quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Quimeras

Subi em meu monte mais alto de sonhos
ela te encontrei,
meio perdida, meio achada,
procurando também o impossível,
o eterno.
Linda menina, formosa mulher,
ambos estamos buscando quimeras
e só encontramos pedras, duras, frias e reais pelo caminhos.
Juntemos nossas pedras
e façamos nosso castelo de sonhos
no alto de nossa montanha
para que possamos ter nosso refúgio
das tempestades e dos ventos fortes,
dos trovões e raios,
da chuva fria que nos açoita.
Aqueçamo-nos na lareira de nossos corações,
alimentemo-nos com nossas ilusões,
adormeçamos, aquecidos,
cobertos com nossos sonhos.

Triste

Triste não é a vastidão do deserto
e nem a imensidão do mar.
Triste é a angústia de não te ter,
de não poder te ver.
A dor leva-me a ser um poeta
da dor pungente,
que crio e alimento.
Sou um poeta da amargura,
da dor, da solidão.
Brado na vastidão do deserto todo meu amor
e não há quem o escute.
Espalho pela imensidão do mar meus poemas
e eles são perdidos.
Doce poeta do acaso,
menino perdido,
homem achado,
guarda teus poemas contigo
dentro deste peito marcado,
um dia haverá de achar alguém
que consiga entender o que escreves
e possa desfrutar de tuas ansiedades e alegrias
e poderás deixar de ser um poeta da dor
para ser somente um poeta do amor.

Poesias Vivas

Minhas poesias são vivas.
Foram vividas intensamente por mim
ou por minha alma sonhadora.
E estas vidas vividas,
em um mundo só meu
serão guardadas por mim para sempre
e até depois.
Só eu conheço meus sonhos,
as suas vivências e andanças noturnas
por caminhos iluminados com sorrisos e alegrias.
Só eu conheço a intensidade momentânea
de felicidades que eles me trazem.
Deixo-me levar pelo vento norte,
que a tudo orienta e guia,
para novos caminhos apontar.
Leva-me vento
sou livre, solto, leve
facilito para que me carregues para o teu mundo
e me deixe lá por segundos intermináveis,
por felicidades efêmeras,
por momentos intensos.

Noturno

A plenitude de um beijo
se fez em uma noite vazia,
mas cheia de amor, ternura,
carinhos e amarguras.
Tenho em meus lábios
os beijos que são seus.
Em meus braços
estão guardados milhões de abraços
para encontrar os seus.
Os meus olhos
lacrimejam a falta dos seus.
Em meu peito está o vazio
provocado por sua saída,
ainda que momentânea.
O que fizeste comigo?
Porquê deixaste o vazio
e a angustia da saudade
em mim.
Volta logo.

Quatro Elementos

Vá e não olhe para trás,
siga seu caminhar
e deixe o meu em paz.
Não devemos prender
a quem não vamos cuidar,
a quem não vamos amar.
Não devemos ceder
as tentações de quem,
ainda na infância,
na fase do é meu, sou eu,
não sabe viver,
e não está preparado para amar.
Siga em paz
o seu caminhar
e deixe o meu também seguir.
Não olhes para ver
se estou chorando ou sorrindo,
nada vai mudar o que passou.
Também não olharei suas reações
se choras, ri, ou simplesmente vai
como se nada tivesse acontecido
em nossas vidas.
Você é vento,
eu terra,
você é fogo,
eu água.
Você é difícil conter
eu já sou mais fácil.
Vamos deixar assim,
como está,
com um mágico passado
um frágil presente,
e sem um futuro.
Pena que todo este nosso amor
possa virar simplesmente,
um bom dia.
Amar é simples,
é só deixar alguém te amar,
e retribuir.

