sábado, 23 de novembro de 2013

Quem por mim



Quem por mim escreve,
Não sabe o que dizer.
Deixa lá letras alegres,
Para outros entreter.

Tantas vezes tentei falar,
Dizer do que não vi.
Cheguei até imaginar,
Que outro mundo eu nasci.

Por mim eu não falo,
Sou apenas porta-voz.
As letras que eu declaro,
Não é de nenhum de nós.

Permaneço ali calado,
Fincado como junco.
Ao vento sou jogado,
E com ele vou junto.

Por vezes até me assombro,
Com as letras ali deitadas.
São sobras como escombro,
De uma parte arrancada.

Tantas vezes naveguei,
E me perdi em seu caminho.
Onde vou para não sei,
Só sigo por ele sozinho.

Quem por mim escreve,
Faz-me de seu fantoche.
Manipula quando pede,
Ao seu eterno deboche.

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