Sou poeta sonhador,
Da vida, não sou senhor.
Busco paz e esperança,
Como o olhar de uma criança.
Sou pescador, pescador de ilusões,
E delas me alimento.
Elas abastecem o coração,
E enchem os pensamentos.
Procuro um anjo, anjo sem asa.
Na procura ando muito
E me distancio de casa.
Meu caminhar agora é fortuito.
Olhando em cada canto
Ando, ando, ando sem parar,
Esperando o acalanto
Que este anjo vai me dar.
Mas os pés já estão cansados
Desta estrada trilhar
Eles estão arrebentados
De tanto sangrar.
Paro um pouco para descansar,
Olho tudo a volta,
Esperando o anjo encontrar
Nada acho, e vem revolta.
Falo mal, xingo , maldito a vida.
Penso até em desistir.
Se parar? Será que cura a ferida?
Será que volto a sorrir?
Dúvidas é o que mais existe,
Na cabeça e no coração,
Na vida me conduziste
Para o mundo de ilusão.
Agora, sigo só,
Com Deus a me guiar,
Sou como igapó,
Esperando a água baixar.
Águas que dos olhos vem,
E que sempre são vertidas
Vem logo anjo, vem,
Vem curar estas feridas.
Passeando pela Ericeira - Vila de Mar e Encanto
Há 16 horas