segunda-feira, 30 de novembro de 2020

 

 Coisas de velho

Velhos tem ilusões
Que nascem no meio peito
São frutos das emoções
E daquilo que já foi feito

Elas morrem na cabeça
Sufocadas pela vida
Mesmo que desapareça
Não se dá como sumida

Velhos são saudosistas
Tudo era bom no passado
Rebrilha novamente a vista
Quando algo é relembrado

E nesta volta no tempo
É que volta a juventude
Rugas somem por momento
O corpo volta a plenitude

Logo o peso volta
Todo corpo parece morrer
Não existe nenhuma revolta
Logo, logo irá reviver.


 

Nossa casinha

Saudade da nossa casinha
Mesmo só tendo uma cama
Uma casa que não era só minha
É um lugar onde a gente se ama

Em silêncio, abraçados,
Nós víamos o sol se por
Corações tão enlaçados
Tudo isto era amor

As estrelas vinham surgindo
De forma lenta e preguiçosa
Da cabeça vinha saindo
Um novo verso ou uma prosa

Falando mais de paixão
De algo que não se vai
Deixa gritar o coração
Daquilo que não lhe trai

Ficamos só nós dois
Sendo nosso, todo o tempo
No amor que Deus dispôs
E não tem nenhum remendo.


 

domingo, 29 de novembro de 2020

 

Foram muitos

Foram momentos felizes
De alegrias tantas
Que removiam cicatrizes
E o coração se agiganta

Foram tantos gritos soltos
Cheios de dor e de prazer
Que parecíamos loucos
Chegando a surpreender

Foram muitos disfarces na vida
Como se fossem nos esconder
Que a gente até duvida
Que não iam perceber

Foi total a entrega
Nem eramos dois
Vivíamos em meio a adega
Que o resto era depois

Eram demais as invejas
Da nossa felicidade
Que hoje só se navega
Neste mar de muita saudade.


 

Prisioneiro

Isolado
Trancado em um canto
Largado
Só eu e meu pranto

Esquecido
Como um sem história
Banido
De toda memória

Ferido
Sangrando no peito
Maldito
Foi um dito e feito

Calado
Não se ouve mais verso
Deitado
Só comigo converso

Um nada
Morreu e não some
A alma, coitada
Não é nem de um homem.


 

sábado, 28 de novembro de 2020

 

 

 Sufocante

Eu grito, me descabelo,
Tento tirar o sufoco
Procuro romper o elo
Procuro buscar socorro

Cada vez mais me vejo
Neste visgo agarrado
Por que um simples desejo
Não pode ser deixado de lado?

Te arrasta pelo chão da vida
Te fere em pedregulhos
Só faz criar feridas
Enquanto ouço arrulhos

Não direi que é uma praga
Isto nunca ouvirás
Você é como maga
Que sempre enfeitiçarás

Nesta minha agonia
Vou ficando atordoado
Vou ouvindo sinfonia
E ficando machucado.



A paz

Preciso conseguir
Um silêncio interior
Para poder deixar fluir
O que me é superior

O silêncio de fora
Eu até que consigo
No silêncio de dentro
É que mora o perigo

Começo a ouvir
O que não ouvia
E volto a sentir
O que eu sentia

Se faz um tumulto
Sem controle ou razão
Eu busco indulto
Para meu coração

Que o silêncio se faça
Quando eu estiver sozinho
Retire a mordaça
E reponha carinho.


 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

 

 

 Lugares

Seja na praça do Papa
Comendo pipoca com queijo
Seja no requeijão com rapa
Ou num furtivo beijo

Seja almoçando no Xapuri
Ou indo numa feira de livro
Indo num cinema longe dali
É assim que me sinto vivo

As cortinas num bailado
E rosas caídas no chão
Tudo era um reinado
Em que o rei era o coração

Tantas idas, tantas vindas
E despedidas sem fim
Que percebo que ainda
Você está em mim

E nunca sairá
Mesmo estando em outra viagem
Só o tempo dirá
Sobre nossa crueldade

O prazer de tentar
Afogar o que existe
Só se faz reforçar
Aquilo que não desiste.


