terça-feira, 28 de outubro de 2014

Fim






O veneno está na taça,
borbulhante de desejo.
E por mais que eu não faça,
Mais sorvendo-o eu  me vejo.

Pelos lábios ele escorre,
Vem queimando pela face.
Já não há mais quem socorre,
Quem segure o desenlace.

A mão tremula o segura,
Evitando o mal maior.
No coração uma fratura,
Não podia ser pior.

Em um gole eu dou fim,
Esvaziando toda taça.
Não mais rirão de mim,
Só a morte me abraça.

Jogado em um canto,
minha falta não sentirão.
Nem uma lágrima de pranto,
Acordará o velho coração.

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