Você quer a chama,
novamente acesa.
E vem como cigana,
Lendo mão sobre a mesa.
Fala o que quer,
Sem muito se importar.
O teu jogo de mulher
que acabou de acabar.
Refaça sua vida novamente,
o que tínhamos já desmanchou.
Sofri igual demente,
com algo que já acabou.
Insistir no sonho que passou
É errar em demasia.
Apagar o que restou
Para muitos é primazia.
Agora vá, pegue sua estrada.
Siga no sol seu caminho.
Deixe a terra aqui assim, sem nada
Eu plantarei tudo de novo sozinho.
No meu tear de sonho e vida
Você não tem mais vez.
A árvore que era crescida
Foi arrancada de vez.
Lavrarei a terra no peito,
E novas sementes plantar.
Plantarei amores-perfeitos,
E deles voltarei a cuidar.
Com suas flores raiadas,
E em diversas cores,
Serviram como boas entradas
A quem quiser se livrar das dores.
Alma Perdida - Poema de Florbela Espanca
Há um dia
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