sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

 

Em uma só pessoa

 

Faço um poema
No singular, na primeiro pessoa
Com pena, muita pena
Por mais que isto me doa

Queria fazer no plural
Como tudo deveria ser
Se tudo fosse normal
Como era para acontecer

Um poema coberto de lágrimas
Espremidas pelo peito
Em que choro minhas lástimas
E mostro o que foi desfeito

Por mais que ele pareça
Não é um poema de dor
É o que brota na cabeça
Quando pensa no amor

Ah.... se tudo pudesse
Seria outro o poema
A poesia que emudece
É como amor de cinema.


 

 Sem Palavras

 

Não tenho palavras
Para dizer do meu amor
E o coração calava
Na certeza do temor

As palavras escondia
Deixava no subentendido
Outro coração não recebia
Aquilo que eu havia dito

As palavras sufocando
Os sentimentos deixados de lado
Eu ficava namorando
Um pedaço do passado

Habitava o saudosismo
Só olhava para trás
Abraçava o pessimismo
De não voltar jamais

As palavras eu as deixo
Em um papel deitadas
É com elas que me queixo
Nunca serão abafadas.






 

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