sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Finando




Entrego-me a terra.
Chega de voar.
É um ciclo que se encerra,
E que tanto me fez pensar.

Dispo o manto encantado,
Que só usam os sonhadores.
Tenho o peito encarnado,
Coberto de estertores.

Vaga em mim a lembrança,
De uma alma bendita.
Que um dia como criança
Abracei-a,  como abraço a vida.

No chão agora me deixo,
Como muitos dos mortais.
Aos prantos ainda me queixo,
Dos tempos e seus finais.

De alma e corpo,
Uma vez já fui completo.
Que virasse mais um morto,
assim quis o futuro incerto.

Sou pó,
E ao pó voltarei,
Sou só,
E assim morrerei.

28/08/2012.




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