segunda-feira, 26 de abril de 2010

Garimpeiro

Tenho um rubi
Cravado no peito
e uma água-marinha
nos olhos.
No peito o rubi me queima
e a água no olho escorre.

Queira ter um diamante,
No lugar deste rubi.
Pedra fria e cobiçada.
Talvez assim
não sofresse tanto
por causa desta “parada”.

Também
quem mandou garimpar,
E pedra preciosa encontrar.
Tentou guardá-la no cofre,
Mas ela no cofre
não quis ficar.

Agora deixe o rubi arder,
Arder até tudo queimar.
E de nada adianta dos olhos
a água verter sem parar.
Este fogo assim não se apaga,
só depois de tudo cinza virar.

Bendito garimpeiro
Com sua bateia
a rodopiar.
Pensando nas pedras preciosas
a sua sorte mudar.
Só consegue ficar tonto,
tonto de tanto a bateia rodar.

Não é nos cascalhos,
Deixados pela vida,
Que você irá encontrar
a sua amada ou sua saída.
Mais fundo deves garimpar
Procure a esquerda, no seu rio de amar.

Enquanto não achas
o que tanto procura,
O rubi continua a arder.
As águas,
nos olhos, flutua.
O sangue não para de verter.

Um comentário: