorte,
Encontre mais umas respostas.

Tropeço no que eu gosto,
Como se fosse normal.
A vida brinca, aposto,
Como se eu fosse boçal.

Pé ante pé,
Vou seguindo meu caminho.
O que está a ré,
Levou todo meu carinho.

Agora é só seguir,
E buscar quem me adote.
E se do novo cair,
É azar ou falta de sorte.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Não sei dizer




Se um dia pudesse te contar,
De tudo o que sinto,
A verdade vai mostrar,
Que eu realmente não minto.

Não sei te dizer,
O tudo que se passa.
Também não sei esconder,
Nem colocar esta mascará.

Só sei que não sei dizer,
o que realmente acontece.
Quando você perceber,
Minha falta adoece.

Calado guardo este sentimento,
Que não dá para conter.
Em todo o momento,
Ele só se faz crescer.

Por isto estou a te falar,
Com olhos ainda em chamas.
Não se deixe nunca faltar,
Vais matar a quem te ama.


domingo, 19 de agosto de 2012

Quereres


Queria não desejar,
A vontade tamanha,
De querer te abraçar.

Queria tanto poder,
Esconder-me  com mãos,
E não mais te ver.

Queria não acordar,
Do sonho sincero,
Deste imenso gostar.

Queria não perceber,
O quanto saíste,
Para se esconder.

Queria poder desistir,
Do amor encravado,
No peito a ferir.

Queria logo morrer,
Assim eu matava,
Meu eu em você.

sábado, 18 de agosto de 2012

Saudades Dela




Ah que saudade dela,
Que andava pelas ruas.
Muito linda, muito bela,
Parecia uma escultura.

Com seu andar gracioso,
Só fazia me encantar.
A esperava ansioso,
Para com ela passear.

Foram tantos lindos lugares,
Praias, campos, montanhas.
Nosso amor estava nos ares,
Coisas de nossa artimanha.

Sorriamos feitos bobos,
Parecíamos duas crianças.
O amor nos deixa tolos,
Ele nos enche de esperanças.

Passou rápido este mundo,
Ou o vivemos intensamente.
De qualquer modo fomos fundo,
Fazíamos o que desse na mente.

A vida se dividiu,
Mesmo sem muito querer.
Nem sei quem foi que partiu,
Só sei que nos fez sofrer.

Hoje a saudade é o que há,
Habitando em peitos alheios.
A menina ainda está a passar,
E eu, somente fraseio.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A Espera





Me pego as coisas arrumando,
Para quem nunca vai chegar.
Mesmo assim sigo ajeitando,
Para quando ela olhar.

Ajeito um moço no peito,
Uma mente desarrumada.
Nos lábios treino direito,
O que falar na hora chegada.

A demora não importa,
Pode todo tempo passar.
Só quero vê-la na porta,
Para sorrir e lhe abraçar.

Já está tudo pronto a meses,
Mas faço a tudo revisar.
Converso e olho para as paredes,
Relatando meu ansiar.

E ela não chega,
Por que tanta demora?
É castigo que lateja,
É pavor que não vai embora.

Volte logo querida,
Vem ligeiro me acalmar.
Vem matar a despedida,
Que insiste em se instalar.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Meu Caminho




Quem conhece meu caminho?
Nem mesmo o conheço.
Sei que é feito de espinhos,
E muito cheio de tropeços.

Ele não tem paisagem,
Somente um mar bravio.
Viajo com muita coragem,
mas com o coração vazio.

A bagagem é a memória,
Que junto ao corpo carrego.
De que é feito minha história?
É como o andar de um cego.

Meu caminho é tortuoso,
Sempre a beira do barranco.
Quando encontro algo novo,
O tempo o tira num tranco.

O cansaço já  não me tem,
A pele, no sol curtida.
Não sou como Matusalém,
Logo, logo deixarei a vida.

Enquanto o fim não chega,
Vou seguindo meu andar.
E o que quer que seja,
Nada vai me derrubar.

Cada dia um novo passo,
Com a força que Deus me dá.
Se me falta algum pedaço,
Ele há de completar.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Escrevo Calado






Escrevo, como quem canta
Uma canção bem baixinho
Os sons são quase para dentro
Não se ouve burburinho

Escrevo, como o vento que sopra
Balançando algumas folhas.
Sente-se o vento que roça,
Mas não se tem a escolha.