Mais um esquecido

 

Não fui feito para ser notado
Fui feito para ser sentido
Não me deixe ali, de lado,
Para ser mais um esquecido

Viva as minhas andanças
Olhe, como meus olhos enxergam
Perceba a esperança
Neste mar que eu navegam

Se um dia eu me for
Virá outro em meu lugar
Na sua frente irá se por
Tentando te encantar

Se a vista umedecer
Ou um sorriso então brotar
Só se deixe um pouco viver
Neste mundo de sonhar

Depois o deixe guardado,
Mas por muito pouco tempo
É este poema imutado
Que transforma pensamento.


 

 Grito

Eu grito, me descabelo,
Tento tirar o sufoco
Procuro romper o elo
Procuro buscar socorro

Cada vez mais me vejo
Neste visgo agarrado
Por que um simples desejo
Não pode ser deixado de lado?

Te arrasta pelo chão da vida
Te fere em pedregulhos
Só faz criar feridas
Enquanto ouço arrulhos

Não direi que é uma praga
Isto nunca ouvirás
Você é como maga
Que sempre enfeitiçarás

Nesta minha agonia
Vou ficando atordoado
Vou ouvindo sinfonia
E ficando machucado.

15/03/20

 

 

 Um Silêncio

Preciso conseguir
Um silêncio interior
Para poder deixar fluir
O que me é superior

O silêncio de fora
Eu até que consigo
No silêncio de dentro
É que mora o perigo

Começo a ouvir
O que não ouvia
E volto a sentir
O que eu sentia

Se faz um tumulto
Sem controle ou razão
Eu busco indulto
Para meu coração

Que o silêncio se faça
Quando eu estiver sozinho
Retire a mordaça
E reponha carinho.

16/03/20

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

 

Violência

Em nome da vida
Se mata, se morre
Tanta coisa envolvida
A raiva escorre

Uma arma na mão
Um olhar tão perdido
É a perfeita combinação
De se tornar um bandido

Será que é a solução?
Assim se resolve os problemas?
Colocar em um caixão
Não enterra os dilemas?

Só resta dar a mão
Ajudar a melhorar
Mas sempre vem um "não"
Que nos faz renunciar

Neste mundo tão perdido
Não se vê a solução
Ou todos viramos bandidos
Ou passeamos num caixão.


 

Punições

 

Não precisa me punir
Muito mais do que me puno
Por deixar você partir
Quando era seu aluno

Tinha tanto a aprender
E você a ensinar
O que seria meu viver
Em um mundo de sonhar

A falta que você me faz
Já me lembra a todo tempo
Que não devia jamais
Ter deixado este meu templo

Já não peço a sua volta
Tanto tempo já passou
Só que deixe de lado a revolta
E lembre do que plantou

Todo dia eu viajo
E me coloco ao seu lado
Ali, enfim, me acho
E volto a ser encantado.


 

 

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

 

 Alado

Aqui está um homem alado
Tentando alcançar a lua
Parecendo ser amado
Mas não há onde se inclua

Fluía como se fosse o tempo
E vivia no seu abandono
Dispersos pensamentos
Parecendo cão sem dono

Espalhando seus feitiços
Nas letras, vão sorrindo
É um tal de "para com isso,
Assim eu me vejo dormindo"

E então me vem os sonhos
Estes sonhos tão sonhados
De juntar aquilo que somos
E iremos ser alados

Voaremos pela noite
Como era de costume
Seremos  como damas-da-noite
Espalhando seu perfume.

 

Nosso livro

Era um livro não escrito
E há muito imaginado
Com seus momentos malditos
E seus momentos sagrados

As letras sujas de sangue
Se faziam acontecer
Era membro de uma gangue
Estava pronto para morrer

Com as páginas borradas
Nada nelas se podia ler
Só se fossem apagadas
Para então reescrever

Novo livro foi escrito
Com as letras coloridas
O cinza lhe foi banido
Renasceram outras vidas

Nova trama foi formada
Com os novos personagens
A história recontada
Era um livro de passagem

Quem agora o tem na mão
O folheia com carinho
É um livro de união
A mostrar novo caminho.