As palavras aqui postas,
São como oásis no deserto.
Quase sempre nascem tortas,
Nem eu sei bem ao certo.
As vezes nem mesmo existem.
São as vezes ilusão.
É que elas muito persistem.
Só em minha imaginação
Matam a sede de quem passa,
Dão sombra a quem precisa.
As vezes são escassas,
Outras vezes atemoriza.
As palavras são donas de si,
Ninguém tem domínio sobre elas.
Umas vezes até fazem rir,
Outras vezes descabela.
As palavras, as palavras.
O que seria se não fossem elas.
Uma vida muda, sem lavra,
Uma vida sem cor, branquela.
A palavra pode ser dura,
Pode ser macia.
Podem ser urdidura.
Podem ser armadilha.
Uma teia que se atira
Tentando algo pegar.
Pode ser uma fantasia
Ou então um outro pesar.
É melhor jogá-las no ar,
Do que guarda-las na garganta.
Quem sabe podem encontrar,
Um pouco mais de esperança.
Alma Perdida - Poema de Florbela Espanca
Há um dia
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