quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Sessenta anos





Daqui a pouco farei sessenta,
Sorrindo como quem ama.
O corpo ainda aguenta,
Só reclama a noite na cama.

Tem algo estranho aqui,
Um pouco de dor  em centelhas.
Me viro como Davi,
Cuidando de minhas ovelhas.

A mente ainda voa,
Buscando o que não vem.
Afinal não é a toa,
Que velho vira refém.

Velho? Será que envelheci?
Ou somente a vida cansa?
Será que sobrevivi?
Ou a morte me alcança?

Nem quero saber,
Destas coisas do tempo.
Vou vivendo só querer ,
O que manda o pensamento.

E lá não tem idade,
E nem nada para atrapalhar.
Só mora um pouco a saudade,
E a vontade a me tocar.

Tanto faz sessenta,
ou o que ainda vier.
A vida só recompensa,
quem nela se mantiver.

Seja bondoso com todos,
e paciente também.
Afinal anjo raivoso,
não vive no céu de além.

Um comentário: