quinta-feira, 30 de junho de 2011

Meu menino

Parece que foi ontem
Que este menino nasceu.
O tempo passa rápido
E nem se percebeu.

Como este menino cresce,
E nem se nota.
E a gente envelhece,
E ele já quase não passa na porta.

Quando me dou conta,
Ele é quem me pega no colo.
Toda vez que ele apronta,
Levo uma bronca a tiracolo.

Mas não tem jeito,
Aquele olhar que ele tem
Quebra qualquer trejeito,
E me faz de seu refém.

É meu menino querido,
Que agora quer as asas bater.
Para mim você nunca terá crescido,
E a te embalar a noite eu vou ter.

Vou velar seu sono,
suas bagunças arrumar.
Mesmo quando chegar o outono
Ao teu lado vou estar.

Pequeno gigante,
Que cabe certinho em meu coração.
Sei que tens de ir adiante,
Mas não saia da palma de minha mão.

Pode ir,
eu finjo que não ligo.
Vou sorrir,
Com o coração espremido

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Entrega

Quero viver na graça,
e por Ti sempre ser abençoado.
Quero vencer no peito e na raça,
Estando ao teu lado.

Nada irá deter,
esta minha trajetória de vitória.
E se alguém tentar interromper
Aí Tu entras nesta história.

O empecilho remove,
Os mares revoltos acalma.
Na alma coloque um renove,
És Tu refrigério da alma.

Nem todos os caminhos,
a Ti conduzem Jesus.
Quem só conhece o descaminho,
não reconhece o sacrifício da cruz.

OH Deus me mostre o caminho,
retira a impureza do passado.
Acolhe este ser pequenino
que escolheu andar ao teu lado.

Visando não mais errar,
tentando a vida perfeita.
Senhor vem ajudar,
melhora a minha colheita.

Muitas vitórias vou ter,
um novo campo semear.
Algumas lágrimas ainda vou ver,
Mas o Senhor irá me amparar.

A Tua mão irá me tocar,
e curará todas as feridas.
Nada mais de Ti irá me afastar,
és Tu a salvação para a eterna vida.

Já refeito e renovado,
Me visto com roupa de festa.
Vou ao encontro de meu Amado,
E entrego-lhe tudo que me resta.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um Barco

O que era gigante,
Agora aplacou.
Não é mais como era antes,
Coração esvaziou.

Tantas fizestes,
Distribuindo ingratidão.
Deixou-me a boreste,
No sentido da navegação.

E deste novo angular,
Outras vista alcancei.
Encontrei um outro mar,
E por ele naveguei.

Um mar de calmaria,
Um mar de exatidão.
Um mar sem muita magia,
Mas um mar sem preocupação.

Prefiro navegar a leve brisa,
Do que vento forte enfrentar.
A idade já não prioriza,
Tanta energia gastar.

O barco já está gasto,
De tantas tempestades combater.
Já não ando, me arrasto,
Tentando o rumo manter.

Só quero agora encontrar,
Um porto que me acolha.
Para poder ancorar,
E viver o resto da vida tola.

Quando lá chegar,
As cracas arrancarei.
Com o casco limpo, pintar
Achando que me renovei.

Velho barco navegante,
Já é hora de parar.
Desligar este motor roncante,
E parar de navegar.

Deixe a ferrugem comer,
O que resta da estrutura.
Nem adianta combater,
Aceite com ternura.

O fim é chegado,
Para todos nós um dia.
O tempo do barco é passado
E ele o viveu com alegria.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Alforria

Se não tivesse tido,
tanta pressa.
Se tivesse mais um pouco,
de conversa.

Se não fosse tão grande assim,
a entrega.
Se não tivesse acontecido,
A refrega.

Teríamos uma vida inteira,
de dedicação.
Teríamos vivido,
uma enorme paixão.

Se a gente pudesse,
mais calma ter.
Se a gente não tivesse,
falado tanto até doer.

Se a gente não tivesse,
Exagerado.
Se a gente tivesse,
Calado.

O sentido da realidade
Não seria ficar a sós.
O destino acabaria
Virando tudo de nós.

Exageramos,
Falamos,
Vivemos....
Nos demos.

Qual o segredo,
Que não descobrimos.
Qual o peso,
De não nos abrirmos.

Erramos na dose,
Tomamos em demasia.
Bebemos na psicose,
Conseguimos a alforria.

sábado, 18 de junho de 2011

Todos Iguais

Todo mundo agora é gente,
o “para sempre” não existe mais.
Não tem mais ninguém diferente,
agora todos são iguais.

A quem tanto adorava,
o tempo levou.
E o que sobrou nesta estrada,
o vento arrastou.

Acabou “meu anjo”,
acabou “meu amor “.
Agora vou ver se me arranjo,
carregando vazio andor.

Meu bem eu quero te dizer,
de coração, muito obrigado.
Por um dia na vida ter,
este grande amor me mostrado.

Fica o vazio deixado,
em um peito antes cheio.
E todo amor derramado,
agora é devaneio.

Fica o sonho
do que passou.
Fica o amargo fel
do que sobrou.

Todos agora são iguais,
não há mais distinção.
Somente tu prevalece
guardada com paixão.


