sábado, 29 de fevereiro de 2020




Sem rumo



Vou sair por ai
Somente a andar
Vou aqui, vou ali
Sem ter onde parar

Vou na terra, vou no mar
Vou planície, vou deserto
Somente mais um a vagar
Sem se ter um rumo certo

Espalhando o que carrego
Seja dor ou seja amor
De onde venho sou cego
Não sou nem um sonhador

Gostaria poder voar
Não cansaria minhas pernas
Teria onde pousar
Escolheria a árvore certa

Ali faria meu ninho
Confortável e resistente
Me cercaria de carinho
Que não tive de tanta gente.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020




Escuridão



Meu caminho é invisível
E nele vou tateando
Nada nele é previsível
Mesmo assim eu vou andando

Tropeçando todo tempo
Caindo e levantando
Tenho como pensamento
Tudo isto está passando

Um dia a luz virá
Iluminar o meu caminho
Só então se saberá
Para onde eu me encaminho

Enquanto a luz não vem
Minhas mãos eu vou usando
Buscando ir mais além
De onde me vi chegando

De onde parti um dia
E onde pretendo chegar
Meu olhar de fantasia
É o que me faz sonhar.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020



Faz parte


Meus sonhos mudaram
E eles não acabam com a dor
Eles até se calaram
Mas não podem matar um amor

O amor é mais forte
O sonho é ilusão
O amor é muita sorte
O sonho não é não

Amar é uma arte
O sonho é um desejo
Viver com eles faz parte
Viver sem eles eu não me vejo

O amor não muda
Quando ele é verdadeiro
No sonho se iluda
Não serás mais o primeiro

Ambos são promessas
De uma vida bem melhor
No meio de tantas rezas
Esperamos o melhor.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020




O meu pecado

O meu pecado foi achar
Que o mundo que sonhei exista
Que era um lindo lugar
Onde eu descansaria

Meu pecado foi não ver
O tudo que estava envolta
Assim sem eu saber
O mundo dava volta

Eu, cego pelo amor,
Me joguei de corpo inteiro
Sem pensar no dissabor
Do amor, meu companheiro

Era tudo ilusão
Este mundo encantado
Criado na solidão
Do coração despedaçado

No meu pecado recolhi
Meus pedaços espalhados
Vivi o que vivi
Neste mundo imaginado.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020




A esta menina

Que passeia na praça
Em volta da cruz
Faz tanta pirraça
E tanto seduz

Seu lindo sorriso
É sempre um encanto
Acho que por isso
Eu a vou amando

Tão simples, tão bela
Não dá para descrever
É uma janela
Ao alvorecer

Não pude conter
Esta mulher menina
Para que fui te ter
E ficar com esta sina

Só bate saudade
O tempo não passa
E a menina verdade
Não sai desta praça.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020



Insanidade




Converso com as paredes
Contando as novidades
Elas me respondem as vezes
Como se fossem verdades

E o nosso papo vai longe
Quase que interminável
Elas acabam sendo fonte
De uma conversa amigável

Contamos nossos segredos
E muitas coisas íntimas
Falamos de nossos medos
E de coisas muito ínfimas

As vezes nós sorrimos
De fatos que passamos
Nós temos os nossos mimos
E até nos abraçamos

Pode parecer loucura
Ou pequena insanidade
Mas é uma conversa pura
Sem um pingo de maldade

Daqui a pouco volto
Para com ela conversar
Das repressões me solto
Para o peso aliviar.