terça-feira, 7 de outubro de 2014

Não tem mais







Não tem mais o mercado,
E nem uma ida ao Cristina.
Nem tem mais ônibus enguiçado,
E nem café na padaria.

Não tem mais passeio na lagoa,
E nem  mesmo xapuri.
Nem ficar a tarde a toa,
Namorando você aqui.

Não tem mais passeio na praça,
Nem a cidade do alto olhar.
Não tem mais o tempo que  passa,
Como se nunca fosse acabar.

Não tem mais ida ao aquário,
E nem um romântico jantar.
Tudo deve ficar no armário,
Esperando a poeira juntar.

Não tem mais despedida chorosa,
Nem cada um para o seu lado.
Só resta a dor pavorosa,
De um peito esfarrapado.

Não tem mais rosas no chão,
E nem velas tão bem espalhadas.
Só existe, coração.
Duas almas arrebentadas.

Um comentário: