sábado, 14 de novembro de 2009

Olhos

Suspiro o que no ontem
fui buscar
e não consigo trazer
para o hoje.
As lágrimas não são raras,
pelo contrário,
já fazem parte de uma rotina
de pensamentos perdidos.
Não há mais vida sem você,
pois ela vive de se alimentar
deste amor proscrito.
Este amor não teme o tempo,
ele teme a ele mesmo,
e as suas inseguranças.
Vacila, ao mínimo temor de uma perda.
O que fizestes aos meus olhos amor?
Eles não mais nada conseguem ver
além de ti.
Estes olhos foram corrompidos
pelo teu passar
e não podem mais deixar de seguir-te,
e levam com ele
todo o meu pensamento.
Os olhos, que este amor me deu,
não ligam mais para o que é real,
ele só se entrega ao pranto e a vigília.
Depois que provei de teus lábios,
recheados de mel,
sugou-me a morte
a vida que tinha
e a esperança de te ter comigo
deu-me uma vida nova.

4 comentários:

  1. Olá, Older, fiquei aqui pensando sobre esses dois versos: "Os olhos, que este amor me deu,
    não ligam mais para o que é real"...
    Será que quando a gente ama de verdade acaba saindo da realidade? Será que fantasiamos tanto a ponto de vermos só o que o coração quer ver? Por que será que a razão desaparece quando estamos em estado de graça. Se isso não acontecesse, talvez a gente se iludisse menos.

    Adorei pensar nisso!
    Profunda metáfora"
    Beijos, querido"
    Um ótimo final de semana pra vc.

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  2. Olá meu querido Older.
    Como sempre seus poemas tem como fundo a inspiração de sua musa.
    O amor as vezes nos faz ver através de fendas ocultas.
    Isso é muito bonito , essa entrega ao verdadeiro e puro amor.
    A sua poesia nos encanta por ser de uma pessoa apaixonada e ao mesmo tempo refletindo sobre as nuances de um belo amor.
    Older parabens...
    Adorei.
    Beijinhos doces e uma semana de muita paz, amor e luz.
    Obrigado por suas visitas ao meu cantinho.
    Volte sempre.
    Regina Coeli.

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  3. Oi Older mais umk belo poema porém um pouco melancólico.
    Um fote abraço

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  4. Lu, se não fantasiarmos a paixão não existiria, o amor é sólido, a paixão é fluida, muito fluida e é ela que esconde a razão.

    Deusa Odoyá, a musa sempre existiu, nem que seja só dentro de minha cabeça, mas sem ela não poderia escrever nada.

    Wanderley, melancolia, dor e também algumas alegrias é o que me impulsiona a escrever sobre minha busca.

    Abs, bjs e obrigado pelos comentários.

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