Amores

Os meus amores perdidos
nunca deixaram de ser sonhados,
sonhados com tanta intensidade
quanto fosse possível.
Os meus amores achados
estes foram cuidados,
com carinho,
regados com atenção,
adubados com beijos
protegidos com abraços.
Os que ainda encontrarei neste mundo
perdidos e carentes de afeto,
assim como eu,
cuidarei da melhor maneira possível.
A vida ensina
que todos os amores que temos,
não são nossos,
eles estão conosco
por um determinado tempo
e depois vão
em busca de um novo abrigo.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Sem Hora

A vida é uma estrada
e estou caminhando nela ,
sem hora para voltar.
A minha estrada de vida,
vai por onde meu coração
me faz caminhar.
Ela não é reta totalmente,
as vezes ela é muito perigosa,
com muitas curvas e precipícios,
mas normalmente ela é linda,
muito linda,
e o risco do caminhar nela vale muito.
Ela é sombreada e florida,
nos seus trechos retos,
sempre sopra um brisa fresca
e há um rio de águas límpidas
para aplacar minha sede ansiosa.
Tem um sol nascendo
em cada nova curva,
em cada novo canto,
em cada novo olhar.
Que, neste meu caminhar,
não exista nunca o não
e que todo talvez, seja sim.
Que todo meu amor seja seu
de corpo e alma também.
Que neste caminhar
não exista dor, nem pranto,
só riso e canto.
Sei que é difícil,
quase impossível,
esta estrada persistir,
mas desta estrada não quero sair.
Não sei onde ela vai me levar,
mas nela estou caminhando,
sem pressa,
sem hora para voltar.

Preso a ti.

Pode ser que quando não mais respire,
que em meu corpo sem vida
um coração sonhador já não mais pulse,
eu consiga libertar-me
das doces correntes
que me prendem a ti.
Pode ser que minha alma,
agora liberta,
consiga ter a capacidade
de alçar outros vôos
sem ter a livre obrigação
e dependência de voltar sempre
para junto de ti.
Pode ser que assim
eu consiga ficar perdido
e ser forçado a ir a procura
de novos lugares
e também pode ser
que estes novos caminhos
me levem novamente a ti.
Se isto acontecer,
de ver-me novamente preso
a suas novas doces correntes,
terei mais uma vida de obrigações,
de dependências,
de satisfação plena
de ter-me preso a ti
por mais uma eternidade.

Grande dama.

Quando uma grande dama da corte
pedia aos grandes mestres que a retrate
para que a posteridade dela não se esqueça
esqueciam do principal,
de fazer com que seus gestos,
doces e delicados,
não fossem esquecidos.
Retratar alguém ou algum fato
por obrigação é fácil,
não traduz emoção.
Fazer com que seus gestos
sejam reconhecidos
e jamais esquecidos
é um pouco mais difícil.
Você, grande dama,
não será esquecida, jamais,
seus gestos de carinhos estão perpetuados,
gravados em pedra,
para toda uma vida
e quem sabe a continuação dela.
Você não precisa pedir
só sua presença doce e delicada
faz marcar presença
e fazer a diferença.
Grande rainha,
Senhora absoluta dos montes alterosos,
peço-lhe perdão por não ter reconhecido
antes todo seu valor
e ao seu dispor coloco-me
para perpetuar seus encantamentos.

Vento Forte

Meu amor se foi,
levado repentinamente
por um vento muito forte
parecido um furacão,
deixando um peito arrasado
e em total destruição.
A vida segue,
não posso ficar parado
sentado a beira da estrada
sentindo tanto frio,
lamentando minhas perdas,
chorando minhas mágoas.
Tenho de ser como
as águas de um rio,
correndo, sempre,
mesmo que encontre
pedras pelo caminho
continua a correr.
Tenho de a lição aprender
e estar mais preparado.
Quando um novo amor encontrar
que venha me aquecer,
vou plantá-lo bem fundo
em uma terra regada de carinhos,
para que finque raízes bem profundas.
E se por acaso novo vento chegar
que não o arranque por completo
que ele seja mais resistente
e que possa continuar a viver
nesta terra tão maltratada.

