terça-feira, 30 de junho de 2020




Só oro


Estou triste
Não sei porque
O olho escorre
Sem eu conter

No peito
Um aperto
A vida
Tem seu conserto

A impossibilidade
De mudar o errado
Faz o coração ficar
Bem mais magoado

O mundo eu vejo
Com os olhos meus
E este  desejo
Foi Deus que me deu

Como queria
Mudar sua vida
Quem o podia
Se faz de perdida

A Deus eu peço,
E imploro
A que a mudança venha
Só oro, só oro.

segunda-feira, 29 de junho de 2020




Inverdades verdadeiras

Eu espalho inverdade
Que é só para iludir
Ela não é pela metade
É completa no fingir

Preciso me enganar
Em ter o que não tenho
Senão eu vou pirar
No desejar por onde eu venho

Neste mundo de mentira
Vou confessando meu pecado
Um amor que ninguém tira
De um coração conquistado

Como seria bom
Se o passado fosse mudado
Mas como não tenho este dom
Fico por aqui encravado.

domingo, 28 de junho de 2020



Viagens


A noite me transformo
Deixo o corpo que me prende
E no tempo eu retorno
De maneira tão contente

Vou viver o que passou
E que não devia ter passado
Vou viver o que deixou
Meu coração machucado

Não quero nem saber
Se esta dor irá voltar
O que quero é o prazer
E a razão do meu sonhar

O dia vem chegando
E é hora de voltar
E na prisão eu vou entrando
Dando adeus ao meu amar

Outra noite logo chega
E mais viagens vou fazer
Vou buscar o que aconchega
Vou buscar o meu querer.


sábado, 27 de junho de 2020



Ao Teu Lado


Quando estou ao teu  lado
A vida é mais completa
Fico te olhando calado
Me transformo em um poeta

Sua beleza me envolve
Como um anjo com suas asas
Tudo, tudo se resolve
Reacende minha brasa

Queria muito saber
Por que fui o escolhido
Para viver para você
Neste mundo tão florido

Quem poderia explicar?
Quem com o sentimento brinca?
Quem faz minha alma voar
Pintada com novas tintas?

São coisas que não entendo
Só as deixo viver em mim
Com isto eu vou vivendo
Enquanto não vem o fim.

sexta-feira, 26 de junho de 2020


Tradução


Traduzo meus sentimentos
Com palavras que garimpo
Elas vem com os ventos
São minhas, não minto

As deixo ser eternas
Quando no papel são deitadas
As palavras são mais ternas
Porque são enamoradas

Elas que vinham soltas
Se unem como correntes
Não precisam ser envoltas
Bastam ser coerentes

Parecem coisas de loucos
Sem tino, sem noção
Por pouco, muito pouco
Eu não fujo da ilusão

Me deito como elas
Não no papel, mas no tempo
Pensando sempre nela
Que não deixa o pensamento.