domingo, 10 de agosto de 2014

Há horas



Há horas que tenho asas,
Em outras os pés no chão.
Há horas em que  tenho casa,
Em outras um avião.

Há horas que sou mudez,
Em outras falo demais.
Há horas de sensatez,
Outras de loucura ancestrais.

Há horas que tudo vejo,
Em outras total censura.
Há horas que  sou lampejo,
Em outras só amargura.

Há horas em que sou como ponte,
Em outras sou só uma estrada.
Há horas em que voo longe,
Em outras só fico parada.

Há horas em que eu sonho,
Em outras sou pesadelo.
Há horas que me ponho,
Em outras eu sou novelo.

Há horas que não te largo,
Em outras eu  me esguio.
Há horas que dou um passo,
Em outras me distancio.

Há horas que não passam,
Em outras passa voando.
Há horas que me arrastam,
Em outras vou me arrastando.

Há horas em que são demais,
Em outras queria morrer.
Há horas de sonhos lá trás,
Em outras querendo viver.






Um comentário: