sexta-feira, 25 de abril de 2014

Morte lenta




Me deixei aos poucos tomar,
Pelo fim de uma alegria.
Sem remorso, sem notar,
Foi saindo, escorrendo pela pia.

E o pouco, que muito era,
Sempre foi tão querido.
Amansava de vez a fera,
Segurava o leão ferido.

Anoiteceu todo meu canto,
Quando o lindo sol se pôs.
Não tem jeito, nem quebranto,
Que o faça voltar depois.

As flores que eram belas,
Cinzas foram ficando.
O amor que só era dela,
Vai enfim se apunhalando.

Um bocado de  fantasias,
Foi ficando empoeirada.
E a luz que tu trazias,
Foi virando assombrada.

Tenho medo deste escuro,
Que aos poucos vai crescendo.
Coração vai ficar duro,
E aos poucos vou morrendo.

Tão perdido eu estou,
Sem um chão a sustentar.
E no olho já brotou,
Uma lágrima a queimar.


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