segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Não







Não me contem da vida,
Que ainda está por vir.
A de ontem é partida,
Para uma outra surgir.

Não escondam meus anseios,
Para tentar  me disfarçar.
Me  mostrem outros meios,
Para eu me sustentar.

Não escureçam meus olhos,
Com mentiras deslavadas,
Pois assim eles molham,
E eu não enxergo nada.

Não me repartam sobras,
Pois de sobras estou cheio.
Seria só mais uma manobra,
E destas, eu descreio.

Não me digam o que fazer,
Na idade já me fiz.
Até quando vou viver ?
Só o tempo quem me diz.

Não me digam não,
Para as coisas que conheço.
Me estendam a mão,
Este gesto reconheço.

Não me façam de bobo,
Pois bobo sempre fui.
Esta sua fantasia de lobo,
A mim já não influi.

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