terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Loucura

O mar
junta-se
ao ar,
no horizonte
distante.

O sol pinta
de amarelo-avermelhado,
o céu azul,
que vira
encarnado.

O vento espalha
semente flutuante,
e folhas, e pó,
por onde passo
rastejante.

Meus olhos
distanciam de tudo,
à distância.
Da distância de ti,
quero distância.

Pólos iguais
de um mesmo imã,
não és cisma,
és irmã,
deitada em meu divã.

Assim parto e te deixo,
como pedra de rio,
como pedra de seixo,
lavada pela água,
aparada pelo frio.

Pouso aqui,
Pouso acolá,
Sumo daqui,
Pra te deixar.....

4 comentários:

  1. Olá Older
    "Da distância de ti quero distância", adorei essa frase. Belo poema.
    Abração

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  2. Não entendo isso de polos iguais de 1 mesmo imã.Cientificamente isso não existe. porque se são polos iguais, vc quer dizer dois corpos e não podem estar num mesmo imã...pois o imã é feito de um único material.Mas...tudo vale em favor da poesia.Lindo de se ler!

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  3. Invejarei o Wanderley, mas eu amei essa mesma frase:
    "Da distância de ti, quero distância"

    Beijos e uma linda tarde pra você.

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  4. Cara Brison Mattos terei de lhe responder por aqui, já que não há acesso ao seu perfil e nem a uma página sua, mas vamos lá tentarei te explicar. Na licença poética, quase tudo é permitido. Quando digo dois polos de um mesmo imã, significa que somos iguais, mas estamos em pólos separados; quando digo não és cisma, significa que não é motivo de briga ou discórdia; qdo digo que és minha irmã, significa que és dileta, és querida; quando digo que vc é meu divã, significa que tudo confesso, não há segredos entre eu e a pessoa a quem me refiro, entendeu?

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