quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Perturbações

Ali, dorme a paz,
Naquela árvore,á sombra.
Em um afago tudo esvai,
Nenhum medo mais me assombra.

Nela me deixo sentar,
Aproveitando a brisa fresca.
Fecho os olhos a sonhar,
E eles surgem pelas nesgas.

Não abraço o vento,
Por ele sou abraçado.
Recebo o avivamento,
De viver entrelaçado.

Do rio sou leito,
Escondido sobre as águas.
Quando vem saudade no peito,
Por um instante tudo apaga.

Na chuva ainda me molho,
A face não fica seca.
A torrente que sai dos olhos,
Brota dentro da cabeça.

Neste mundo muito escuro,
Tateando eu vou.
Estou cercado de muros,
Nem sei mais quem eu sou.

Sem minha voz sair, canto.
Os sons não se detem.
Parece até quebranto,
Ou coisas que não convém.

O perto sempre está longe,
Parece tudo infinito.
Quem sabe sendo monge,
Não me torne um ser maldito.

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