Mulher,
que encantou meu coração
por que cravaste suas garras
em meu peito?
Recordo sua voz macia,
seu jeito quase criança de ser.
Tudo era falso?
Enganaste a mim
durante todo este tempo?
Provei do seu mais puro mel
e também do mais mortal veneno.
Levaste-me a viajar
nos mais belos lugares,
encantaste-me com suas histórias,
plantou-me delírios imensos,
e agora cravas em mim tuas garras
afiadas e pontiagudas.
Te dei amor e respeito,
Carinho e atenção,
e é assim que me pagas?
Ferido mortalmente,
rastejo diante de ti,
buscando uma ajuda,
socorre-me,
e depois me deixe
na sarjeta da vida,
ao lado dos abismos,
junto com os ossos.
Ficarei coberto
de mágoas e silêncios.
Alma Perdida - Poema de Florbela Espanca
Há um dia
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