Um rio

Já viu um rio?
Eu já, e fico relembrando
o som da água nas pedras,
batendo sem parar,
sempre a correr,
em busca de algum lugar,
sempre a correr,
e nada a atrapalhar.
Buscando, quem sabe,
nesta corrida frenética
um lugar tranqüilo,
um lugar para desembocar
e ali nos seus remansos
poder finalmente descansar.
Assim estou,
como um rio, sempre a correr
buscando sempre um lugar
onde possa descansar
todo meu amor
nos remansos da paixão
buscando um mar de felicidades.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Suponha

Suponha, um dia sem sol,
sem um céu azul, sem nuvens.
Um rio sem água
a correr para o mar.
Um homem,
sem o amor de uma mulher
ou vice-versa.
Uma pessoa que nunca conheceu
o que é o amor.

Suponha, só suponha,
uma criança sem sorriso,
sem um lugar para brincar.
Um pássaro sem canto e sem asas para voar.
Um cão sem rabo a nos abanar.
Uma primavera sem flores
a nos perfumar.

Suponha,
um filho sem pai, um pai sem filho,
ambos abandonados a própria sorte
ao Deus dará.
Um amor sem lágrimas,
sem abraços e sem saudades
ou alguma dor a amargurar vez por outra
para dar-lhe o definido valor.

Suponha, só suponha,
Um beijo sem rosto,
um amor sem volta,
uma vida sem esperanças
e sem chocolate.
Um dia sem ter razão para viver.
Um dia sem a sua razão de viver.
Um dia todo triste.

Suponha,
um dia muito nublado,
com muita chuva, raios e trovões.
Uma rua cheia de carros barulhentos.
Uma pessoa abandonada, solitária,
no meio da multidão.
Um prato vazio, um copo seco.
Razões que existem
onde não podem existir.

Suponha..... só suponha.
Como seria minha vida
sem você.

Desejos

Que Deus possa me dar asas para,
enquanto a razão adormece,
voar os meus sonhos mais impossíveis
e terra firme para retornar deles
quando a razão acordar.

Que Deus possa me dar forças
para enfrentar meus medos mais temíveis
e serenidade para saber viver sem eles
e não me achar superior.

Que Deus possa me dar muito amor
para dividir com todos que me cercam
e depois mais, muito mais ainda
para continuar dividindo
com todos que encontrar pelo meu caminhar.

Que Deus possa me dar a felicidade
de ter alegrias, na medida certa,
e que eu tenha a capacidade
de encontrá-las nas coisas mais simples.

Que Deus possa me dar dom da visão
para que possa enxergar
o tudo de bom tenho ao meu lado
e se o feio possa me parecer
que tente de tudo para torná-lo belo.

Que Deus possa me dar um pouco de tudo
e também um pouco de nada
para que possa reconhecer o valor
das amizades que ganhei,
dos amores que encontrei,
de todas as coisas que tenho
nesta minha breve vida.

Um lugar

Não quero muito.
Só quero um lugar para descansar.
No topo de uma colina,
que não seja muito alta,
para que não seja tão difícil chegar até lá.
Que tenha a sombra fresca
de uma árvore frondosa e amiga,
que queira abrigar a mim
e a quem mais se chegar.
Um lugar para acordar com passarinhos
cantando pela manhã
avisando que já está na hora de despertar
e admirar as coisas belas da vida.
Que tenha uma relva baixinha
para andar sobre ela descalço
sentindo o orvalho de madrugada
despertando e relaxando meu corpo.
Uma casinha branca, simples,
para sentar a sua porta
descansando ao final da tarde
e ver o sol devagarzinho
ir para casa, descansar também.
Com sapos coaxando ao anoitecer
avisando que já é hora de se recolher,
de recolher o corpo,
dando-lhe o descanso necessário.
Um lugar afastado, sossegado,
em que eu e meu amor
possamos ficar lá,
o tempo todo,
para todo o sempre,
só nós dois.
Um lugar assim
pode até ser difícil de encontrar,
mas eu o tenho,
em meu peito,
dentro de meu coração
que vive de sonhos.
Um lugar feito de visões
e criado em ilusões,
e é lá,
que coloquei você,
neste lugar,
junto comigo,
para toda minha vida
e para o vier
depois dela também.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Choque