Escrevo, como uma criança
que dorme em paz.
Sempre tenho a esperança
Que algum bem isto faz.

Escrevo, como quem levanta pela manhã,
Sem maldades na cabeça.
Embora a vida seja vã,
Ninguém quer que ela esmoreça.

Escrevo, para  a mim agradar,
Como forma de desabafo.
Aguardando nas letras encontrar
Um saboroso abraço.

Escrevo, e nem se sou eu,
Quem tantas coisas escreve.
Pareço alguém que esqueceu,
O quando a vida deve.

Escrevo, e aqui me realizo,
Com palavras para tantos.
Até eu mesmo deslizo,
E desabo em novo  pranto.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Sonhando Acordado.






A cada manhã novos mistérios,
para o coração desvendar.
Sempre há um novo hemisfério,
para que ele possa passear.

Feito de lua e estrelas,
E também de um rio cheio de sonhos.
Contigo, só eu posso vê-las,
E esqueço todo o tristonho.

Semeando poesias,
Onde se possa plantar.
Arrancando agonia,
Que muito me faz chorar.

A cada manhã eu renasço,
Buscando sempre o melhor.
As vezes até me rasgo,
Quando acontece o pior.

Mas um dia atrás do outro,
É o melhor remédio.
Da vitória quero o louro,
Em você, esquecer o tédio.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Agradeça





Não cobres,
Pelo que não podes dar.
E nem pagues,
Pelo que não podes comprar.

Não reclames,
Pelo que não podes fazer.
E nem chores,
Pelo que não podes ter.

Não maldigas,
Pelo que não podes ser.
E não reprimas,
Pelo que não se pode conter.

Não se revolte,
Pelo que a vida te mostrar.
E nem brigues,
Pelo que não se pode levar.

Não queiras,
a vida mudar.
Contente-se,
Com o que ela te dá.

As vezes não se pode ter,
Aquilo que se tanto queria.
Mas só um pouco deste viver,
Sobrou  da rebeldia.

Agradeça,
De todo seu coração.
Antes que o pouco desapareça,
E só te sobre ingratidão.

domingo, 12 de agosto de 2012

Caminho Duro




Se um dia
Você perder seu amor,
Parecerá que perdeu a vida.
Poderá vir a saudade,
E se a saudade chegar,
Mate-a .
De tanto a abraçar.
Sufoque-a,
de tantos beijos.
Enterre-a,
em tantos carinhos.
Quando ela menos perceber,
Não estará no seu lugar.
Você a terá dominado.
Afogue seu coração,
Não de lágrimas,
Mas de esperanças
De uma nova vida
Ou da retomada da vida que perdeu.
O perdão,
faz parte da relação.
A volta,
é matéria exclusiva de quem gosta.
Compreensão,
E a melhor companheira ao nosso lado.
Quando você se sentir feliz sozinho,
Saia,
ande pelo mundo,
E veja quanta gente há
Que podem te fazer companhia,
Só por uns minutos que seja.
Felicidade  não se tem,
Se busca.
Vale a pena viver,
Vale muito mais a pena tentar.
Falar tudo isto parece muito fácil,
Duro é buscar este caminho.
Duro é perceber que parte de uma vida
foi embora e não voltará mais.
O problema não são os buracos na estrada,
O problema é não ter mais estrada para caminhar.


sábado, 11 de agosto de 2012

Sem Perceber





Sem perceber,
Mergulhei no abismo do medo.
Achei que ia morrer,
Mas ainda era cedo.

Fugindo como louco,
Em um canto me escondi.
De seguro era pouco,
E mesmo assim fiquei ali.

Sombras tenebrosas rondavam,
Todos os meus pensamentos.
As mais simples me assustavam,
As piores eram tormentos.

Do impossível me livrei,
Pelo menos por enquanto.
Saber nem eu mesmo sei,
Só sei que vou levando.

Ainda não me acostumei,
A dos sobressaltos viver.
E de tudo que passei,
Nunca vou me esquecer.

Nova luz que surge,
Neste túnel tenebroso.
Na vida tudo urge,
Não há tempo “pro” teimoso.

Vamos encher o peito,
E a cabeça levantar.
Se achar que não tem jeito,
O negócio é caminhar.

