terça-feira, 17 de novembro de 2020

 

 Não me prendas

 

Por que ainda cais no encanto?
Por que admira as conversas?
Por que ainda ouves meu canto?
Por que faz a vida inversa?

Não me prendas, como quer,
Eu não sou um passarinho
Levo a vida que quiser
E depois eu volto ao ninho

Faça o seu voo
Sem as asas alheias
Que assim não me magoo
Nem derrubo sua colheita

As ilusões são perfeitas
Como nós a desejamos
Assim elas são feitas
Com o sonho que sonhamos

Admire os meus contos
Não o leve na verdade
Eles são pequenos pontos
Recheados de saudade.

 

 

O tempo

 

O tempo é eterno
E não tem um fim
O momento que é terno
Este tem um fim sim

Se pudesse eternizar
Juntar o terno ao eterno
Seria a alegria a morar
No coração, tão perto

O tempo passa ligeiro
Quase não dá para sentir
Queria mexer nos ponteiros
E fazer ele regredir

O terno fica guardado
Em um canto, dentro peito
Parece até um bordado
Que sempre será perfeito

Seria uma parte encantada
Que todos a querem viver
Ter no tempo guardada
O terno para reviver.


 

 

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