quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Fuga

Sinto que só te posso ter
como uma doce lembrança,
que nada mais me será restado,
além disto.

Sinto você cada vez indo mais
e mais em uma direção
que não vai ao meu encontro.
E por mais que tente me aproximar
sinto você se afastando.

Tento me conformar, entender,
que nunca há nada
quando uma só pessoa deseja.
Tem de ser a dois.

Toques de corpos,
jamais terei.
Beijos adocicados
ficarão na lembrança.
Braços sem abraços
terei sempre comigo.

Tem de haver uma cumplicidade,
uma entrega,
ainda que parcial e momentânea.

Somente em um lapso de tempo
em um encontro furtivo.
Alguns minutos a sós e pronto
a felicidade está instalada.

Ainda assim não me afastarei,
continuarei indo
atrás de você,
mesmo a distância.

Mesmo que você corra,
mesmo que você não olhe para trás
e me veja ao longe
indo ao seu encontro,
ainda assim estarei ali
por perto,
te admirando,
me encantando.

Um comentário:

  1. Amei essa poesia...
    Que linda!Posso colocá-la em meu blog? Claro, com os devidos créditos!
    Abraços

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