Tudo no fim se resolve,
De uma maneira qualquer.
Nada terá que revolte,
Será como Deus quiser.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Noite Clara





Eu me vi em noite clara,
com um céu de estrelas bordadas.
Ali a lua calada,
Assista o que se passava.

Os restinhos do poente,
Não me deixam esquecer.
O quanto era doente,
Antes de te conhecer.

Como fagulha me lançava,
De um fogo acolhedor.
Logo, logo apagava,
Virara cinza e dor.

Mas foi em noite iluminada,
Que por Deus te encontrei.
Era o que eu  esperava,
Nem seu como agüentei.

Foi uma tremedeira,
Não sabia onde por a mão.
Eu só sei que a pasmaceira,
Alegrou meu coração.

Viajei como um maluco,
Para dentro da ilusão.
Se fosse ficar caduco,
Que fosse por emoção.

E a noite clara permanece,
Nos iluminando até agora.
Tomara se preserve,
Pelo resto da vida afora.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Vida Plena




Já vasculhei nos quatro cantos,
E não consegui encontrar.
A batida do encanto,
Que fazia meu coração balançar.

Era um misto de amor e raiva,
Que sacudia um corpo inteiro.
Acima dele pairava,
Acho que o amor verdadeiro.

Da ternura me embriagava,
Até quase cambalear.
Sem isto era um nada,
Ficava na vida a vagar.

Descobrindo sentimentos,
Foi assim que te encontrei.
E foi só por um momento,
Que de você me separei.

Do paraíso ao inferno,
Em uma viagem rápida.
De um mundo tão terno
Para um viver de forma trágica.

Foi embora o sonho,
E o encanto que havia.
Eu agora só suponho,
Nunca mais a fantasia.

O corpo já não responde,
A carne aos poucos se vai.
Quando penso no ontem,
O pensamento me trai.

Na placidez me entreguei,
De uma forma até ingênua.
Esqueci de tudo o que sei,
Para viver a vida plena.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Quem Sou ?




Não me leve tão a sério,
nem um único dia.
Sou formado de mistério,
sou envolto em fantasia.

Sou onda que quebra na areia,
Com barulho e muita força. 
Sou água que permeia,
sou corda de uma forca.

Sou como arco que tange,
uma flecha sem destino.
Sou como porta que range,
que te leva ao desatino.

Sou fogo queimando direto,
Todo seu prazer sem sentir.
Sou quem te leva reto,
Para um amor  destruir.

Sou ácido que corrói,
O que de mais puro tiver.
Sou ferida que só dói,
Seja homem ou seja mulher.

Se você não me conhece,
não queira me conhecer.
Todo bom desaparece,
Você vai se arrepender .

Quando a mim encontrar,
Em algum momento da vida.
Não queira comigo falar,
Me deixe como alma perdida.

Sou moleque, sou arteiro,
E ainda vou pegar você.
Meu nome? Ciúme derradeiro,
Aquele que tudo crê.

Agora que me conheceu,
Já sabes como me evitar.
E se você não me esqueceu,
O teu ser irei tomar.

Destruirei  o que tiver,
Te deixarei sem nada.
Seja homem ou mulher,
Terás a alma arrancada.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Não foi





Não foi a frieza do não,
E nem a doçura do sim.
Não foi ter ficado na mão,
E nem ter te descoberto em mim.

Não foi um olhar desviado,
E nem a conversa não tida.
Não foi ser deixado de lado,
E nem sua constante ida.

Não foi o fato não tido,
E nem a distancia implantada.
Não foi seu pequeno sumiço,
E nem você ter ficado calada.

Foi a constante incompreensão.
Foi explosividade a toa.
Foi a inconstância da razão.
Foi por uma briga a boba.

Ambos erramos,
E não admitimos.
Com  o tempo  passamos,
A perder o arrimo.

E assim nos perdemos,
Sem ao menos saber porque.
Nem mais um dia nos vemos
Preferimos nos esconder.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Liberdade





Porque me procura?
Depois de tanto tempo.
Precisas de ajuda?
Procuras um alento?

Ninguém te ouve,
Como eu te ouvia.
Ninguém te coube,
Com eu te cabia.

O tempo é ido,
As emoções também.
Embora ferido,
Não sou mais refém.

Com as asas,
crescendo de novo.
Não mais me arrasa,
Perder por tão pouco.

