O orvalho me benze,
O sol me banha.
Nada mais me prende,
Nada mais me arranha.
Na intensa liberdade,
deste solitário vôo.
Vai-se embora a saudade,
E eu enfim me perdôo.
Não busco estrelas,
Em noite de céu nublado.
Só não posso vê-las,
Mas elas estão ao meu lado.
Faz tanto frio,
que eu já me acostumei.
Encarar este desafio,
eu até já superei.
No meio de nuvens densa,
um novo sol nasce.
Não me repreendas,
Caso um dia eu me case.
Vivi minha dor sozinho,
Arrastando-me pelo chão.
Neste doloroso caminho,
Nem um carinho de tua mão.
Tua boca ao longe sorria,
Embora teus olhos chorassem.
O corpo já não vivia,
O que o coração mandasse.
De rosas te dei um mar,
E nele você deitou.
Deixaste de amar,
A quem tanto te amou.
Vai-se o amor,
fica talvez a amizade.
Desfaz-se um pouco a dor,
e passa a morar a saudade.
Alma Perdida - Poema de Florbela Espanca
Há um dia
fica talvez a amizade
ResponderExcluire a dúvida de um amor total
Também sentirei saudade
do tempo que eras plural