segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Duvide, ou não.





Duvide que a verdade seja fogo,
Ou a mentira uma bobagem.
Não duvide que o amor é um jogo,
E a paixão uma abordagem.

Duvide que as palavras sejam tramóias,
Ou os olhares sejam encantos.
Não duvide que a língua for jibóia,
Ou que os braços sejam recantos.

Duvide do que for doce demais,
Ou do que seja azedo constante.
Não duvide de um passo atrás,
Ou do que seja um passo adiante.

Duvide da saudade que passa,
Ou de uma lágrima cortante.
Não duvide da dor da ressaca,
Ou do amor de um amante.

sábado, 22 de agosto de 2015

Falo







Falo das pedras da estrada
E falo de gaivotas  a pairar
Falo de contos de fadas
E falo de amores a voar

Falo de coisas perdidas
E falo de coisas achadas
Falo de alma fugida
E falo de menina levada

Falo de coisas de dor
E falo de amores do bem
Falo de flores de cor
E falo de anjos d’além

Falo de gritos contidos
E falo de sussurros deixados
Falo de olhos perdidos
E falo de calor amordaçados

Falo de mim e de você
E falo também de nós dois
Falo de mim sem você
E falo do que ficou para depois.

Falo de muitos  desejos
E falo de sonhos diversos
Falo um tanto de beijos
E falo num mundo deserto

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Desalinhos






O que trago?
Comigo no peito.
Além da lembrança do afago,
De um amor que era perfeito.

Uma febre ansiosa
Invade meu coração
Na boca palavra nervosa
De fala sem exatidão

Talvez num encanto de mago
Sumam as coisas dolorosas
E na mente eu apago
E planto um jardim de rosas

Ser assim de ninguém
Sem asas para voar
É um castelo de desdém
Num deserto sem desaguar

Um dia se fez alvorada
Com um gorjeio no ninho
E minha amada apaixonada
Vestida de puro linho

Despejava seu encanto
Em todo este meu ser
Eu perdido num canto
A ela não pude ver

sábado, 1 de agosto de 2015

Quero







Quero amor sem fim
E flores na primavera
Quero você para mim
E fim de telenovela

Quero você me olhando
E dizendo que não me deixas
Quero a noite passando
Enrolado em tuas madeixas

Quero um tom de soneto
Para embalar teu sono
Quero o branco no preto
Para acabar o abandono

Quero um mar sem juízo
E uma praia deserta
Quero fazer paraíso
De onde não se desperta

Quero um  bando de loucos
Correndo soltos no mundo
Quero juízo bem pouco
E amor de um segundo