A procura é vã,  estas cordas
não mais me prendem.
Sei que não concordas,
Livrei-me dos teus dentes.

Procura um apoio,
A quem possas enganar.
A água deste arroio,
Não quero mais provar.

Sigo meu caminho,
E você que siga o teu.
Embora siga sozinho,
Vou feliz com o que é meu.

domingo, 5 de agosto de 2012

Brigo




Brigo por causas perdidas.
Brigo por querer o bem.
Brigo com as coisas da vida.
Brigo por querer ir além.

Brigo pela lágrima caída.
Brigo pelo que quero falar.
Brigo para não ter partida.
Brigo por não poder te amar.

Brigo pelo pão de cada dia.
Brigo para não ter despedida.
Brigo pelo retorno na saída.
Brigo pela vida rompida.

Brigo pelo que não brigam.
Brigo pelo que sonho.
Brigo para que prossigam.
Brigo para fugir do medonho.

Brigo para te defender.
Brigo pelo que acredito.
Brigo para não ver sofrer.
Brigo para não ser um maldito.

Brigo para não enlouquecer.
Brigo para não me acabar em água.
Brigo para te esquecer.
Brigo, e não resolvo nada.

sábado, 4 de agosto de 2012

Eu Quero Amar






Eu quero amar...
Amar como um doido;
Amar até me sufocar,
Amar como  afoito.

Eu quero amar...
Amar perdidamente,
Amar até apagar,
Tudo que havia na mente.

Eu quero amar...
Amar sublime,
Amar o dia todo,
Até que ele termine.

Eu quero amar...
Um amar tão grande,
Que mesmo ao acabar,
Ainda seria gigante.

Eu quero amar...
Simplesmente amar...
Fluir suavemente,
Como se fosse respirar.

Eu quero amar...
Um qualquer,  um ninguém.
Eu quero a você amar....
Seja  aqui ou no além.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Fim do Dia





É hora de acalmar,
De puxar o freio de mão.
É hora de respirar,
Acalmar o coração.

De que adianta correria,
Se nada podemos fazer.
Os problemas do dia a dia ?
Eles só fazem crescer.

Pois que cresçam então.
Eu deles não vou mais cuidar.
Vou deixá-los um pouco na mão,
Agora quero descansar.

Se dedicação e afinco,
Resolvessem as coisas de fato.
Eu a muito já estaria indo,
Descansar em um regato.

Com nada se resolve,
E não sou eu que vou resolver.
Por mais que alguém se revolte,
Eu não vou me debater.

O mundo está nas costas
De quem muito se dedica.
Isto, poxa, é pra quem gosta,
A mim, não mais se aplica.

Agora, me perdoem um minuto,
Que eu quero mais é descansar.
Quero mais que se lasque o mundo,
Eu vou é na rede deitar.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Sendo Gente




Não quero um amor nas esferas,
E nem que ele esteja na lua.
Quero meu amor perto da janela,
Aqui ao lado, na rua.

Ter um amor que flutua,
O vento o pode levar.
Quero meu amor toda nua,
Para que a possa admirar.

Um dia se tem a certeza,
Que este amor te encontrou.
No outro se perde a leveza,
Pois o vento seu amor levou.

A gravidade te cola no chão,
Você não consegue levantar.
A únicas resposta é um não,
Nada mais há para escutar.

O tempo mostrará,
Que um amor assim,
não vai te levantar,
mas vai te levar para o fim.

Não procure um amor maior,
Um que seja diferente.
Encontre um amor melhor,
Que te faça se sentir gente.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Um Pássaro





Quando o sol se encarna,
E os sonhos vão adormecer.
Minha alma se desgarra,
E voa direto para você.

Como criança feliz
Vagueio por estes momentos.
Nada mais me diz,
O que é ser tormento.

No vazio passeio,
Neste mundo que criei.
Minha poesia escrevo,
Dos sonhos que alimentei.

Elas são meu sustento,
E minha fonte de loucura.
São os meus cata-ventos,
São a minha ternura.

Tempos difíceis virão,
mas já os enfrento a tempos.
Na vida ter mais um não,
Faz parte do que enfrento.

Querem me levar para uma caixa,
Mas reluto, e relutarei.
Sofrer este tipo de baixa,
É coisa que não aceitarei.

Sou como pássaro,
Que voa livre pelo céu.
Na poesia preparo,
A retirada do véu.