sexta-feira, 20 de novembro de 2020

 Não entendo

 

Eu não entendo
O que é que tu queres
Não sei se te prendo
Ou ponho talheres

Olhares vagueiam
Em busca do nada
As bocas anseiam
Outra boca colada

No peito um debate
Prazer ou razão
O cão que não late
Não fecha o portão

Eu não entendo
O que é que pretendes
Se deixo no vento
Ou prendo com dentes

No meio da dúvida
Melhor não mexer
Acabar com a vida
Melhor nem nascer.


 

 

 Insegurança

Pareço adolescente
Tenho ciúmes
Fico doente
Crio queixumes

Na insegurança
Tudo desmonta
Me vem a lembrança
Mas isto não conta

Pensamentos se cegam
A mente se turva
Maldade me pega
Nos olhos vem chuva

Não sei controlar
E saio correndo
Me vejo ficar
Ao longe te vendo

Queria poder
Domar esta sina
Não quero morrer
Em cada esquina.

01/03/20

 

 

 

 

2 comentários:

  1. Todo poeta se farta escrevendo
    Esquece que na última página
    Há grande chance de morrer na praia.
    E será que isso é ruim?

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  2. A única certeza que temos é a da ilusão e a da morte. Enquanto a morte não vem, vivemos na ilusão.

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