Um dia, em uma tarde nua,
você apareceu, ainda crua,
oferecida pelos deuses a mim.
Deixei meus instintos
embarcarem nesta aventura,
mas ambos não estávamos prontos.
Eu não poderia aceitar você,
da maneira que você o é
e você não estava pronta para me receber
e entender como sou.
Nossos egoísmos e inseguranças,
nossos eus se sobrepondo
e oprimindo nossos nós,
não permitiram um avanço.
Nos chocamos,
como dois meteoros colidem,
violentamente,
e vão para lados opostos
traçando novos rumos,
mudando a nossa trajetória original,
a trajetória que nos atraiu.
Precisamos entender,
cada um tem uma órbita própria,
então vamos manter assim.
Se em algum outro tempo,
um sol intenso,
com toda sua força gravitacional,
nos atrair novamente
e mudar nossas trajetórias
ocasionando outro choque
estejamos preparados,
pois sabemos o quão violento
isto pode ser,
pelo menos o foi,
para mim.

Retalhos de Sentimentos

Nossa vida é feita de retalhos.
Pequenos pedaços de sentimentos
que trocamos pela vida,
que não nos farão falta
ou farão falta para alguém.
Colhidos e cedidos na vida.
Retalhos de amores encontrados
ou perdidos,
de amizades longas ou curtas,
mas que ambas nos marquem para sempre,
de lutas,
de vitórias e derrotas,
de choros e risos
de dores e de alívios,
recebidos e dados.
Retalhos de sentimentos.
Pequenos pedaços de pessoas
que recebemos na vida
ou deixamos pedaços nossos com alguém
para toda a vida,
ou pelo menos por um pequeno período.
E destes pequenos retalhos
vamos bordando nossa colcha de vida,
como se fosse uma colcha feita de fuxico.
Dependendo da vida que levamos
e dos retalhos que trocamos
ou só recebemos,
dados de bom grado,
nossa colcha vai se formando,
nos aquece e pode aquecer
as pessoas a nossa volta.
Recolha e doe muitos retalhos pela sua vida,
com esta certeza sua colcha será linda
e sua história de vida
será lembrada para sempre
como alguém que se aqueceu
e aqueceu muitas pessoas
com uma colcha feita de
retalhos de sentimentos.

Encanto

Quem brinca com meu coração
ou com minha alma perdida
no seu mundo de sonhos?
Quem enche meu peito de amor
e de dor?
Será isto o amor?
O tão falado amor.
Cantado em prosas e versos
pelos poetas da vida,
famosos ou não.
Se isso não for
o tão falado amor
não sei que nome lhe dar.
Talvez magia, talvez sonho,
talvez feitiço, talvez fantasia.
Já sei!
Encanto!
É isto, encanto.
Encanto descreve melhor
esta fase da vida.
Em que flutuamos,
com os pés no chão,
viajamos, sem sair do lugar,
sonhamos acordados,
nos entregando por segundos
eternos a uma só pessoa.
Encanto......

Poema ao Vazio

Você que a tudo preenche
e está em todos os lugares
é chamado de vazio,
mas como é vazio
se você tudo preenche.
Preenche meu peito
e minha cabeça, as vezes.
Entra nas minhas palavras
e até nas letras tento te descrever.
Você é falta de tudo
e na sua falta tudo assim fica.
Vazio por dentro,
vazio por fora.
Assim me sinto,
vazio de vazio
quando contigo não estou.
Contigo não existe vazio
Sem você só existe o vazio.
Você, vazio,
já foi repleto, um dia,
e deixei você esvaziar
ou não soube te conservar cheio.
Não quero mais conviver
com o vazio,
procuro o pleno,
o absoluto,
o imaginário.