quarta-feira, 6 de junho de 2012

Como Um Fado

Como um triste fado,
Ouço meu coração.
Nem tudo ficou de lado,
Deixei somente o não.

O resto carrego comigo,
Embrulhado em papel lindo.
Vou dar ao meu inimigo,
Tudo que tenho, sorrindo.

Já me doei a tanta gente,
Que não deram o valor devido.
Quem sabe assim, de repente,
Ele não se torna mais um amigo.

Se ele não aceitar,
Deixarei plantado no chão.
Esperando logo brotar,
Mais uma esperança em vão.

E o fado soa arrastado,
Com sua tristeza sem fim.
Parece que foi talhado ,
Em uma parte de mim.

Os olhos já não vou enxugar,
De nada adiantaria.
As guitarras estão a chorar,
Acompanhando a cantoria.

Vou dar a dor de beber,
de vinho do Douro, um copo.
Para tentar esquecer,
aquilo que não posso.

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