quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Cego

Haviam flores em meus caminhos,
Que não conseguia ver.
Tinham pedras e os espinhos.
Estes, conseguia perceber.

Já houve um tempo passado,
Que eu não via as flores.
Vivia meio amargurado,
Entre cortes e muitas dores.

Havia flores em meu caminho,
E eu não conseguia ver.
Vivia andando sozinho,
Tentando tudo resolver.

Tive de receber um esbarrão,
Dado pela mão de Deus.
Para deixar a ilusão,
E viver o que é meu.

Hoje eu reconheço,
O quanto cego eu fui assim.
Nem sei se tanto mereço,
Estas flores em meu jardim.

Há flores em meu caminho,
Aliás, sempre as houveram.
Eu cego, coitadinho,
Nunca via o quão belas eram.



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