Me acostumarei com o vazio.
Me acostumarei com a solidão.
Um dia quem sabe no frio,
A lembrança aqueça meu coração.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Refrega

Eu caio,
e me levanto.
Eu saio,
escondo o pranto.

Na vida,
eu ainda me espanto,
não há guarida,
não há acalanto.

Tem de ser duro,
Tem de ser cruel,
Encarar como maduro,
Saborear o sabor do fel.

Achar que é normal
As punhaladas recebidas.
Engolir todo o mal
De pessoas acolhidas.

Não revidar
a tantas provocações.
A Deus entregar,
Sem muita comoção.

Seguir na calma,
Esquecendo o que passou.
Encarar tudo como criança
Que com outra criança brigou.

O tempo se encarrega
De a verdade mostrar.
O resultado de tanta refrega
Só foi um enorme desgastar.

Não vai adiantar
Varrer todo o deserto.
Só vai atarantar
o pensamento incerto.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Encanta-me

Encanta-me, e nada quero
Além de teu suave ouvir
Na falta me desespero
Até deixo de existir.

O sono meu embala,
Com o teu cariciar.
Seja no quarto ou na sala,
Só quero em ti descansar.

Encontro toda a paz,
Que sempre procuro.
Só você me refaz,
Me tira do obscuro.

Sua pele macia,
Seu aroma de mel.
É como se fosse fantasia,
É como se morasse no céu.

Nas noites fico a sonhar,
Se é real o que sinto.
Ou então ao acordar
Todo sonho foi extinto.

Me ame. Me encante.
Domine com perfeição.
Este ser, ora vagante
Que lhe entregou seu coração.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mais Linda

Tua voz
suavemente embala,
tudo aquilo que há em nós.
E a volta se cala.

Levemente me beija,
Como uma caricia.
E tudo a volta deseja,
Um pouco mais de malicia.

O meu momento de anseio,
Cessa por um instante.
Com o arfar de um seio
E um calor abrasante.

Nada mais escuto.
Nada mais me fala.
Deixo de ser impoluto,
Só o meu corpo agora fala.

Deixo o coração explodir,
Em milhares de fragmentos.
Passa a não mais existir,
O mais relés pensamento.

Tudo fica leve,
Paira tudo no ar.
Não há quem não revele
O que acabou de acabar.

Na explosão infinda,
O coração vai parar.
Nada é tão linda,
Quanto você a arfar.

domingo, 5 de junho de 2011

Te Amo

Depois que te conheci,
Muita coisa em mim mudou.
Nunca mais vivi,
Como no tempo que passou.

Você me preencheu o vazio,
Você me acolheu na solidão.
Quando tudo parece sombrio,
Você vem e me estende a mão.

Você na desordem, organiza.
No momento da dor, me conforta.
No auge da imensa alegria compartilha.
No total desespero, me suporta.

Na raiva, me faz perdoar.
Na razão, me amansa.
No tumulto me faz acalmar
E me enche de esperança.

Na solidão me acompanha,
No fervor me desperta.
Tua fé em mim é tamanha,
Não há quem a dispersa.

Você é quem procurei,
Por toda minha vida.
Agora que te encontrei,
Vou me curar das feridas.

Me acolhe em tua mão.
De paz, minha alma enche.
Me adormece na mansidão.
Vem, todo meu corpo preenche.

Não quero abandonar,
O começa desta vida nova.
Guia sempre meu caminhar,
Me mostra a tua prova.

Afasta o desespero,
Me faz um servo dos teus.
Me mostra o exagero
De ter teu amor, ó Deus.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Replantando

Você quer a chama,
novamente acesa.
E vem como cigana,
Lendo mão sobre a mesa.

Fala o que quer,
Sem muito se importar.
O teu jogo de mulher
que acabou de acabar.

Refaça sua vida novamente,
o que tínhamos já desmanchou.
Sofri igual demente,
com algo que já acabou.

Insistir no sonho que passou
É errar em demasia.
Apagar o que restou
Para muitos é primazia.

Agora vá, pegue sua estrada.
Siga no sol seu caminho.
Deixe a terra aqui assim, sem nada
Eu plantarei tudo de novo sozinho.

No meu tear de sonho e vida
Você não tem mais vez.
A árvore que era crescida
Foi arrancada de vez.

Lavrarei a terra no peito,
E novas sementes plantar.
Plantarei amores-perfeitos,
E deles voltarei a cuidar.

Com suas flores raiadas,
E em diversas cores,
Serviram como boas entradas
A quem quiser se livrar das dores.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Campo Minado

É ruim andar em campo minado
Sem saber onde pisar.
Será que serei detonado
Ou dele conseguirei passar.

Nem sei mais se quero continuar,
Começa a forte pressão.
Volte e meia tem alegria,
Volta e meia decepção.

Para que vale caminhar
Se o final pode ser conhecido.
È melhor logo retornar
Do que se tornar desconhecido.

O momento é de parar,
E melhor o caminho conhecer.
Para depois não ter de mudar
E de novo retroceder.

Só espero ter equilíbrio,
E a decisão certa tomar.
Posso até me tornar inimigo
Só não quero mais me machucar.

É melhor se resguardar,
Enquanto não vem a decisão.
Um pouco se calar,
E abafar o coração.